A volta da amiga

De tempos em tempos minha amiga me escreve. Seja para me orientar, seja para me contar seus temores e alegrias. Lendo o poema de ontem, me mandou a seguinte mensagem:

Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. (José Saramago in O conto da ilha desconhecida)


Amigo dos amigos

Eu que andava à procura de algo, incansavelmente, me identifiquei quase discordantemente do seu poema.

Durante tanto tempo, meu coração bateu vazio, minha paixão não era correspondida, porque existia como paixão por alguém que eu supunha não existir.

Essa paixão beijava o vento. Abraçava o mar. E eu procurava.

As montanhas se interpondo no meu caminho. Nuvens carregadas me amedrontando. E eu continuei a procurar.

Me diziam que não era mais possível existirem ilhas desconhecidas.

Achá-lo era tudo que eu sonhava. E, como sonho, existia sim, existia como é.

Como sempre fora, sem que eu o soubesse existente.

Só não tinha me dito onde, como, quando. Na verdade, nem ele sabia essas respostas.

E procurei. E andei e andei e andei.

Olhei para o horizonte, como se eu pudesse lá achar uma resposta.

De repente surgiu. De longe, bem no meio dessa linha imaginária.

E eu senti a certeza . De que a minha procura não fora em vão.

Aquele que procurei...encontrei.

Seu encontro, como o meu, foram inesperados. O seu por não procurar, o meu por procurar o que só existia nos meus sonhos.

Seu encontro, como o meu, foram definitivos. Dá para sentir em cada palavra que você escolheu. Dá para sentir no meu dia-a-dia.

Que as nossas caravelas singrem os mares beijadas pelo vento, abraçadas pelo mar.

Que nossas ilhas, outrora desconhecidas, façam-se ao mar. Na eterna busca de si mesmas.

Beijos navegadores

Comentários

Que amor bonito

beijos de quinta
Raquel disse…
...sigo sem rumo,sem nome...não encontrei um porto seguro,uma ilha perdida,um mísero parcel,onde espero terminar essa busca inútil...
Virginia disse…
Nenhuma busca é inútil... :)
clau disse…
Boh...!
Teve quem usavasse uma lanterna para procurar o que queria encontrar...!
Bjs!
Fábio Adiron disse…
Vilma: o amor sempre é bonito, se é amor.

Raquel : a Virgínia já disse o que eu pensei.

Clau: era Diógenes procurando um senador, ops, homem honesto

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