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Mostrando postagens de dezembro, 2011

Mistério discal

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Avançam os estudos do Fairchild University realizados no último período glacial de hemisfério noroeste de Tanganica. Os professores Quincy, Cruft e Lymann reuniram-se tardes sucessivas no Buckminster´s Cafe para discutir um caso raríssimo de discopatia histérica. Especializados na psicobiologia fisiológica charcotiana, os médicos estudaram a situação de uma degenerada que apresentava uma herniação cartilaginosa. A questão levantada pelos estudiosos era se a degeneração discopática era provocada por acessos de histeria ou se as dores desligamentares é que geravam a perda de controle da paciente. Para os demais médicos da universidade, o trio estava apenas matando aula no café, discutindo se o ovócito pronucleico precedia a galinácea, ou o inverso. No entanto, os primeiros artigos publicados por eles no Journal of Psychocaffeinology, demonstravam que por mais ociosos que fossem os pesquisadores, o caso era real. Relatavam as sucessivas exaltações matriciais

Uma história de Natal

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...não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria... Lucas 2:10 Tudo na vida de Lúdico era uma festa, fosse o simples sorriso de alguém no meio da rua, fosse a comemoração mais estapafúrdia que pudesse participar. Não perdia um evento, encontro de ex-colegas, almoços de família e, até, o baile da 3a idade do parque, ainda que ele ainda estivesse longe de alcançá-la. Para ele o Natal era o ápice de um ano festivo e a linha divisória que marcava o início de mais um ano de comemorações. Amava todos os símbolos e hábitos natalinos. Ia ver a iluminação da Paulista, do Ibirapuera e da Rua Normandia. Comprava presentes para todos que imaginava que encontraria na ceia. Não poucas vezes entrou na fila e sentou no colo do papai noel de algum shopping, para deleite e risadas das crianças. Comia, bebia e cantava Jingle Bells em várias línguas até o sol raiar. No extremo oposto de toda essa alegria estava Lídimo. Um sujeito sério e carrancudo que achava intolerável todos os desvios d

Meio sem ambiente

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Anderson era um ecologista ortodoxo e intransigente. Até seus amigos, que nutriam uma certa simpatia por suas idéias, foram perdendo a paciência com os seus exageros. Nem mesmo a namorada, que era diretora de uma ONG que lutava contra a poda da grama em jardins, tolerou a convivência. Seu carro, movido a energia solar, sofria constantes colisões traseiras. Apesar do adesivo que informava aos motoristas que vinham atrás que aquele veículo brecava para animais, ninguém imaginava que isso significaria paradas bruscas para a passagem de baratas e formigas. Não comia nenhum tipo de carne desde a adolescência. Quando leu um estudo a respeito da comunicação entre plantas ficou deprimido por semanas. Quantas alfaces ele teria trucidado durante a sua vida? Quantos rabanetes não teriam sofrido mortalmente em suas mãos? Passou a se alimentar exclusivamente de suplementos minerais e água. Começou a andar a pé. Vestia-se somente com roupas sintéticas. Só não foi viver como eremita em uma caverna po

A parafúsica antologia do bimestre

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Como sempre, recomendo aos meus leitores desavisados que o que segue abaixo são os comentários dos textos do bimestre (Outubro/Novembro) escolhidos de forma aleatoriamente macarrônica. A instrução é a de sempre: divirta-se com as frase, sem ir em busca dos seus contextos. Lindo o amor de vocês! poema para ser lido ao som de um berimbau além da rima eu queria mesmo, eram os camarões O que haveria na bolsa de Electra ? um filme de aventuras helenicas ele quer respostas ou apertar parafusos? a gente nem pode dormir e sonhar sossegado Na dúvida, ataque... agora vc exagerou!!!! Para sempre é muito relativo... Olhar para lá de lacaniano ! Outubro é o mes dos gafanhotos perdidos Um caso de paixão eletrostática, creio... Também tenho mania. Mas não conto. Edileuza, sua safadinha! Menino esperto esse Carlos... Me receitaram não passar as mãos nos cabelos quando sonho estava nadando numa lagoa com orelhas de burro Vou jogar no bicho ! Only this, and nothing more...

Perguntas à moda de Neruda

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Se a banana é maçã, a bananada é amassada? Se um triângulo pode ser retângulo um hexágono pode ser quadrado? Quando aquele sol resolve sair para onde ele vai? No caso anterior, do que vivem os heliófagos? Quebrar galhos ainda é permitido com o novo código florestal? Quando a chuva cai as gotas se contundem? Com quantas andorinhas se faz um verão? Um instinto extinto reencarna como lógica estruturada? As perguntas de Neruda estão aqui

Scintilla

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Pequena luz Scintilla entre azuis. Celestes, cerúleos, Ultramarinos Brilhante luz Scintilla e reproduz Aromas, sabores Sensações Pequena luz Scintilla e reconduz A manhãs, tarde e noites, De amor eterno Imagem por SlaveDruid