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Mostrando postagens de 2015

Un aire de sofisticación

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Yo no soy un musicólogo. Tampoco soy venezolano. Jamás sabría decir si un joropo es un joropo o simplemente tiene un aire de joropo.* Lo que sé es que estuve recientemente en Buenos Aires y finalmente conseguí ver una presentación de La Chicana, grupo argentino que acompaño desde 2012, cuando los descubrí en un documental sobre el tango contemporáneo llamado Un giro extraño . Debido al documental yo creía, al principio, que ellos formaban un grupo de tango de vanguardia. Con el tiempo me di cuenta que realmente son de vanguardia, pero limitarlos al tango no corresponde a la verdad. Su primer disco es Ayer hoy era mañana (1997), un título que por sí mismo ya prepara al oyente para algo que lanza la noción de tiempo directamente al caos. Por razones obvias, mi iniciación ocurrió con el segundo álbum, también llamado Un giro extraño (2000). Luego que escuché la introducción de la primera pista, me di cuenta de que algo realmente sorprendente iba a suceder. Un violín

Um ar de sofisticação

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Eu não sou musicólogo. Nem venezuelano. Jamais saberia dizer se um joropo é um joropo ou apenas tem um ar de joropo . [1] O que eu sei é que recentemente estive em Buenos Aires e, finalmente, consegui assistir uma apresentação do La Chicana , grupo argentino que venho acompanhando desde 2012 quando os descobri em um documentário sobre o tango contemporâneo chamado Un giro extraño . Em função do documentário acreditei, num primeiro momento, que se tratava de um conjunto de tango vanguardista. Com o tempo descobri que eles realmente são vanguardistas, mas limitá-los ao tango é uma inverdade. O primeiro disco deles é Ayer hoy era mañana (1997), título que por si só já prepara o ouvinte para algo que lança a noção de tempo diretamente ao caos. Por motivos óbvios, a minha iniciação se deu com o segundo disco, também chamado Un giro extraño (2000) e, ao ouvir a introdução da primeira faixa, percebi que algo muito surpreendente estava para acontecer. Um violino que soava

Maipu 994, 2º piso, ascensor

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Não há porteiro, mas há vizinhos e o coquetel que nos recebeu era em família e não a “media luz”. Não saberia precisar quando foi a primeira vez que me encontrei com Borges. Talvez com Ficções que fazia parte da coleção “Grandes obras da literatura universal” que eu devorei na minha adolescência e juventude. Na mesma época, a Folha de São Paulo publicou um poema inédito dele, “O deserto” , que me marcou de tal forma que, até hoje, eu tenho o recorte do jornal. Com o tempo fui descobrindo o mundo através dos olhos já cegos de Borges.   O Aleph, O informe de Brodie, a História universal da infâmia, o Livro de areia, o Jardim dos caminhos que se bifurcam. Depois todo o resto da poesia, a começar pelo Fervor de Buenos Aires. Os textos críticos, os seres imaginários, as palestras. A cada ida a Buenos Aires procurava algo novo, até o dia em que encontrei a obra completa publicada pela Emecé. Sua eterna editora. Depois mais alguns livros póstumos que não saíram, originalm

Um deca desafio

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Para Letícia e seus desafios de métricas   Amigos, carrapatos e formigas Correndo pelos campos de Lisboa Cantaram o aniversário das cantigas E a prosa antiquada de Pessoa O estrondo sepulcral desta garoa Em meio a tantas hostes inimigas Levanta a vela e zarpa da lagoa Singrando os mares lúdicas lombrigas Quem és que assim me entrega o desafio A luta ingrata, um metro tão ecoico, Um ritmo tão lúgubre e sombrio Compor este universo paranoico? Camões a sua mão eu parodio Soneto em decassílabo heroico

Poemeto sintagmático

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Ana lê sem tática Orações descoordenadas Que seu avô, cativo, Apostava restritivas Detido pelo agente da passiva Por contravenções sindéticas Adverbiou-se subordinado Ante seu adversativo sujeito Sou objeto sem predicados E denoto complementos Ad-hoc e ad-nominais Sem caráter explicativo.