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Mostrando postagens de dezembro, 2008

Estamos em férias

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O ano de 2008 foi cheio de idéias que se espalharam em todos os meus blogs. Durante 366 dias foram 447 publicações sendo 310 textos aqui no Mens Insana 61 textos no Calvinistas, graças a Deus 39 textos no Inclusão: ampla, geral e irrestrita (além de mais uma coleção de textos escritos por convidados) 37 textos no Espicaçando o Marketing ( além dos textos do Volney e de outros escritos por convidados) Acredito que você possa aproveitar as minhas férias para colocar suas leituras em dia....risos Um abraço aos meus leitores e comentaristas. Volto no final de janeiro. Fábio Adiron

Nosso cartão de Natal

O povo que andava em trevas viu uma grande luz; e sobre os que habitavam na terra de profunda escuridão resplandeceu a luz. Isaías 9:2 Muita gente confunde reverência com mau humor. Ao invés de demonstrar sua alegria pela vinda do Rei dos Reis e Senhor dos Senhores acabam por transmitir a idéia de que nós, crentes, somos apenas um monte de gente chata e triste. Graças a Deus, ainda podemos comemorar o Natal de um forma alegre e bem humorada, porque Cristo veio para ser a nossa paz. Por isso proclamamos a alegria para o mundo, certos de que aquele que tem o governo sobre os seus ombros. E Ele reinará para sempre. Que essa alegria possa encher o seu coração. Não deixe de ver (ou ouvir) até o fim. Feliz Natal

Um lance de dados

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Un coup de dés jamais n'abolira le hasard. Stephanne Mallarmé Mesmo que eu quisesse eu não poderia fazer nada. Apenas olhar atentamente dentro dos seus olhos, às vezes, desviar a atenção do fogo lento que me consumia. Poemas sobre a mesa. Vinho. Você falando, sem medo, sobre inspiração. Eu revivendo, sem medo, a inspiração. O limite do medo é a coragem absoluta. A vida correndo sobre a margem dos limites. Chuva de primavera. Gotas de oportunidade, escorriam o desejo sem planos, pintando em telas internas um quadro imprevisto. Surrealista. Crescimento e despertar do desejo líquido. Límpido. Anseios subconscientes, surrealistas, mais fortes que medos reais. Corações se derramando. Você falava me olhando. Certeza se derramando em gotas de primavera. O ambiente cobrando de nós uma decisão. Um lance de dados. Sem chances, ganha-se ou perde-se. Um lance de dados é apenas outro lance. Por mais que se possa prever. Mesmo sendo as mesmas mãos. Sejam os mesmos dados e a mesma superfície onde

O ingênuo e o cafajeste

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Não se sabe se por criação ou por timidez inata Marcelo era um moleque ingênuo. O que não o impedia de ser um romântico fora de época, mesmo na sua época. Como tantos outros, amava os Beatles mais que os Rolling Stones e decorava poemas do Vinicius e do Neruda. Puedo escribir los versos más tristes esta noche, às vezes se pegava falando sozinho no quarto. Apaixonava-se amiúde. Inevitavelmente era rejeitado. Curtia as suas fossas que duravam o exato tempo de se apaixonar pela próxima. Nada muito diferente de outros adolescentes. Não que deixasse de participar das atividades dos outros meninos. Jogava bola, pulava muros, participava arduamente das guerras de mamona. E mais de uma vez sua mãe o pegou na praça em frente à escola no meio de uma briga, no melhor estilo "te espero lá fora..." Mas era mais sensível que os demais e, diferentemente dos colegas, tinhas mais amigas que amigos. No colegial mudou de escola. A distância o afastou de algumas amigas, mas trouxe outras. Assim

Desaforismos insanoqüentes

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As máscaras, por melhor que estejam fixadas, uma hora caem. Que tem carpete não consegue esconder o lixo debaixo do tapete. Muita semântica, pouco significado. Bater na mesma tecla só serve para machucar os dedos. Além de egoísmo, querer o melhor de dois mundos me soa meio esquizofrênico. Uma nova praga assola as ciências e os negócios, atende pelo nome de maisdomesmismo. Podem reclamar da linguagem chula do presidente. Mas todo mundo que vota e paga imposto sabe o que significa aquele expressão. No brilho dos olhos se revela toda uma cosmogonia. Talvez essa seja uma das últimas chances que terei de usar o trema.

A morte dos amantes

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Tudo bem que o homem não era um exemplo de conduta. O que esperar de alguém que escreve sobre as flores do mal ? O que não significa que não tenha escrito algumas das mais belas páginas da poesia francesa. Essa já foi vítima de várias traições (traduções). A minha é apenas mais uma : Deitaremos em lençois perfumados No mausoléu profundo de um sofá No mármore uma flor que já não há Aberta sob céus embelezados A fogueira arde quente inda por lá Nas brasas de corações inflamados Inúmeros beijos cristalizados Espelho ardente a iluminará Aquela tarde mística, envolvente Acesa num relâmpago fremente Depois um incontido e breve adeus. Depois virá um anjo abrir a porta Reavivando todos sonhos meus Reacendendo a chama quase morta Para quem prefere os originais, o texto é : La Mort des Amants Nous aurons des lits pleins d'odeurs légères, Des divans profonds comme des tombeaux, Et d'étranges fleurs sur des étagères, Ecloses pour nous sous des cieux plus beaux. Usant à l'envi leurs ch

Sexta-feira 13

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Tudo bem, eu sei que hoje é sábado e não sexta-feira, mas a data a que me refiro caiu numa sexta-feira e não poderia ser mais sombria que o mito das sextas-feiras 13 de terror. Há 40 anos, na calada da noite, o presidente Costa e Silva assinou o Ato Institucional nº 5 , que deu a ele poderes absolutos e suspendeu garantias constitucionais. O Congresso Nacional foi fechado por que se recusava permitir que o Deputado Márcio Moreira Alves fosse processado. O marechal Costa e Silva, no rádio do carro que o conduzia do aeroporto ao Palácio Laranjeiras, ouviu, atônito, a notícia da votação na Câmara. No palácio, trancafiou-se em companhia dos generais Garrastazu Médici, chefe do Serviço Nacional de Informações; Orlando Geisel, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; e Lyra Tavares, ministro do Exército. Estava convocada para o dia seguinte importante reunião do Conselho de Segurança Nacional. Ela marcaria o fim da “crise dos 100 dias” e o início do “ano zero da revolução”. O que aconteceu

Concorrência desleal

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Enquanto eu me esfalfo cotidianamente para escrever, publicar e divulgar os meus textos, meus filhos me passaram a perna e já foram editados. Que geração.... Recebi ontem o meu exemplar do livro "Poetas do Batista" (no caso, o Colégio Batista Brasileiro onde eles estudam) editado pela e-Leva Cultural. Pior que não é a primeira vez... Quando publiquei um poema dadaísta do Samuel ele bateu todos os recordes de leitura do blog... O leão Letícia Ribeiro - 2o ano Lá na escola eu vi um leão no chão Seu rosto tinha um bocão Estava comendo macarrão e feijão com pão Que era o lanche do João. O lobo e o filhote de homem Samuel Adiron Ribeiro - 4o ano Era uma vez um lobo Cuidando do seu filhote de homem Enquanto Mogli viu a pantera Ele viu o urso, o macaco e o elefante Ele estava cantando tão forte Que o chefe disse meia volta volver Quando ficou muito escuro Ele viu o tigre, o urubu e a cobra O mato cresceu ao redor.

Contículo sinestésico

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"Os carinhos de Godofredo não tinham mais o gosto dos primeiros tempos." (Autran Dourado) Raquel mirou-me com o seu olhar frio, desesperador. Eu senti um áspero sabor de indiferença na sua voz que sempre fora repleta de colorido. Uma melodia cinzenta tomou conta da sala. Acordes menores de cromatismos e perfumes. Sua voz, que nos primeiros tempos, era macia, agora soava como um verde azedo. Apenas luz crua da manhã que invadia os meus ouvidos. O olhar não era mais doce, nem tinha mais o sabor vermelho da fruta. Senti saudades amargas de indefiníveis músicas, supremas harmonias de cores e odores. Do tempo em que o seu cheiro verde combinava com a sua beleza áspera. Tempo do delicioso aroma do amor. O perfume agora tinha um cheiro doce, mas sua voz áspera era intimidadora. Olores gritantes, nem de longe lembravam o brilho macio dos seus cetins, nem seu doce afago maternal. Chegaram as horas do ocaso, trêmulas, extremas, como o réquiem do sol que a dor da luz resume. Sinestesi

Tia Jovita

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Não tem nada que me escape, costumava dizer tia Jovita todas as vezes que a família se reunia para o almoço de domingo. Solteirona, morava com a irmã que tinha uma coleção de filhos e netos, o que sempre proporcionava um bom público para as suas descobertas. Sempre que começava atraía a audiência. Afinal, todos gostavam da percepção da velhinha a respeito de fatos prosaicos que ninguém notara antes. Era como se estivessem ouvindo uma Miss Marple engraçada. Identificava cortes de cabelo quase imperceptíveis, sabia quando as sobrinhas estavam na TPM ou quando o time de futebol dos sobrinhos tinha ganho ou perdido. Semanas antes do time de um deles ser rebaixado ela vaticinou : avisa o Fernando para não confiar nesse time senão ele vai ter um enfarte. O que ninguém nunca esperara é que ela começasse a identificar questões mais sérias. Um dia, no meio de macarronada, ela perguntou : "- Quando é que nasce o bebê da Verinha ?". Márcio, o pai da Verinha engasgou de uma forma que q

Saudades do Caudas Aulete*

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- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? - Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. (Manuel Bandeira) Sinhama se contorcia com sua hiperestesia. Entre um iridocinésia e um antorismo até mesmo o triságio a trateava. A família temia por sua alodialidade. Chamaram o polímata que chegou numa reda cheia de rizes. Este logo questionou se a situação era semelincidente ou se chegava a teteté. Constatou que o mal não provocava eupnéias. Por epagoge supôs um inoma sinistrogírico. Pegou o cibório ao lado da cama e lançou nele tufos de coerana e ásaro, além de uma pitada de melanocerita. Inseriu a mistura por uma rímula, como quem executava uma epêntese. Mandou alimentá-la com cibos e apterigianos que trazia em sua fáretra. Nada funcionou. Mandou chamar os tamaracá para executar a zarzuela. Tudo que restava era o encomendamento. * Francisco Júlio de Caldas Aulete (Lisboa, 1826 — Lisboa, 23 de Maio de 1878) foi um professor, lexicógrafo e político português, autor de di

Velhas bicicletas, outra traição

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Tom Waits é um daqueles compositores/cantores considerados malditos, mas que todo mundo adora gravar. Não é para menos. Suas músicas são sempre jóias a serem guardadas com cuidado. Broken Bycicles é uma delas. Velhas bicicletas Velhas bicicletas, correntes no chão Guidão enferrujado, tudo ao relento Alguém deveria ter um orfanato Para tudo que ninguém mais quer Setembro me lembra o calor É hora de dizer adeus Foi-se o verão, ficou a paixão Velhas bicicletas esquecidas na chuva Velhas bicicletas, não fale não Papeleta de barulho, aros ao vento No jardim, são apenas esqueletos Uma roda não anda sem o seu par Estações mudam num pensamento Eu sempre me esqueço, alienação, O que você me deu ficará, sentimento Quebrado, mas sempre no coração. O original é Broken bycicles - Tom Waits Broken bicycles, old busted chains With rusted handle bars, out in the rain Somebody must have an orphanage for All these things that nobody wants any more September's reminding July It's time to be sayi

Pequeno poema em prosa

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Entre luas, luvas e carpetes ela me olhava como se tudo tivesse sentido sem ter razão Tinha os óculos largos, as lentes grossas e rosto de menina. Tudo olhava, como se captasse alucinações. As pernas eram finas, pálidos gambitos. Corpo de mulher, que me provocava e convocava, quase sem querer. Mesmo não querendo. Um dia chegou cedo. Saiu tarde. Dominou o tempo como quem aspira dálias perfumadas. Me levou. Me deixou. Como um passatempo.

Por que blogam?

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Eu pensei, pelo menos, em três textos diferentes que justificassem usar essa imagem. Não gostei de nenhum deles. Nem a versão séria, nem a bem-humorada e, muito menos a insana, chegaram aos pés do humor do cartoon. De qualquer forma, a piada me trouxe à mente muitos dos blogs que eu leio (no conceito, no conceito...você e essa sua mente suja) e a convicção de que é exatamente esse tipo de blogueiro que eu não quero ser quando crescer.

Desanalogias

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À noite todos os gatos são pardos À tarde todos os patos são sapos (ou será o inverso ?) À sopa todos os caldos são pratos À popa todas as ondas são altas À tona todos os corpos são rotos À cama todos os sonhos são natos À caserna todos aspiram generalato Se não é ximango, é maragato Naturalista prefere o mulato No blog todo texto é abstrato

O ralo

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O ralo é um buraco escuro ,feio e fedido que fica no fundo da pia. Geralmente é usado como referência pejorativa : "algo foi pelo ralo", "fulano entrou pelo cano (depois do ralo)" e, mesmo nas artes, o cheiro de ralo não era exatamente elogioso (por melhor que fosse o filme). O que poucos sabem é a origem histórica dos ralos, os melhores amigos das torneiras e das pias, cuja função é escorrer a água para dentro das fossas e dos esgotos. As primeiras referências sobre o ralo datam dos tempos das termas romanas. A idéia de algum tipo de coletor de água suja surgiu entre os escravos que tinham de carregar a água usada nos banhos em baldes de água até os esgotodutos romanos. Além de cansativa, essa prática provocava a deterioração gradativa das narinas. O mecanismo ainda não tinha sido criado quando a queda do império romano do ocidente interrompeu bruscamente os desenvolvimento tecnológico. Nessa época, Ovídio já questionava : " ralidae tradis ovile lupae? ",

Ditados impopulares

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A cordilheira engendrou um murídeo A indolência é genitora de todos os pústulas A lábia é argêntea, mas a quietude é aurífera Discurso insano tímpano inano Traje dessasseado purga-se domiciliarmente Melhor ermo que entre maus acólitos Permanece a saburra revezam-se os dípteros Caninas açodadas geram sabujos oblíquos Infortúnio na peleja, ventura no afeto Líquidos pretéritos não fomentam moagens

A parafernálica antologia de Novembro

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Essa é a minha escolha pessoal dos melhores comentários do mês passado. Se você é novo por aqui, a intenção é ler as frases fora dos seus contextos e, a partir delas, imaginar suas próprias histórias: Tive uma portátil, laranja... Pô, cadê o glossário obrigatório para esse caliconto??? Vou procurar meu caliléxico para tentar desvendar esses calimistérios!! ..prescrevo: banho de lua diário e café extra forte. Que desperdício de munição. E os tubarões vem até mesmo antes dos arrecifes. Na média: vinagre balsâmico. Beijos sem ratos... Pelo jeito família de enforcado o merece. Será que vendem em quantidade?Dão nota fiscal? terei que ser socorrida por um dieta enteral.... perdi dois quilos em uma semana comendo amêndoas... O telefone que fugiu, já voltou? temos um prefeito que acabou de ser eleito e já está cassado Acho que moro na anti-Itu Só uma correção pra mór de perfeiçoá o qui já tava bunitu

A hermenêutica da seta

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Como é de conhecimento do vulgo, a hermenêutica é a ciência filosófica voltada para o meio de interpretação de um objeto. Depois de quase 30 anos de habilitação como motorista, resolvi publicar meus profundos estudos interpretativos filosóficos sobre a seta (em alguns locais chamada de pisca-pisca), aquele aparato dos carros que, segundo se supõe, deveria servir para sinalizar as mudanças de direção. Quando eu aprendi a dirigir, a seta já era de uso comum, ainda assim os instrutores insistiam em nos ensinar a sinalização com o braço que, inclusive, era requerida no exame. Não seria capaz de traçar um paralelo entre a seta e o braço, uma vez que esse caiu em total desuso, especialmente por motivos de segurança - ninguém mais anda com o vidro aberto (é verdade que eu gostaria de saber como é que a sinalização de braço funcionava em dias de chuva). Mas deixemos de lero-lero, aqui vão as conclusões Seta nihilista : os adeptos dessa corrente se recusam a utilizar a mesma. Partem do direit