Saudades do Caudas Aulete*

- Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax?

- Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.

(Manuel Bandeira)

Sinhama se contorcia com sua hiperestesia. Entre um iridocinésia e um antorismo até mesmo o triságio a trateava.

A família temia por sua alodialidade.

Chamaram o polímata que chegou numa reda cheia de rizes.

Este logo questionou se a situação era semelincidente ou se chegava a teteté. Constatou que o mal não provocava eupnéias. Por epagoge supôs um inoma sinistrogírico.

Pegou o cibório ao lado da cama e lançou nele tufos de coerana e ásaro, além de uma pitada de melanocerita.

Inseriu a mistura por uma rímula, como quem executava uma epêntese. Mandou alimentá-la com cibos e apterigianos que trazia em sua fáretra.

Nada funcionou.

Mandou chamar os tamaracá para executar a zarzuela. Tudo que restava era o encomendamento.

*Francisco Júlio de Caldas Aulete (Lisboa, 1826 — Lisboa, 23 de Maio de 1878) foi um professor, lexicógrafo e político português, autor de diversos livros didáticos e iniciador do Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa cuja primeira edição apareceu em 1881.

Comentários

Anônimo disse…
O que é isso???? vou me embora para Passargada,lá tem tudo, deve ter tradutor...

Bom dia! (simples assim)
O Tempo Passa disse…
Preciso parar de visitar blogues estrangeiros... cada língua estranha!!!
Ah! Tenho saudades do meu Caudas Aulete também!!! Mas, aí, acho que é mais saudade da infância mesmo...
Anônimo disse…
Eu não sei com o que você dorme, mas jamais admitiria um cibório ao meu lado.

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