Basium, osculum e suavium
Eu admito que sou um beijoqueiro. Não que eu saia aplicando beijos em qualquer um no meio da rua, mas tenho o hábito de cumprimentar amigas e mesmo alguns amigos de forma oscular.
Mais que isso, costumo mandar beijos nas minhas mensagens por e-mail. Claro, só para as pessoas que eu considero amigas. E gosto de adjetivar meus beijos, assim como meu amigo MAQ que costuma enviar abraços "acessíveis", "inclusivos" - eu geralmente retribuo-os com abraços em desenho universal.
Raramente tenho algum tipo de queixa. Mas já tive. Uma vez uma pessoa me pediu para parar de mandar beijos no encerramento dos meus e-mails porque o marido não gostava. Passei a mandar abraços. Ela reclamou de novo. Parei de mandar e-mails - seria ridículo mandar apertos de mão digitais. Quem não pode nem receber abraços virtuais merece ficar no isolamento.
Os mais antigos relatos sobre o beijo remontam a 2.500 a.C., nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia. Diz-se que na Suméria, antiga Mesopotâmia, as pessoas costumavam enviar beijos aos deuses. Na Antiguidade também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre guerreiros no retorno dos combates. Era uma espécie de prova de reconhecimento.
Aliás, os gregos adoravam beijar. Mas foram os romanos que difundiram a prática. Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, e os menos importantes as mãos. Os súditos podiam beijar apenas os pés.
Eles tinham três tipos de beijos: o basium, entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, ou beijo dos amantes. Para evitar situações desagradáveis como a narrada acima, talvez passe a mandá-los em latim. Se o marido for culto o suficiente, vai saber que o basium quem mandei, é apenas de um conhecido.
Por outro lado, acredito que o suavium é apenas para a mulher amada. Beijo na boca é, definitivamente, um gesto erótico. Esse negócio de selinho, de beijar criança na boca, está totalmente fora das minhas práticas. Beijo na boca, ou é para valer ou é dispensável. Beijar criança na boca, uma forma de pedofilia e de erotização infantil.
Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva ao final da cerimônia. Alguns se tornaram célebres ao quebrar o recorde do Guiness cerimônias de casamentos. Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção - não encontrei nenhum artigo científico com teste duplo-cego que comprovasse a tese. Já na festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro (dependendo da noiva, daria um belo financiamento da lua-de-mel).
No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a casar imediatamente. Franceses costumavam ser presos na Itália e as italianas se divertiam nas suas férias na Côte d´Azur.
Existem centenas de beijos poetados por aí. Gosto de muitos. Detesto todos os mal escritos e piegas. Meu preferido ainda é o do português Jorge de Sena
Um beijo em lábios é que se demora
Mais que isso, costumo mandar beijos nas minhas mensagens por e-mail. Claro, só para as pessoas que eu considero amigas. E gosto de adjetivar meus beijos, assim como meu amigo MAQ que costuma enviar abraços "acessíveis", "inclusivos" - eu geralmente retribuo-os com abraços em desenho universal.
Raramente tenho algum tipo de queixa. Mas já tive. Uma vez uma pessoa me pediu para parar de mandar beijos no encerramento dos meus e-mails porque o marido não gostava. Passei a mandar abraços. Ela reclamou de novo. Parei de mandar e-mails - seria ridículo mandar apertos de mão digitais. Quem não pode nem receber abraços virtuais merece ficar no isolamento.
Os mais antigos relatos sobre o beijo remontam a 2.500 a.C., nas paredes dos templos de Khajuraho, na Índia. Diz-se que na Suméria, antiga Mesopotâmia, as pessoas costumavam enviar beijos aos deuses. Na Antiguidade também era comum, para gregos e romanos, o beijo entre guerreiros no retorno dos combates. Era uma espécie de prova de reconhecimento.
Aliás, os gregos adoravam beijar. Mas foram os romanos que difundiram a prática. Os imperadores permitiam que os nobres mais influentes beijassem seus lábios, e os menos importantes as mãos. Os súditos podiam beijar apenas os pés.
Eles tinham três tipos de beijos: o basium, entre conhecidos; o osculum, entre amigos; e o suavium, ou beijo dos amantes. Para evitar situações desagradáveis como a narrada acima, talvez passe a mandá-los em latim. Se o marido for culto o suficiente, vai saber que o basium quem mandei, é apenas de um conhecido.
Por outro lado, acredito que o suavium é apenas para a mulher amada. Beijo na boca é, definitivamente, um gesto erótico. Esse negócio de selinho, de beijar criança na boca, está totalmente fora das minhas práticas. Beijo na boca, ou é para valer ou é dispensável. Beijar criança na boca, uma forma de pedofilia e de erotização infantil.
Na Escócia, era costume o padre beijar os lábios da noiva ao final da cerimônia. Alguns se tornaram célebres ao quebrar o recorde do Guiness cerimônias de casamentos. Acreditava-se que a felicidade conjugal dependia dessa benção - não encontrei nenhum artigo científico com teste duplo-cego que comprovasse a tese. Já na festa, a noiva deveria beijar todos os homens na boca, em troca de dinheiro (dependendo da noiva, daria um belo financiamento da lua-de-mel).
No século XV, os nobres franceses podiam beijar qualquer mulher. Na Itália, entretanto, se um homem beijasse uma donzela em público, era obrigado a casar imediatamente. Franceses costumavam ser presos na Itália e as italianas se divertiam nas suas férias na Côte d´Azur.
Existem centenas de beijos poetados por aí. Gosto de muitos. Detesto todos os mal escritos e piegas. Meu preferido ainda é o do português Jorge de Sena
Um beijo em lábios é que se demora
e tremem no abrir-se a dentes línguas
tão penetrantes quanto línguas podem.
Mais beijo é mais. É boca aberta hiante
para de encher-se ao que se mova nela.
É dentes se apertando delicados.
É língua que na boca se agitando
irá de um corpo inteiro descobrir o gosto
e sobretudo o que se oculta em sombras
e nos recantos em cabelos vive.
É beijo tudo o que de lábios seja
É beijo tudo o que de lábios seja
quanto de lábios se deseja.
Deliciosamente escandaloso, não é mesmo ?
Antes que me censurem, fico por aqui.
Ao conhecidos, beijos respeitosos...
Deliciosamente escandaloso, não é mesmo ?
Antes que me censurem, fico por aqui.
Ao conhecidos, beijos respeitosos...
Aos amigos, ósculos afetuosos...
Só para ela : um suavium, sem adjetivos.
Comentários
Muito sucinto mas esclarecedor este seu artigo!
Pq é duro ter que ficar explicando, justificando, ou, pior, se desculpando, por todos os nossos atos, ufa...
Pq o melhor, mm, é classificar-los!!
Assim, fica a sugestao de sempre se colocar um "post scriptum "explicativo, para remediar um email que possa ser mal interpretado. Evitando, assim, sofrer reaçoes truculentas de um marido boçal, hihihi...
Bjs!
Compartilho totalmente desse seu artigo ( dos outros também, mas nem sempre dá tempo para palpitar).
Já passei também por muitas situações embaraçosas por me despedir nas minhas correspondências com o famoso "beijão".Também tenho o hábito de beijar meus amigos, mas não chego a fazer concorrência para o "beijoqueiro"(lembra dele?aparecia toda hora na TV). Abraços e beijos. Arimar
Bjo! (de amigo virtual é qual??? kkkkkk)
Um beijo! ( para não perder o costume hehehe)
Arimar: o beijoqueiro continua solto
Bel : imagino que o plural seja "suavia"
Vilma, sem confusões...
Ósculos a todas
Juvenal manda apenas abraços..
bijok de internauta