Postagens

Mostrando postagens de março, 2010

Conto de fadas perfeito

Imagem
Era uma vez um cortesão que se apaixonou pela sua rainha. Não se sabe ao certo o por que, mas ela olhou para ele e encontrou aquilo que procurava. Se amaram loucamente. Foram felizes por uma vida e mais infinitas eternidades. Era uma vez uma vez uma princesa que beijou um sapo que desastradamente se afogava na sua xícara de café. Sob céus eclesiásticos eles descobriram vida um no outro e se tornaram um para sempre. Era uma vez um ogro que vivia solitário numa floresta tenebrosa. Um dia, raios luz cerúleos o encadilaram e ele conheceu o significado da felicidade. Nunca mais deixou de seguir aquela luz. Era uma vez um homem cheio de defeitos e vazio de esperanças. Um dia ele encontrou a mulher perfeita, que mudou a sua vida e o tornou um ser amoroso, feliz e apaixonado. Era uma vez um contador de histórias que tentava escrever o conto de fadas perfeito. Anotava histórias sem parar, uma mais linda que a outra. Se apaixonava cada vez que começava tudo de novo. Nunca conseguiu acabar nenhum

Como era bom o meu desastre

Imagem
André acordou cedo e começou a se preparar para o dia que seria longo. Várias reuniões agendadas, almoço com cliente e, de noite o jantar decisivo na casa dos potenciais sogros. Seria nessa noite que pediria a mão de Eduarda em casamento e nada poderia dar errado. Por isso mesmo que antecipara e encurtara toda a sua agenda para terminar o dia num horário em que pudesse se arrumar com calma e, de forma alguma, chegar atrasado. Eduarda tinha feito mil recomendações. O pai detestava jantar depois das 8 da noite. A mãe implicava com alguns assuntos. Na sua casa não se recusava nenhum tipo de comida. Quando o pai desse o primeiro bocejo estava sinalizando que era hora de ir embora. André sabia que a namorada também tinha um monte de manias parecidas, mas estava tão apaixonado que isso era irrelevante. O dia correu razoavelmente bem, apenas uma reunião atrasou, mas ele conseguiu cancelar a seguinte e se manteve no horário. Chegou em casa com tempo suficiente para tomar banho, fazer de novo a

Pas de deux

Imagem
Ele pegou uma cadeira da sala de jantar colocou-a de costas para a televisão e de frente para o sofá e sentou-se Ela não entendeu nada. Tinha acabado de sentar para ver o ballet. Será que ele queria conversar justo naquele momento? "- Aconteceu alguma coisa?" "- Ainda não, mas daqui a pouco vai acontecer." "- O que exatamente vai acontecer daqui a pouco?" "- O ballet vai começar e eu não posso perder nenhum segundo." "- Mas você está de costas para a TV... além do que, nunca soube que você gostasse tanto assim de ballet." "- Sou apaixonado por ballet desde sempre." Ela olhou para ele com uma expressão que misturava supresa e suspeita. Tinha alguma coisa por trás disto. Ele continuou "- Meu problema é que sempre assisti ballet em camarote lateral e essa visão de soslaio, ainda que linda, não me permite observar todos os detalhes." "- Acho que não estamos falando do mesmo ballet..." "- Amor, não me inter

A sogra

Imagem
Fernando sabia que era só uma questão de tempo. E o tempo enfim chegara. Há mais de três anos namorava Milena e só não moravam juntos porque ela tinha uma filha e o pai da menina, ex-marido de Milena, não admitia que outro homem morasse junto com a garota. Se eles se juntassem o pai a levaria embora. Fernando sabia do amor da mãe pela filha e jamais faria qualquer coisa que as separasse. Continuaram namorando como se fossem dois adolescentes, mesmo porque era como se sentiam desde que se apaixonaram. Uma noite, ao chegar em casa, ligou para Milena e, no meio da ligação ela falou que precisava desligar para acabar de fazer o jantar para o genro. Genro? Isso mesmo, a filha estava namorando firme. Tinha acabado a fase de ficar. Fernando colocou o telefone no gancho. Pensou um pouco e caiu na gargalhada. Ria de felicidade. A menina não era mais uma garotinha e isso era o primeiro sinal de que, finalmente, poderia começar a pensar em ter Milena o tempo todo. O mais engraçado de tudo foi que

Gema rara

Imagem
Seu pai sempre se referia a ela como uma gema rara. Lúcia, ainda pequena, só conhecia a gema de ovo e se imaginava transformada em um omelete semelhante aos que o pai comia nos cafés da manhã de domingo. Até o dia em que, tendo se machucado, desatou a chorar e ouviu sua mãe perguntar o que fazer para que "essa menina não gema". Passou a acreditar que seu pai debochava do seus sofrimentos. Cresceu em dúvidas sobre seu caráter comestível ou lamentável. Não sabia se era fonte de prazer para o paladar do pai ou culpada como geradora de ansiedade na mãe. Recolheu-se na sua timidez. Não tinha amigos ou namorados. Conheceu Alberto na lanchonete da faculdade. Ela caloura e ele quase se formando. Amor à primeira vista. Avassalador. Viviam um romance de conto de fadas, até o dia que Alberto se referiu a ela como uma gema preciosa. Lúcia caiu em prantos. Alberto não entendeu nada. Conforme ela explicava o motivo da sua crise de lágrimas o namorado, sempre carinhoso, se esforçava para nã

Prazer na dor

Imagem
Músculos costumam doer depois de atividades físicas intensas. Bastam alguns dias de falta de uso para eles reclamarem quando voltam a ação. Mesmo aqueles que são usados com frequência também doem quando exercitados de forma diferente à que estão acostumados. Nos últimos tempos eu tenho colecionado mialgias. Agudas e crônicas. Aumentei minhas atividades físicas regulares e, com isso, elas começaram a se manifestar. Os otimistas já me receitaram trinta e dois nomes de pomadas, dezoito tipos de ginástica, nove estilos de massagem e uma quantidade sem fim de soluções milagrosas. Os céticos são mais consistentes. Concluiram que estou entrando na pré-envelhescência e não existe nada que eu possa fazer. O que nenhum deles percebeu é que eu dôo e não acho isso ruim. Eu sei exatamente porque estou doendo e fico feliz porque sei que isso é consequência de uma série de atividades que me dão prazer. Cada pontada me lembra para que eu usei aquele músculo e me traz boas recordações. Os mais exaltado

(In) Existência

Imagem
Ela entrou no carro dele com o olhar cansado. Tinha dormido muito mal nas últimas noites, preocupada com o futuro. Não que não tivesse boas expectativas a respeito deste, muito pelo contrário, tudo parecia maravilhoso mas, para alcançá-lo, teria de enfrentar alguns terremotos e isso a assustava muito. Ao seu lado ele a observava. Mesmo sabendo o que a preocupava ele fazia questão que ela falasse e repetisse. Acreditava ser uma forma de colocar para fora o que envenenava a sua alma. Era a primeira viagem que os dois faziam juntos. Veriam o mar pela primeira vez juntos. Iriam se registrar juntos num hotel pela primeira vez. Ele trouxera os discos. Uma antologia da vida a dois. Pediu que ela escolhesse o repertório. Mal entraram na estrada ela recostou o banco, segurou o cotovelo dele e, logo depois, dormiu. Ele alternava o olhar entre a estrada e ela. Linda repousando ao seu lado. Pensava em todo amor que sentia. Enternecido com o seu sono, ele a acariciava sempre que podia. Ela dormia p

Conspurcando analogias

Imagem
Dizia a minha avó: O calor da mão é o que faz a massa dar certo... Ar no pulmão mantém o coração desperto. Tamanha beleza, deixou-me boquiaberto Ar condicionado é recurso a descoberto Para arejar a sala, só com o vidro aberto Ele prende eu liberto Futuro sonhado nunca é incerto Analogias insanas é o que eu oferto

Valsa

Imagem
Ela chegou na sala e foi em direção ao aparelho de som. Da poltrona, onde lia, ele observava cada um dos seus movimentos. Abriu a portinhola do equipamento, tirou o disco que acabara de tocar e o guardou no seu estojo. Ele a via de costas, com seus longos cabelos sobre os ombros nus. Ela correu os olhos pela estante, em busca do que queria. Ele reparava nas suas mãos pegando cada disco e nos seus olhos lendo as capas. Achando o que buscava, ela sorriu. Achando o que buscava, ele sorriu. Ela apertou o play e começou a girar sozinha pela sala. Ele levantou da poltrona e apertou o seu play. Ela olhou para ele e lhe estendeu os braços. Ele a tomou nos braços e entrou na dança. Ela se deixava levar instintivamente pela música Ele contava os tempos do compasso. Depois de 19 valsas, doíam as pernas dela, o braço dele latejava. Suados e felizes se olharam. E começaram tudo de novo.

Olhos abertos

Imagem
Caligo pousou na pedra pequena e observou o grupo de casas que estava à sua frente. O perfume de baunilha sempre a atraía àquelas paragens. Seus olhos arregalados e brilhantes costumavam atrair predadores, era melhor evitá-los. Refugiou-se na oficina da igreja de onde vinha o aroma, pousando em uma tela. Ouviu o pio de uma coruja e suas asas tremeram de uma forma incomum. Ela estava logo acima de Caligo. Temeu um ataque, mas não conseguia se mover. A coruja olhou as asas da borboleta e nelas viu o seu reflexo. Não eram da mesma espécie, mas tinham grandes afinidades. Percebendo que ela estava assustada, protegeu-a sob suas asas. Tomou-a delicadamente pelo bico e colocou Caligo no seu ninho. Desde então, quatro olhos atentos habitam a cornija. Eternas companheiras.

Vício exótico

Imagem
A filha reclamou que Ariane estava viciada em badminton. Desde que ela descobrira os mistérios da peteca ela só pensava naquilo. O marido chegou mesmo a mandar uma matéria a respeito de clínicas de recuperação de viciados em raquetinhas. Na verdade, era um exagero. Ela tinha aula uma vez por semana e, aos sábados passava a manhã na quadra jogando. O que provocava o estranhamento era o fato de ser um esporte exótico e desconhecido. Além do que, ninguém na casa entendia as regras daquele jogo, um verdadeiro atentado aos egos que sempre acharam que sabiam tudo a respeito de tudo. Por que a peteca precisava ser feita de pena de ganso? O que é que o Duque de Beaufort tinha a ver com a história? Como que uma mera peteca poderia voar a mais de 200 km/h? Será que não dava para ela jogar tênis como qualquer ser humano comum? Ariane não era uma mulher comum, não se contentava com coisas que todo mundo fazia. Quando a televisão começou a passar os jogos do campeonato mundial, e ela a assistir, ac

Passado a limpo

Imagem
Avec mes souvenirs J'ai allumé le feu, Mes chagrins, mes plaisirs, Je n'ai plus besoin d'eux! Michel Vaucaire / Charles Dumont Quando Armando chegou em casa naquela sexta feira ele estava decidido. Chegara a hora pela qual ele sempre esperara. Não tinha mais nenhum dúvida a respeito. Entrou no quarto que ele denominava como "quarto da bagunça" e começou a tirar caixas do armário. Ninguém jamais entendeu porque ele dera esse nome ao quarto onde guardava suas coisas, até porque estava tudo meticulosamente organizado. Armando era tão metódico que ele sabia onde colocara até o recibo da farmácia onde comprara aspirinas há mais de 10 anos. Armando guardava tudo. Papéis, fotos, recortes de receitas, mas ia além. Numa caixa de madeira dentro de uma das gavetas estava o toco de lápis com que aprendera a escrever, a sua primeira chupeta e até as rodinhas de apoio de sua primeira bicicleta. Não existia nenhuma fase da vida de Armando que não estivesse representada naquele

Dieta dos 50

Imagem
Desde a minha tenra infância eu sempre fui conhecido como o homem sanfona. Meu peso sobe e desce continuamente. Mais sobe do que desce, diga-se de passagem. Considerando que nasci quase com 5 kg e minha mãe não sofria de diabetes, você pode imaginar. Atualmente estou em mais uma das minhas dietas. Um hábito sempre que ultrapasso os três dígitos. Já perdi quase 10k e ainda tenho espaço para perder mais uns 6 ou 7. Nada muito diferente do passado, exceto a reação das pessoas. Eu fiz dieta com 14 anos, com 20 e poucos, com 20 e muitos, com 30 e tantos e várias tentativas depois dos 40. Atualmente, faltando poucos meses para eu chegar aos 50 resolvi radicalizar. Não tomo remédios mágicos, nem os chás Veronese ou Hooker, apenas me garanto que gasto muito mais calorias que consumo diariamente. Menos comida calórica, mais exercícios. Funciona. Claro que depois de perder quase dois sacos de arroz a minha aparência mudou, é visível a diferença e é impossível que quem me conhece não perceba. Fel

Reflexões

Imagem
Desde pequena Bela adorava brincar com espelhos. Fosse o espelho do quarto da sua mãe que, para o seu tamanho, era enorme, como os espelhos engraçados dos parques de diversões. De todos eles, o seu preferido era o jogo de espelhos frente a frente que a refletiam infinitamente. Ela se admirava diante deles, não sem razão, era uma menina muito bonita. Quando adolescente aprendeu todos os segredos da reflexão de espelhos planos nas suas aulas de óptica, mas nem a frieza do conhecimento das imagens que não poderiam ser projetadas, por serem virtuais, tiraram dela o encanto e a magia do infinito. Uma das primeiras coisas que falou para Godofredo, quando começaram a namorar, foi a respeito dos espelhos. Num primeiro momento ele considerou que era apenas uma fascinação pueril, depois foi descobrindo que era muito mais séria que imaginava. Completamente apaixonado por Bela, ele começou a estudar os espelhos, todo assunto que dissesse respeito a ela o interessava. Suas descobertas o deixaram ai

Pão de fada

Imagem
Que me acompanha nesse blog sabe que eu sou, historicamente, um desastre quando resolvo fazer pão. O único que salva a minha pele das críticas arrasadoras que eu mesmo me faço é o pão de queijo (deve ser por conta dos 50% de sangue mineiro que eu tenho). Por outro lado, é verdade que eu não desisto. Experimento todas as receitas novas que me surgem. Foi o que aconteceu. Uma fada veio até mim e disse que ia fazer "morning buns" e me contou o segredo da magia me levando até a terra encantada da receita. Não só a receita, mas a forma de fazer passo a passo em video . Como incentivo adicional, ela mesmo fez uma fornada e me mostrou como ficaram. Não resisti. Fui até o supermercado. Nessa terra encantada obtive os ingredientes que me faltavam. Uma voz me guiava pelas gôndolas. Voltei para casa ainda sobre o impacto do encantamento e, literalmente, coloquei a mão na massa. Em cada etapa do processo eu sentia como se as sementes de gergelim fossem o pó mágico da Sininho. Com toda e

O crime que compensa

Imagem
Era um ladrão de devaneios. Só roubava aquilo que não existia. Gostava de roubar sorrisos. A vantagem é que seus proprietários só os possuíam no exato momento do crime. Alguns dos seus atos chegavam a ser violentos. Não poucas vezes arrancou suspiros, ar que que vai ao ar. Dos amigos só tirava abraços, roubos mútuos e recíprocos. Das crianças gargalhadas, com seu jeito de bobo da corte. Seu crime preferido, no entanto, era roubar beijos de sua amada. Na rua, em casa, no carro. Quando ela menos percebia, ele perpetrava a ação. Assaltos que todos os dias ela registrava no seu boletim de ocorrências, mas só dava queixa se os roubos diminuiam. Por esse crime ele foi condenado perpetuamente ao amor. Nunca recorreu da sentença.

Mais uma aventura da Mulher-Mola e do Homem-Espuma

Imagem
O silêncio e a tranquilidade da madrugada foram subitamente rompidos pelo barulho ensurdecedor das sirenes da fábrica de cosméticos. Os vizinhos, num primeiro momento, pensaram que pudesse ser um incêndio mas, das janelas, não viam nada que chamasse a atenção. Minutos depois a fábrica estava cercada pela polícia, pelos bombeiros e pela imprensa. O diretor da fábrica explicava para os jornalistas que alguém tinha aberto o cofre principal, onde se encontrava a fórmula secreta do seu famoso creme hidratante. Quando a polícia tentou entrar na fábrica foi recebida a tiros. Era Belly Button, um criminoso especialista em roubo de fórmulas, marcas e patentes, que gritou de dentro do prédio que, se não os deixassem fugir, eles explodiriam a fábrica e, junto com ela, metade do bairro. O comandante da polícia pediu que ele esperasse, precisava de autorização dos seus superiores. Entrou na sua viatura e apertou o botão magenta. Era o último recurso, chamar os super heróis Homem-Espuma e Mulher-Mol

O tempo da música

Imagem
Anita e Oto se conheceram num jantar de família à qual ambos eram agregados. Anita era pianista. Oto professor de dança. Não foi só a música que os uniu, mas esta sempre teve parte fundamental nas suas vidas. Durante o jantar pediram que ela tocasse. Ele não tirou os olhos dos olhos dela. E ouviu cada nota com toda a atenção do mundo. Ela foi muito aplaudida, mas só ele elogiou o repertório que tinha escolhido. Nesse momento, ela se apaixonou. Foi a música que os levou a concertos fantásticos, a belos musicais e a uma constante troca de CD´s e DVD´s. Foi através da música que Oto começou ensinar Anita a dançar. Ela, que até então se julgava dona de dois pés esquerdos, se revelou no salão. Não poucas vezes paravam o que estavam fazendo para sentar e ouvir 19, 20 músicas em seguida, um olhando para o outro. Também foi a música que, muitas vezes, gerou momentos de tensão entre os dois. Anita tinha seus compromissos profissionais, Oto, os dele. O amor provocava uma necessidade brutal de es

A procrastinável antologia de Fevereiro

Imagem
Todos os meses eu seleciono os melhores comentários do mês anterior e os publico aqui completamente fora de contexto. O jogo é justamente lê-los sem voltar aos textos que os provocaram. Alguns comentários são de Janeiro, uma vez que a antologia desse mês era muito curta para ficar isolada. Divirta-se. A cavalo, cheirando lavanda, fresco... ...deve ser professor de escatologia. ...informo que não vou atender telefone seu, tá? Para quem faltou, vai ter recuperação paralela? Os poemas são ótimos, a foto é pavorosa. Acho que vou comungar, minha mente perversa me pegou. Se eu fosse católica tb teria que me confessar!!! Não vejo a hora de estudar o Boro... o que me preocupa no momento é a " corrupção provocada por outros elementos" O ráios...se descubro esse truque,fico rica!!! Esse vai e vem entre a fantasia e a realidade é o mais gostoso da vida. E eu que pensava ter estudado tudo, qdo fiz odontologia... Konoronhkwa ietsi:tewe Deus do céu, que aflição!!! Nojo total!!! O mistério

Oásis

Imagem
Hiérocles , apesar do nome, não era nada aventureiro. O típico sedentário urbano, cheio de atividades intelectuais e nenhum esporte. Por isso mesmo todos se surpreenderam quando ele disse que ia fazer uma excursão para o deserto de Atacama com o objetivo de atravessá-lo à pé. Contrariando todas as expectativas de que iria desistir no último momento, ele foi. Ligou de Santiago avisando que tinha chegado e, dois dias depois um e-mail de Copiapó, a travessia começaria no dia seguinte. O primeiro dia de caminhada foi tranquilo, todo o grupo estava animado. No segundo dia começaram as defecções. Ao final de uma semana só tinham sobrado Hiérocles e o guia. Mal tinham chegado à metade do percurso. Durante o café da manhã foram surpreendidos por uma tempestade de areia. A barraca foi arrastada e eles também. Hiérocles ainda ouviu os gritos do guia tentando avisá-lo de algo, mas não conseguiu entender. Estava sozinho no meio do deserto. O cantil que levava amarrado ao corpo durou um pouco mais