Maricotando
Durante essa semana me lembrei muito da minha avó Maricota. Era a minha avó que gostava de cozinhar (a outra gostava mesmo era de trabalhos manuais, especialmente crochet, e de tocar hinos na gaita). A casa da Maricota era onde nos reuníamos em família para os almoços de domingo. Nunca faltava um bom macarrão feito em casa. Além disso, sempre uma carne (fazia cabrito como ninguém), muita salada, pão e doces. Muitos doces.
Foi com ela que eu aprendi a fazer massa de macarrão, molho de tomate, temperar carnes. Dela vem meu gosto pela noz moscada. Só não aprendi a fazer pão, ainda que muitas vezes ela tem usado os meus braços para sovar a massa.
Me lembro que sempre que chegava o dia das mães ela nem ia à igreja para preparar um almoço de gala para todos. E eu achava isso uma grande contradição. Se ela era a homenageada era quem deveria ter um dia de folga e não de trabalho.
Mas ai de quem tentasse tirá-la da cozinha.
Hoje estiveram na minha casa, para comemorar o dia dos pais, dezesseis pessoas. Irmã, cunhado, pais, sogros, sobrinhos, filhos. A turma toda. E eu fui ontem para a cozinha, de onde só saí quase à meia-noite depois de acabar de fazer os bolinhos para comer com o café.
Além do que eu cozinhei ainda surgiram outras colaborações relevantes. Mas a questão não é o cardápio.
De repente, eu me lembrei do que eu pensava a respeito da minha avó na cozinha no dia das mães. E descobri porque ela não se deixava ser homenageada com uma folga. O maior presente realmente é ter o prazer de servir os demais.
Cozinhar, para mim, sempre foi um gesto de amor. Não faz o menor sentido ir para a cozinha se não for por alguém. Hoje eram 15 alguéns. Uma delícia.
A verdadeira homenagem é ter a família toda reunida em volta da mesa (na minha casa: na mesa, na mesa da cozinha, nos sofás...). O melhor agradecimento são os rostos satisfeitos com o que estão comendo e bebendo.
A Maricota é que sabia das coisas. O grande presente do dia disso ou daquilo é colocar a mão na massa e ter todo mundo em volta da gente.
Foi com ela que eu aprendi a fazer massa de macarrão, molho de tomate, temperar carnes. Dela vem meu gosto pela noz moscada. Só não aprendi a fazer pão, ainda que muitas vezes ela tem usado os meus braços para sovar a massa.
Me lembro que sempre que chegava o dia das mães ela nem ia à igreja para preparar um almoço de gala para todos. E eu achava isso uma grande contradição. Se ela era a homenageada era quem deveria ter um dia de folga e não de trabalho.
Mas ai de quem tentasse tirá-la da cozinha.
Hoje estiveram na minha casa, para comemorar o dia dos pais, dezesseis pessoas. Irmã, cunhado, pais, sogros, sobrinhos, filhos. A turma toda. E eu fui ontem para a cozinha, de onde só saí quase à meia-noite depois de acabar de fazer os bolinhos para comer com o café.
Além do que eu cozinhei ainda surgiram outras colaborações relevantes. Mas a questão não é o cardápio.
De repente, eu me lembrei do que eu pensava a respeito da minha avó na cozinha no dia das mães. E descobri porque ela não se deixava ser homenageada com uma folga. O maior presente realmente é ter o prazer de servir os demais.
Cozinhar, para mim, sempre foi um gesto de amor. Não faz o menor sentido ir para a cozinha se não for por alguém. Hoje eram 15 alguéns. Uma delícia.
A verdadeira homenagem é ter a família toda reunida em volta da mesa (na minha casa: na mesa, na mesa da cozinha, nos sofás...). O melhor agradecimento são os rostos satisfeitos com o que estão comendo e bebendo.
A Maricota é que sabia das coisas. O grande presente do dia disso ou daquilo é colocar a mão na massa e ter todo mundo em volta da gente.
Comentários
beijos
OK! Vc não gosta de champignon e eu não gosto de noz moscada!!! ECA!!! rsrsrs
beijos
Lembrei do tortéi da minha vó, do gostinho da nozmoscada e canela. Era uma festa aos domingos quando a gente ia almoçar lá e esse era o cardápio. Ixi, uma história vai puxando outra, lembrei de mais um tantão de coisas agora. Mas o post não é meu né :-)
Bjos
Eu ,bem sei ,que voce é um ótimo pai.
beijos
Rô
(Mia Couto,em o Fio das Missangas)
Além, é obvio, de bons sentimentos!
E achei os seus pratos, todos, lindissimos!!
Bravo, Fabio!
Bjs!
Até vou à cozinha por amor a alguém, mas prefiro demonstrar meu amor de outras maneiras. Pelo bem de todos e felicidade geral dos esfomeados.
Lu: como assim, recusar uma nobre especiaria?
Elis: o espaço é interativo, nunca se constranja.
Raquel: Obrigado pelo maravilhoso resumo.