Um cara grudento
Na primeira vez que ele usou a expressão ela odiou.
Suas lembranças a respeito do bicho eram as piores possíveis. Recordações da fazenda dos avós aonde ela costumava passar as férias, na sua infância e, não poucas vezes, fora vítimas deles.
Os processos caseiros para se livrar de cada um que tinha se apegado à sua pela eram dolorosos. Até arsênico chegaram a usar, quando a infestação era pior.
Tentou convencê-lo de que não era exatamente aquele apelido carinhoso que ela gostaria de usar para se referir a ele.
Alegou que ele não era um parasita. Ele disse que era paradão nela.
Tentou a questão da hematofagia, até porque ele detestava ver sangue. Mas ele alegou que ela corria na suas veias.
Sua última cartada foi dizer que o bicho era um transmissor de doenças. Ele sabia. Respondeu que quando ela estava longe ele ficava com uma tristeza bovina.
Desistiu de tentar fazê-lo mudar de idéia, mas se recusava a chamá-lo daquele jeito. Ele começou a provocá-la. Deu-lhe um exemplar de gesso que ele mesmo fizera.
Ela não gostou muito, mas não podia jogar fora um presente dele. E os bichos foram se acumulando. De cerâmica, de mármore, de metal.
Até o dia que ele arranjou um ourives que lhe fez um broche em platina com a cabeça de diamante. Aí ela se derreteu toda.
Ele realmente tinha se grudado na sua pele, e ela, apaixonada, reconheceu que ele nunca mais sairia da sua vida.
Nunca mais o chamou de meu gato. Todo mundo estranhava quando ouvia mas, para ela, ele seria para sempre o seu carrapato.
Suas lembranças a respeito do bicho eram as piores possíveis. Recordações da fazenda dos avós aonde ela costumava passar as férias, na sua infância e, não poucas vezes, fora vítimas deles.
Os processos caseiros para se livrar de cada um que tinha se apegado à sua pela eram dolorosos. Até arsênico chegaram a usar, quando a infestação era pior.
Tentou convencê-lo de que não era exatamente aquele apelido carinhoso que ela gostaria de usar para se referir a ele.
Alegou que ele não era um parasita. Ele disse que era paradão nela.
Tentou a questão da hematofagia, até porque ele detestava ver sangue. Mas ele alegou que ela corria na suas veias.
Sua última cartada foi dizer que o bicho era um transmissor de doenças. Ele sabia. Respondeu que quando ela estava longe ele ficava com uma tristeza bovina.
Desistiu de tentar fazê-lo mudar de idéia, mas se recusava a chamá-lo daquele jeito. Ele começou a provocá-la. Deu-lhe um exemplar de gesso que ele mesmo fizera.
Ela não gostou muito, mas não podia jogar fora um presente dele. E os bichos foram se acumulando. De cerâmica, de mármore, de metal.
Até o dia que ele arranjou um ourives que lhe fez um broche em platina com a cabeça de diamante. Aí ela se derreteu toda.
Ele realmente tinha se grudado na sua pele, e ela, apaixonada, reconheceu que ele nunca mais sairia da sua vida.
Nunca mais o chamou de meu gato. Todo mundo estranhava quando ouvia mas, para ela, ele seria para sempre o seu carrapato.
Comentários
beijos e bom dia!
Bjs!
Já dizia uma certa loira... hehe
beijos
Esse mês eu acho que tô fora da antologia.. mas foi por uma boa causa. ;)
Bjo!
beijos
Rô
Bel: você que pensa