Romance virtual

Maurício já estava descasado há três anos e nunca mais encontrara outra pessoa. Muito instrospectivo não conseguia fazer programas onde encontrasse outras mulheres. No trabalho achava que não era adequado cortejar ninguém.

Sara era uma mulher estonteante. Linda, inteligente e bem sucedida. Mas nunca teve namoros firmes. Os homens a temiam, achavam que era areia demais para seus caminhõezinhos.

Maurício começou a explorar a Internet. Não conseguiu se adaptar à nenhuma rede social, não tinha amigos suficientes para compor sua comunidade. Ninguém o chamava para conversar no MSN.

Sara estava decepcionada com a Internet. Muitos homens a adicionavam no Orkut ou no Twitter, mas todos estavam em busca apenas de noites divertidas.

Um dia eles descobriram uma sala de chat. Maurício adotou o codinome de Urso Hibernante, Sara era a Mariposa Technicolor. Começaram a conversar.

Naquele ambiente se despiram de suas limitações. Maurício se tornou romântico e ousado. Sara fazia o gênero de mulher frágil e sensível.

Durante semanas conversaram, trocaram confidências, falaram de suas esperanças. Apaixonaram-se.

Da sala de chat acabaram indo para o MSN. O romance tornou-se cada vez mais picante, mas um não tinham idéia da aparência do outro. Maurício nunca teve uma webcam, Sara não achava correto ele vê-la sem ter reciprocidade.

Marcaram um encontro. Café num shopping num sábado à tarde.

Saindo de casa, no elevador, Maurício encontrou a vizinha de baixo. Pensou consigo mesmo que sua Mariposa podia ser tão bonita quanto ela.

Sara chegou no shopping mas, ao invés de ir direto para o café, ficou parada em frente uma vitrine tentando adivinhar quem poderia ser o Urso.

Enquanto observava viu que um homem conhecido dela chegara, vestido exatamente como o Urso disse que estaria.

Maurício olhou para Sara em frente à loja. Seus olhares de assombro se cruzaram.

Ele? Ela pensou.

Ela? Ele pensou.

Era verdade. Durante meses Maurício, no sétimo andar, namorava virtualmente Sara, do sexto andar.

Sara foi em direção a Maurício, que se levantou. E recebeu um tapa na cara e a frase : "- Seu tarado".

Ainda estatelado na cadeira do café, ele respondeu, enquanto ela ia embora: " - Sua sem-vergonha".

E foram felizes para sempre.

Comentários

clau disse…
Fabio, se eles foram felizes ou nao, pouco importa sabe...?
Pq o importante é que eu fiquei feliz por achar isto pra la de divertido!
E divertido p'ra burro!! rss
Bjs!
Juliana disse…
Cada um é feliz do que jeito que quer.

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