Desafiando Pablo

Muitas vezes eu já cometi traições por aqui.

Recentemente, aprendi com um leitor anônimo do blog que, além de trair eu poderia também desafiar (veja nos comentários aqui)

Por isso hoje eu me arrisco a um desafio. Com a vantagem de que o desafiado não pode reclamar do que fiz com o poema dele.

Pablo queria cinco coisas.
Muitas menos quero eu.
Sobrevivo sem o outono,
inda que seja belo.

A primavera é perfumada,
mesmo assim dispensável.
No inverno me basta o conforto dos seus braços
No verão o teu sorriso me refresca.

Mas, do teu olhar não abro mão
Nas manhãs, noites e madrugadas.
E em primeiro e último: o amor.
Teu amor sem começo nem fim

O original desafiado


Y sólo quiero cinco cosas,
cinco raíces preferidas.
Una es el amor sin fin.

Lo segundo es ver el otoño.
No puedo ser sin que las hojas
vuelen y vuelvan a la tierra.

Lo tercero es el grave invierno,
la lluvia que amé, la caricia
el fuego en el frío silvestre.

En cuarto lugar el verano
redondo como una sandía.

La quinta cosa son tus ojos,
Matilde mía, bienamada,
no quiero dormir sin tus ojos,
no quiero ser sin que me mires:
yo cambio la primavera
por que tú me sigas mirando.

Pablo Neruda em Pido silencio

Comentários

Anônimo disse…
Desafia pablo com maestria.
Vou tentar também:

Preciso da luz dos teus olhos
do seu sorriso, da sua alegria
Sem fim nem começo
Todo dia, toda hora
Porque senão eu morreria

Beijos

Vilma
Juliana disse…
Essa bateu na boca do estômago. Doce e forte.

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