Escrivaninha
Alberto entrou no quarto e deu de cara com a escrivaninha. Voltou para a cozinha, onde Rebeca preparava o jantar, e perguntou o que era aquilo.
Rebeca nem se virou e disse que tinha comprado o móvel para ela. Que queria guardar algumas coisas pessoais.
Ele a questionou se as gavetas do armário não eram suficientes. Públicas demais, ela respondeu, eu preciso de um pouco de intimidade.
E nada mais disse. Nem ele perguntou (mas se roía de curiosidade para saber o que ela ia colocar lá).
No dia seguinte Rebeca pegou uma cadeira, sentou-se defronte à escrivaninha e começou a organizar gaveta por gaveta.
Na primeira colocou os seus segredos de trabalho. O que a diferenciava de todos os demais profissionais da sua área.
Na segunda guardou os segredos de infância. Tão caros que ela forrou a gaveta com um retalho de veludo.
Pegou um pouco de plástico bolha para guardar seus segredos amorosos. Todos tão frágeis.
Outra gaveta guardava os segredos que só ela conhecia do seu corpo. Com cuidado acomodou a pinta que tinha disfarçada na púbis.
Guardou seu segredos culinários. Os segredos literários. Os segredos sem importância.
Quando chegou à última gaveta, fechou a escrivaninha. Trancou, certificou-se de que estava bem lacrada e começou a pensar onde guardar a chave.
Colocou no colar que nunca tirava. Ninguém, nem Alberto, saberia o que estava lá dentro.
Naquela noite Rebeca dormiu feliz e em paz, como nunca antes na vida.
Com a escrivaninha vazia de matéria, e repleta de sonhos.
Rebeca nem se virou e disse que tinha comprado o móvel para ela. Que queria guardar algumas coisas pessoais.
Ele a questionou se as gavetas do armário não eram suficientes. Públicas demais, ela respondeu, eu preciso de um pouco de intimidade.
E nada mais disse. Nem ele perguntou (mas se roía de curiosidade para saber o que ela ia colocar lá).
No dia seguinte Rebeca pegou uma cadeira, sentou-se defronte à escrivaninha e começou a organizar gaveta por gaveta.
Na primeira colocou os seus segredos de trabalho. O que a diferenciava de todos os demais profissionais da sua área.
Na segunda guardou os segredos de infância. Tão caros que ela forrou a gaveta com um retalho de veludo.
Pegou um pouco de plástico bolha para guardar seus segredos amorosos. Todos tão frágeis.
Outra gaveta guardava os segredos que só ela conhecia do seu corpo. Com cuidado acomodou a pinta que tinha disfarçada na púbis.
Guardou seu segredos culinários. Os segredos literários. Os segredos sem importância.
Quando chegou à última gaveta, fechou a escrivaninha. Trancou, certificou-se de que estava bem lacrada e começou a pensar onde guardar a chave.
Colocou no colar que nunca tirava. Ninguém, nem Alberto, saberia o que estava lá dentro.
Naquela noite Rebeca dormiu feliz e em paz, como nunca antes na vida.
Com a escrivaninha vazia de matéria, e repleta de sonhos.
Comentários
Quero tb eu uma escrivanhinha destas!
Boa semana ai para vcs, Fabio.
Bjs!
Beijos de domingo
Vilma