Ao sabor dos vinhos argentinos
Toda copa do mundo de futebol é a mesma coisa. Eu não tenho um rojômetro (aparelho que serviria para medir a quantidade e a intensidade de rojões), mas tenho a impressão de que a festa sempre é maior para as derrotas argentinas do que para as vitórias brasileiras. Se a derrota ainda implicar em desclassificação a demanda de rojões supera a oferta. Quando isso acontece eu, que não solto rojões, aproveito para tomar um bom vinho. Argentino é claro.
Conta a história que em 1556 chegou a Santiago del Estero, região de Cuyo, o padre Juan Cidron trazendo em sua bagagem estacas de vides que originaram os primeiros vinhos da Argentina. No entanto, somente mais de dois séculos depois, em 1777, é que teve início a produção comercial, primeiro com alguns imigrantes portugueses e depois com europeus de outros países que se radicaram em Mendoza. Em 1875, o governo mendocino resolveu investir na produção vitivinícola, contratando o agrônomo francês Aimé Pouget. Dessa época até o final dos anos 50 (do século 20) o consumo argentino cresceu até a marca de cem litros por habitante ao ano. É verdade que a maior parte do vinho produzido era de baixa qualidade, chamados de vinhos gruesos aos quais os argentinos acrescentavam água com gás na hora de beber. Para alguns enólogos, isso era um escândalo, outros porém entendem que era uma decisão sábia, pois o vinho era tão ruim que só se tornava bebível dessa forma.
Na década de 80, começaram a notar que o solo das regiões vinícolas argentinas era muito bom para ser despediçado com os gruesos. Afinal era o mesmo solo onde, do outro lado dos Andes, os chilenos produziam vinhos de alta qualidade e, se isso era um ótimo negócio para os chilenos, por que não seria também para os argentinos? Novas cepas foram plantadas, os métodos industriais modernizados e especialistas estrangeiros contratados. Atualmente, a Argentina produz vinhos de excelente qualidade.
A malbec é a uva mais difundida entre os vinhos finos apesar de que os vinhos que gera nem sempre são elegantes, um pouco pesados demais. Alguns vinhos cortados com essa uva, porém, conseguem ser excepcionais. Além da malbec, destacam-se a cabernet sauvignon, a merlot e a syrah. A uva semillon é a mais importante entre os brancos finos, mas vem perdendo terreno rapidamente para a chardonnay, que produz um vinho com mais acidez e menos oxidação.
A Argentina , assim como o Brasil e o Chile, não tem um sistema de regiões demarcadas como existe na Europa, o que torna mais difícil a identificação dos melhores vinhos. Para isso é necessário conhecer os produtores. As regiões que produzem os vinhos finos (apesar de também produzirem os gruesos) são Mendoza - a maior delas, Salta, La Rioja não confundir com os riojanos espanhóis), San Juan e Rio Negro.
Infelizmente, os melhores vinhos argentinos são muito difíceis de encontrar no Brasil ou, quando encontrados são incompráveis. Os melhores que tomei até hoje foram da Catena, de Mendoza, tanto o Catena Zapata como o Angélica Zapata são fora de série. Vemos com bastante freqüência os vinhos médios e bons. Mesmo esses valem a experiência. De qualquer forma, se você encontrar algum dos melhores pela sua frente, talvez valha a pena um investimento ocasional, além de beber um vinho de primeira classe você ainda pode ajudar a economia dos nossos hermanos argentinos.
Conta a história que em 1556 chegou a Santiago del Estero, região de Cuyo, o padre Juan Cidron trazendo em sua bagagem estacas de vides que originaram os primeiros vinhos da Argentina. No entanto, somente mais de dois séculos depois, em 1777, é que teve início a produção comercial, primeiro com alguns imigrantes portugueses e depois com europeus de outros países que se radicaram em Mendoza. Em 1875, o governo mendocino resolveu investir na produção vitivinícola, contratando o agrônomo francês Aimé Pouget. Dessa época até o final dos anos 50 (do século 20) o consumo argentino cresceu até a marca de cem litros por habitante ao ano. É verdade que a maior parte do vinho produzido era de baixa qualidade, chamados de vinhos gruesos aos quais os argentinos acrescentavam água com gás na hora de beber. Para alguns enólogos, isso era um escândalo, outros porém entendem que era uma decisão sábia, pois o vinho era tão ruim que só se tornava bebível dessa forma.
Na década de 80, começaram a notar que o solo das regiões vinícolas argentinas era muito bom para ser despediçado com os gruesos. Afinal era o mesmo solo onde, do outro lado dos Andes, os chilenos produziam vinhos de alta qualidade e, se isso era um ótimo negócio para os chilenos, por que não seria também para os argentinos? Novas cepas foram plantadas, os métodos industriais modernizados e especialistas estrangeiros contratados. Atualmente, a Argentina produz vinhos de excelente qualidade.
A malbec é a uva mais difundida entre os vinhos finos apesar de que os vinhos que gera nem sempre são elegantes, um pouco pesados demais. Alguns vinhos cortados com essa uva, porém, conseguem ser excepcionais. Além da malbec, destacam-se a cabernet sauvignon, a merlot e a syrah. A uva semillon é a mais importante entre os brancos finos, mas vem perdendo terreno rapidamente para a chardonnay, que produz um vinho com mais acidez e menos oxidação.
A Argentina , assim como o Brasil e o Chile, não tem um sistema de regiões demarcadas como existe na Europa, o que torna mais difícil a identificação dos melhores vinhos. Para isso é necessário conhecer os produtores. As regiões que produzem os vinhos finos (apesar de também produzirem os gruesos) são Mendoza - a maior delas, Salta, La Rioja não confundir com os riojanos espanhóis), San Juan e Rio Negro.
Infelizmente, os melhores vinhos argentinos são muito difíceis de encontrar no Brasil ou, quando encontrados são incompráveis. Os melhores que tomei até hoje foram da Catena, de Mendoza, tanto o Catena Zapata como o Angélica Zapata são fora de série. Vemos com bastante freqüência os vinhos médios e bons. Mesmo esses valem a experiência. De qualquer forma, se você encontrar algum dos melhores pela sua frente, talvez valha a pena um investimento ocasional, além de beber um vinho de primeira classe você ainda pode ajudar a economia dos nossos hermanos argentinos.
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