Tenares, deltóides, bucinadores e orbiculares
Eu odeio mão mole. Aquelas pessoas que te cumprimentam como se estivessem dando seu último suspiro no leito de morte. Geralmente a mão é mole e fria. A minha vontade é de apertar com força até moer todos os ossinhos. Mas nunca tive coragem de fazer isso. Mas deveria. Gente de mão mole também costuma ser pálida, apática e chata. Não sei se algum fisioterapeuta junto com um psicólogo não poderiam desenvolver uma tese a respeito da correlação entre a mão mole e abulia. Provavelmente as minhas perorações seriam comprovadas cientificamente.
Mão não é só a mão mole que me incomoda entre os contatos físicos sociais.
Não chego a odiar, mas também questiono o abraço de tapinhas. Típico de executivos. Nunca vi mulheres trocando tapinhas nas costas. Mas o gerente de vendas e o diretor financeiro que se odeiam (um cortou as comissões do outro e mesmo assim o cara de vendas ainda ganha mais que o financeiro) não deixam de se tratar cordialmente com tapinhas. Imagino que seja um substituto para as adagas que eles gostariam de enfiar, um nas costas do outro. Na falta delas, os tapinhas.
Outro caso é o da síndrome de formiga. Todo mundo já observou formigas no jardim, e não poucas vezes dentro de casa. Quando duas se encontram indo em direção opostas elas tocam as antenas e continuam em frente. Seres humanos trocam bochechadas. Mesmo porque o que chamam de beijinhos são apenas beijos jogados no ar durante a trombada de músculos bucinadores. Ainda tem como agravante o fato de que eu nunca sei qual é o protocolo das bochechadas. Já aconteceu mais de uma vez de eu avançar mais uma vez, quando deveria ter parado. Ou parar e deixar a pessoa com a boca no vácuo.
Agora começa a mania dos selinhos. Dessa eu estou fora. Beijo na boca, por mais leve ou rápido que seja, para mim é exclusivo da mulher amada. Sair beijando qualquer um na boca é uma profunda vulgarização do ato de beijar. Da mesma forma que trocar selinhos com filhos é uma erotização absolutamente desnecessária (já não chega o que a televisão está fazendo com elas ?)
Quando eu aperto a mão, é para valer. Para transmitir firmeza e confiança.
Meu abraço pode não ser para todos, mas aqueles que eu gosto, abraço com gosto.
Beijo, as pessoas que eu beijo, com os lábios tocando as bochechas, caso contrário, melhor nem beijar.
Na boca, só ela.
Mão não é só a mão mole que me incomoda entre os contatos físicos sociais.
Não chego a odiar, mas também questiono o abraço de tapinhas. Típico de executivos. Nunca vi mulheres trocando tapinhas nas costas. Mas o gerente de vendas e o diretor financeiro que se odeiam (um cortou as comissões do outro e mesmo assim o cara de vendas ainda ganha mais que o financeiro) não deixam de se tratar cordialmente com tapinhas. Imagino que seja um substituto para as adagas que eles gostariam de enfiar, um nas costas do outro. Na falta delas, os tapinhas.
Outro caso é o da síndrome de formiga. Todo mundo já observou formigas no jardim, e não poucas vezes dentro de casa. Quando duas se encontram indo em direção opostas elas tocam as antenas e continuam em frente. Seres humanos trocam bochechadas. Mesmo porque o que chamam de beijinhos são apenas beijos jogados no ar durante a trombada de músculos bucinadores. Ainda tem como agravante o fato de que eu nunca sei qual é o protocolo das bochechadas. Já aconteceu mais de uma vez de eu avançar mais uma vez, quando deveria ter parado. Ou parar e deixar a pessoa com a boca no vácuo.
Agora começa a mania dos selinhos. Dessa eu estou fora. Beijo na boca, por mais leve ou rápido que seja, para mim é exclusivo da mulher amada. Sair beijando qualquer um na boca é uma profunda vulgarização do ato de beijar. Da mesma forma que trocar selinhos com filhos é uma erotização absolutamente desnecessária (já não chega o que a televisão está fazendo com elas ?)
Quando eu aperto a mão, é para valer. Para transmitir firmeza e confiança.
Meu abraço pode não ser para todos, mas aqueles que eu gosto, abraço com gosto.
Beijo, as pessoas que eu beijo, com os lábios tocando as bochechas, caso contrário, melhor nem beijar.
Na boca, só ela.
Comentários
Também sou contra a burocratização e a banalização do beijo.
Beijo bom nas bochechas é o estalado!
Mas eu dou selinho nas minhas filhotas e não vejo nada de erótico nisso...
Selinho entre adultos está na moda? Pois para mim já esteve e já se foi. Nos anos 80, lá no Rio, entrei nessa por um curtíssimo período. Até descobrir rapidamente que para alguns malandros o selinho nada mais era do que uma oportunidade de se tirar uma casquinha. Aí eu tb tô fora!
A vantagem aqui de São Paulo é que pelo menos o cumprimento se resume apenas a um beijo e não a dois como no Rio ou três como não lembro mais onde. Aí é um desastre porque vc acaba tropeçando naquela boca que vc jamais beijaria por livre e espontânea vontade