Sexta feira,13 horas.
Alguns dias da semana são absolutamente inóquos. Ninguém costuma fazer referências específicas às terças, quartas e quintas. Todo mundo odeia as segundas-feiras. Os sábados são bem aproveitados. Os domingos nem tanto, mesmo porque muitas pessoas gostam de sofrer antecipadamente e, no meio da tarde, já começam a pensar no dia seguinte. As sextas-feiras funcionam como o domingo invertido. Já se começa a pensar no fim de semana que está chegando.
Mais que isso, as sextas receberam em torno delas alguns ritos de relaxamento. É o dia de se vestir de forma casual (exceto em empresas com chefes paranóicos). Também é o dia de almoços mais prolongados. Sabe-se lá o por que. Eu preferiria um almoço com mais tempo às quartas, assim daria uma quebrada no meio da semana. Mas quem levou o prêmio foram as sextas. Também é o dia do happy-hour, com a desculpa que não é necessário acordar cedo no dia seguinte. E, de vez em quando, uma sexta-feira é mais sexta que outras.
Quando Antenor e Adelaide se encontraram no escritório naquela sexta feira, exceto pelos trajes casuais, ainda não tinham entrado no espírito do dia. Cara de sono. O mau humor habitual. Cartão de ponto. Ela estava cheia de trabalho e, para completar, ficara responsável por fazer o lanche de final de dia para comemorar os aniversariantes do mês. O cumprimento não passou de um resmungo para lá e outro para cá. Nada fora da rotina.
Por volta das 10 horas, quando Antenor caminhava em direção à contabilidade para tirar uma dúvida sobre um lançamento que lhe pareceu estranho, ele passou pela mesa de Adelaide quase sem olhá-la. Mas olhou. Ela estava com um brilho diferente. Ele não conseguiu identificar bem a origem do mesmo. Na volta passou mais devagar e prestou atenção. Ela estava bonita. Mesmo que ainda não conseguisse entender o motivo. Já a tinha visto com aquela roupa. Nunca reparara que o decote era tão sugestivo. Quase de forma automática convidou-a para almoçar. Ela, mesmo surpresa com o convite inusitado, aceitou. Meio dia ? Sim, meio dia, eu passo por aqui.
Podiam ter ido almoçar a pé. Havia dezenas de restaurantes nos arredores. Mas ele pegou o carro. Era sexta-feira, o almoço poderia ser mais longo. Ela entrou no carro cheia de interrogações. E feliz. Era óbvio que existia uma tensão sexual no ar. Justo entre eles que nunca tinham trocado mais que cumprimentos e frases relacionadas a trabalho. Ela gostaria que ele tivesse perguntado onde ela queria ir. Ele foi decidido para o restaurante francês do shopping, sem perguntar. Vinho ? Só uma taça. A comida está boa ? Quer experimentar a minha ? Aqui tem uma sobremesa ótima... Café ? O meu com leite.
Ele olhou no relógio. 13 horas. Apesar da sexta feira, ela lembrou do lanche que ainda tinha de preparar. Ele lembrou da ligação que prometera ao chefe. Ambos queriam mais. Os olhares pediam mais. Nenhum dos dois teve coragem de avançar o sinal. Voltaram.
Quando se encontraram de novo já era segunda-feira. E segunda-feira, vocês sabem, é um dia muito desfavorável para romances.
Mais que isso, as sextas receberam em torno delas alguns ritos de relaxamento. É o dia de se vestir de forma casual (exceto em empresas com chefes paranóicos). Também é o dia de almoços mais prolongados. Sabe-se lá o por que. Eu preferiria um almoço com mais tempo às quartas, assim daria uma quebrada no meio da semana. Mas quem levou o prêmio foram as sextas. Também é o dia do happy-hour, com a desculpa que não é necessário acordar cedo no dia seguinte. E, de vez em quando, uma sexta-feira é mais sexta que outras.
Quando Antenor e Adelaide se encontraram no escritório naquela sexta feira, exceto pelos trajes casuais, ainda não tinham entrado no espírito do dia. Cara de sono. O mau humor habitual. Cartão de ponto. Ela estava cheia de trabalho e, para completar, ficara responsável por fazer o lanche de final de dia para comemorar os aniversariantes do mês. O cumprimento não passou de um resmungo para lá e outro para cá. Nada fora da rotina.
Por volta das 10 horas, quando Antenor caminhava em direção à contabilidade para tirar uma dúvida sobre um lançamento que lhe pareceu estranho, ele passou pela mesa de Adelaide quase sem olhá-la. Mas olhou. Ela estava com um brilho diferente. Ele não conseguiu identificar bem a origem do mesmo. Na volta passou mais devagar e prestou atenção. Ela estava bonita. Mesmo que ainda não conseguisse entender o motivo. Já a tinha visto com aquela roupa. Nunca reparara que o decote era tão sugestivo. Quase de forma automática convidou-a para almoçar. Ela, mesmo surpresa com o convite inusitado, aceitou. Meio dia ? Sim, meio dia, eu passo por aqui.
Podiam ter ido almoçar a pé. Havia dezenas de restaurantes nos arredores. Mas ele pegou o carro. Era sexta-feira, o almoço poderia ser mais longo. Ela entrou no carro cheia de interrogações. E feliz. Era óbvio que existia uma tensão sexual no ar. Justo entre eles que nunca tinham trocado mais que cumprimentos e frases relacionadas a trabalho. Ela gostaria que ele tivesse perguntado onde ela queria ir. Ele foi decidido para o restaurante francês do shopping, sem perguntar. Vinho ? Só uma taça. A comida está boa ? Quer experimentar a minha ? Aqui tem uma sobremesa ótima... Café ? O meu com leite.
Ele olhou no relógio. 13 horas. Apesar da sexta feira, ela lembrou do lanche que ainda tinha de preparar. Ele lembrou da ligação que prometera ao chefe. Ambos queriam mais. Os olhares pediam mais. Nenhum dos dois teve coragem de avançar o sinal. Voltaram.
Quando se encontraram de novo já era segunda-feira. E segunda-feira, vocês sabem, é um dia muito desfavorável para romances.
Comentários
Amei!!!
... parabéns chato....rs.
Não zanga comigo... a chata!
Mesmo não se tratando de um "alagoano", o moderador do Observatório me permitiu a publicação de tão ilustre colaborador, que é V. Sa.
Um abraço e bom resto de domingo.
Rita
http://www.observatorioalagoano.com/index.php?mostrar=noticiacompleta&id=f3ed64b676