Defectiva é a língua
Eu não sei quem foi que batizou os tempos verbais da língua portuguesa. Mas tenho certeza que o dito cujo era bem mais insano do que eu.
Primeiro inventou uma história de tempos primitivos. Eu imagino que esses eram os tempos da idade da pedra lascada da última flor do Lácio. Segundo essa classificação, os tempos primitivos são apenas três : o presente do indicativo, o pretérito perfeito e o infinitivo. Todos os demais são apenas derivados. Se um derivado de leite é um laticínio, imagino que os tempos derivados deveriam ser chamados de verbocínios.
Depois começou a batizar os demais tempos com nomes que não fazem o menor sentido. A vida funciona de forma bastante simples : existem fatos que acontecem no momento da fala, fatos que já aconteceram e acabaram, fatos em andamento (e até o gerúndio pode ser usado corretamente) e fatos que acontecerão no futuro. Mas para que simplificar ? Isso acabaria com o emprego de centenas de professores de português, revisores e comentaristas de jornal e televisão.
Alguém pode me explicar por quê não chamar o passado de passado ? Precisa ser pretérito ? Pior, precisa dividir o pretérito em perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito ? Ah...entendo, existem fatos no nosso passado que foram perfeitos e outros nem tanto. Tenho na lembrança alguns que chegaram a ser mais-que-perfeitos. Imagino que, nesse caso, o uso de cada uma dessas formas tenha uma função adverbial. Eu amei é perfeito. Se eu amava, passa a ser imperfeito. Mas se eu disser que eu amara isso chega a ser mais que perfeito. Seja lá quem tiver sido a Mara.
Mas, sem dúvida nenhuma, o meu tempo preferido quanto à sua insanidade é o futuro do pretérito. É um tempo sem noção dele mesmo. Como algo pode estar no futuro do passado ? Imagino que, se tirarmos a média, o futuro do pretérito na verdade é o presente. Chega a ser um sintoma indicativo da criatividade dos lingüístas. Tudo bem que Einstein provou que o tempo não existe (ou pelo menos é relativo, como alguns verbos), mas como explicar a um aluno de 4a série que a ação ocorre no futuro mas ela soa como sendo do passado ?
Defectivo foi quem inventou isso ou, na melhor das hipótese, um sujeito completamente irregular. Chega a ser imperativo que alguém tome alguma medida a esse respeito. E não apenas medidas subjuntivas. Quem poderia ser ? O Aurélio e o Houaiss já morreram, assim como algumas línguas, quem assumirá de forma nominal essa cruzada ? Mesmo que seja por um período transitivo, precisamos de um novo regente da língua portuguesa.
Você se habilita ?
Primeiro inventou uma história de tempos primitivos. Eu imagino que esses eram os tempos da idade da pedra lascada da última flor do Lácio. Segundo essa classificação, os tempos primitivos são apenas três : o presente do indicativo, o pretérito perfeito e o infinitivo. Todos os demais são apenas derivados. Se um derivado de leite é um laticínio, imagino que os tempos derivados deveriam ser chamados de verbocínios.
Depois começou a batizar os demais tempos com nomes que não fazem o menor sentido. A vida funciona de forma bastante simples : existem fatos que acontecem no momento da fala, fatos que já aconteceram e acabaram, fatos em andamento (e até o gerúndio pode ser usado corretamente) e fatos que acontecerão no futuro. Mas para que simplificar ? Isso acabaria com o emprego de centenas de professores de português, revisores e comentaristas de jornal e televisão.
Alguém pode me explicar por quê não chamar o passado de passado ? Precisa ser pretérito ? Pior, precisa dividir o pretérito em perfeito, imperfeito e mais-que-perfeito ? Ah...entendo, existem fatos no nosso passado que foram perfeitos e outros nem tanto. Tenho na lembrança alguns que chegaram a ser mais-que-perfeitos. Imagino que, nesse caso, o uso de cada uma dessas formas tenha uma função adverbial. Eu amei é perfeito. Se eu amava, passa a ser imperfeito. Mas se eu disser que eu amara isso chega a ser mais que perfeito. Seja lá quem tiver sido a Mara.
Mas, sem dúvida nenhuma, o meu tempo preferido quanto à sua insanidade é o futuro do pretérito. É um tempo sem noção dele mesmo. Como algo pode estar no futuro do passado ? Imagino que, se tirarmos a média, o futuro do pretérito na verdade é o presente. Chega a ser um sintoma indicativo da criatividade dos lingüístas. Tudo bem que Einstein provou que o tempo não existe (ou pelo menos é relativo, como alguns verbos), mas como explicar a um aluno de 4a série que a ação ocorre no futuro mas ela soa como sendo do passado ?
Defectivo foi quem inventou isso ou, na melhor das hipótese, um sujeito completamente irregular. Chega a ser imperativo que alguém tome alguma medida a esse respeito. E não apenas medidas subjuntivas. Quem poderia ser ? O Aurélio e o Houaiss já morreram, assim como algumas línguas, quem assumirá de forma nominal essa cruzada ? Mesmo que seja por um período transitivo, precisamos de um novo regente da língua portuguesa.
Você se habilita ?
Comentários
Tomo a liberdade de encaminh�-lo para um site de impressa independente, aqui de Alagoas, muito bem conceituada.
O site � www.observatorioalagoano.com.
Um abra�o.
Rita Mendon�a
bijim de malmal
pra falar a verdade, eu comecei escrevendo esse comentário em discordância mas estou quase convencida de que podíamos mesmo mudar os nomes dos tempos verbais... alguns professores de português perderiam seus empregos, mas as editoras!!! ah, essas sim vão se dar bastante bem com a demanda pelas novas gramáticas. não sei se vc se lembra da campanha difamatória que o aurélio sofreu na época do lançamento do houaiss... até o Jornal Nacional participou. nao quero dizer com isso que não devamos fazer nenhuma alteração por causa das editoras, mas é preciso pensar bem antes.
Desenha...mesmo porque de manhã eu sou meio lento...hahaha
Mande-me uma parede por sedex...