Homicítrico
Um dia, em algum lugar do mundo, alguém que não tinha mais o que fazer descobriu que existia uma certa afinidade entre o sumo do limão e os frutos do mar.
Alguns alegam que foi Robinson Crusoe, outros que foi Gulliver. Seja qual deles for ou qualquer outro náufrago solitário, sua invenção deveria ter ficado enterrada e perdida.
Mas não ficou e, desde então, as pessoas passaram a usar a rutácea como tempero de peixes, siris, lulas e outros monstros abisssais.
Não teria se transformado em um desastre completo se um desavisado não tivesse tido a idéia de pingar o suco de limão depois do prato pronto e, pior, achar bom.
A partir daí todos os restaurantes de praia, de Almeriana à Barra do Chuí passaram a enfeitar os seus pratos com rodelas de limão.
E nunca mais ninguém soube qual era o sabor original dos seres marinhos, tão pouco dos temperos em que foram feitos.
Repare bem. Um sujeito recebe sua casquinha de siri, que o cozinheiro teve o trabalho de refogar em leite de côco e coentro, acertar o sal, acrescentar pedaços de tomate e cebola e a primeira coisa que acontece é a coitada levar um banho de limão.
Por isso que os chefs que trabalham com frutos do mar se recusam a andar pelo salão do restaurante. Acabariam cometendo homicídios em série.
Eu mesmo já fui vítima desse hábito execrável. Já assisti pratos que eu levei horas para fazer sendo detonados com jorros cítricos.
Só encontrei uma solução para isso. Quando faço frutos do mar, me certifico que não tenho nenhum limão dentro de casa e, se tiver, escondo.
Não sei se isso agrada os comensais. Pelo menos eu não me aborreço.
Alguns alegam que foi Robinson Crusoe, outros que foi Gulliver. Seja qual deles for ou qualquer outro náufrago solitário, sua invenção deveria ter ficado enterrada e perdida.
Mas não ficou e, desde então, as pessoas passaram a usar a rutácea como tempero de peixes, siris, lulas e outros monstros abisssais.
Não teria se transformado em um desastre completo se um desavisado não tivesse tido a idéia de pingar o suco de limão depois do prato pronto e, pior, achar bom.
A partir daí todos os restaurantes de praia, de Almeriana à Barra do Chuí passaram a enfeitar os seus pratos com rodelas de limão.
E nunca mais ninguém soube qual era o sabor original dos seres marinhos, tão pouco dos temperos em que foram feitos.
Repare bem. Um sujeito recebe sua casquinha de siri, que o cozinheiro teve o trabalho de refogar em leite de côco e coentro, acertar o sal, acrescentar pedaços de tomate e cebola e a primeira coisa que acontece é a coitada levar um banho de limão.
Por isso que os chefs que trabalham com frutos do mar se recusam a andar pelo salão do restaurante. Acabariam cometendo homicídios em série.
Eu mesmo já fui vítima desse hábito execrável. Já assisti pratos que eu levei horas para fazer sendo detonados com jorros cítricos.
Só encontrei uma solução para isso. Quando faço frutos do mar, me certifico que não tenho nenhum limão dentro de casa e, se tiver, escondo.
Não sei se isso agrada os comensais. Pelo menos eu não me aborreço.
Comentários
Concordo integralmente.
Abomino limão na comida ou em qualquer bebida. Por que todo mundo acha que coca-cola tem que ter "gelo e limão"?
E já trazem tudo junto, sem nem perguntar.
Pior é o garçom da AABB, que ouve todo santo sábado: "uma coca COM gelo e SEM limão", e traz COM limão SEM gelo. É mole???