Poemétrico


Vinhas inocente, rindo graciosa, irrompendo na imaginação aguardada.

Somente um sincero amor nos aninharia

Assim nada anteciparia soluções usadas suavemente

Apenas idéias nuas, irresponsáveis gritos, rondariam invisíveis votos.

Veredas indicando rastros gastos iluminados nesse anoitecer

Seremos únicos, sentiremos amanhã, noturnos apaixonados.

Comentários

Anônimo disse…
Brinca mais que eu estou gostando.
Caro Fabio.
Grato pela visita ao ControlVerso.
Eis alguns dados extraídos da comunidade do Orkut, criada para homenagear Írio Rodrigues, o Poeta Pobre, ainda em vida:
"Írio Rodrigues, o Poeta Pobre (1937 – 2006), morto aos 69 anos de idade, nunca freqüentou escola; tendo aprendido a ler sozinho, aos nove, ainda na infância sua veia poética despertou; órfão de pai, ajudava a mãe, lavadeira, no sustento da família de cinco irmãos. Adulto, morou no Rio e em São Paulo, onde passou por muitas dificuldades. Dizia ter perdido a conta de quantos poemas escreveu; sua obra é marcada por uma temática que remete ao social quase que em sua totalidade, sem aprofundamento ideológico ou filosófico, mas com forte acento anímico/emocional. Nos tempos que antecederam seu falecimento residiu numa pensão no centro de Rio Grande – RS, sobrevivendo de doações e das vendas de suas poesias (editadas por ele mesmo ano após ano, em xerox). Seu único livro até agora publicado é uma compilação cujo título é “Coletânea 2003”. Não obteve o devido reconhecimento em vida, mas sua presença finca-se pela qualidade de sua obra e pelo valor de sua pessoa, elementos que transcendem a morte."
Fonte:
http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=7464836
Assim que der, te mando alguns poemas dele.
Um abraço, Zé Roig.
Oi, Fábio, conforme prometido, um dos poemas de Írio Rodrigues, o Poeta Pobre.

AS RUAS DO DESAMOR

E continua a fome de nossa gente
E até disputa por comida.
Entre os mendigos que andam aí diariamente
A remexerem nas lixeiras, os Tristes Vidas.

A sociedade está cega, meu irmão.
Não sente dó ao ver um ente na calçada
Feito um cachorro a dormir ali no chão.
Finge não ver mais uma alma abandonada.

Quanta tristeza pelas ruas, pelas praças
Gente dormindo em cama de papelão.
Loucos de frio, de fome, que desgraça,
No dia a dia do mundo da ingratidão.

E andam aí estes pobres indigentes,
Sem esperança, sem um lar, sem ter ninguém
Que os conforte, pois não passam de carentes,
E a sociedade ainda os trata com desdém.

E até quando andarão por esta vida
Os desgraçados da vereda do amargor,
Perambulando de esperanças já perdidas
Nas ruas tristes do mundo do desamor.

In: RODRIGUES, Írio (O Poeta Pobre). Coletânea 2003. Rio Grande: edição do autor (Salisgráfica), 2003. 1º ed. p. 37
O Tempo Passa disse…
Tens um comando invejável da língua de Camões. Acrescida de sensibilidade, que te sobra... vais dar inveja assim na pqp!!!!

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