Nossa (??) língua portuguesa? O retorno
João era ladino desde bacuri. Nunca dava trela para panca marrudo nem fazia picuinha por meia-pataca. Mesmo sendo um caboco do cafundó não costumava se estorvá.
Na roça era um pé-de-boi, nem fastiava nem se metia em fuá. Punha a fuça na enxada, que não dava para ganhar os tufos.
Um dia, avuado, deu um tropicão e se arranjou um unheiro de trincá, quase ficou zambeta. Mas ficar em casa como pata-choca não ornava com ele.
Antes que batesse a gastura e acabasse numa sororóca, mandou chamar o boticário da vila, uma mistura de charlatão com curandeiro.
O janota chegou desgueio, carregando um emborná e um jacá cheio dos trem.
João, acabrunhado, contou que tinha feito uma bestagem pros lado da grota, que parecia um quebranto no cambito.
O facultativo do arraiá achou que era xurumela, e começou a relá, entre um trelê e outro, até que mexeu no táio e João soltou os cachorros :
"- Quá ! ocê num tá vendo que eu tô escangaiado ? Já vai fincando...módequê ?
O farmacêutico se acoitô e quase deu o pira, mas era intojado e não queria deixar serviço pela metade. Deu uma gaitada, enquanto campiava o táio, pichou fora a casca e tacô iodo na xixilenta que deixou João sem fôrgo.
" - Num tô aqui para adular tôco nem para fazer agrado. Vou arrumá a nódia, depois inté pico a mula, mas só saio sem questã."
João sentiu a quentura enriba da perna e, mesmo enfezado e birrento, viu que não adiantava pelejá. O cara era papudo, mas era mais forte que quebra peito, não dava para gorá. Enxoxou.
O boticário acabou o serviço. Tomou uma caneca de café prá boca de pito e foi embora.
Dois dias depois João já estava trabalhando de novo.
Na roça era um pé-de-boi, nem fastiava nem se metia em fuá. Punha a fuça na enxada, que não dava para ganhar os tufos.
Um dia, avuado, deu um tropicão e se arranjou um unheiro de trincá, quase ficou zambeta. Mas ficar em casa como pata-choca não ornava com ele.
Antes que batesse a gastura e acabasse numa sororóca, mandou chamar o boticário da vila, uma mistura de charlatão com curandeiro.
O janota chegou desgueio, carregando um emborná e um jacá cheio dos trem.
João, acabrunhado, contou que tinha feito uma bestagem pros lado da grota, que parecia um quebranto no cambito.
O facultativo do arraiá achou que era xurumela, e começou a relá, entre um trelê e outro, até que mexeu no táio e João soltou os cachorros :
"- Quá ! ocê num tá vendo que eu tô escangaiado ? Já vai fincando...módequê ?
O farmacêutico se acoitô e quase deu o pira, mas era intojado e não queria deixar serviço pela metade. Deu uma gaitada, enquanto campiava o táio, pichou fora a casca e tacô iodo na xixilenta que deixou João sem fôrgo.
" - Num tô aqui para adular tôco nem para fazer agrado. Vou arrumá a nódia, depois inté pico a mula, mas só saio sem questã."
João sentiu a quentura enriba da perna e, mesmo enfezado e birrento, viu que não adiantava pelejá. O cara era papudo, mas era mais forte que quebra peito, não dava para gorá. Enxoxou.
O boticário acabou o serviço. Tomou uma caneca de café prá boca de pito e foi embora.
Dois dias depois João já estava trabalhando de novo.
Comentários
A foto me lembrou meu avô, se bem que ele usava um canivete para desfiar o fumo e o banquinho era de estimação, era caprichado, eu e meus primos vivíamos brigando para ver quem sentava nele quando meu avô não estava por perto. Na última vez que o vi ele ainda estava no banquinho, com a palha atrás da orelha desfiando o fumo e contando seus "causos" intermináveis e quase ináudiveis por conta da idade, mas não tinha importância, eu já sabia de cor e salteado... quantas saudades... você me fez chorar hoje...
Tindi tudin!!
Bjoquin
"dois dia despois, João já tava trabaianu di novo".
Eta coisa boa sô!!!
Se pode dizer as coisas da maneira mais clara e concisa possivel, mas nao é garantido que o interlocutar a decofifique como esperamos...
Dai a importancia do Marcel Marceau.
Rsss.
Bjs!