Dentes atque pedes asinini exordia amoris
Conta-se que a rainha Coleóptera III, esposa do faraó Tutancamon - o belo, certo dia levou um tombo nas escadarias de Mênfis e, na queda, perdeu seis dentes da frente. O soberano preocupado com a aparência de sua consorte e com medo de ser denominado o faraó da banguela chamou todos os médicos do alto Nilo para resolver a questão.
Um dos médicos que participava costumeiramente de congressos internacionais comentou a respeito de uma descoberta do oriente chamada dentadura Yagyu, era uma invenção feita em madeira tsuguê, árvore nativa do Japão.
Empolgado, o monarca mandou que uma missão fosse até aquele país remoto e só voltasse com um exemplar que coubesse na boca da rainha. Os missionários jamais voltaram e, quando se deu conta disso Tutancamon mandou que os médicos fizessem uma dentadura de junco, uma vez que não encontraram nenhum árvore de tsuguê em todo o reino. Não só, não encontraram, como não faziam a menor idéia do que seria uma árvore desse tipo.
A dentadura de junco não resistiu ao primeiro bife de camelo que a rainha tentou comer e desmanchou-se toda. Os esculápios faraônicos resolveram então radicalizar e criaram um modelo feito com dentes de gavial sobre uma base de lápis lazuli. A dentadura foi fixada com goma arábica e funcionou muito bem até o dia em que o faraó apareceu na sala do trono cheio de marcas de dentes, onde foi alvo de risotas mal contidas pelos seus cortesãos. Irritado com a chacota, mandou que Coleóptera III fosse atirada aos crocodilos.
Apesar do insucesso prático, a invenção dos antigos clínicos ptolomaicos ganhou o mundo. Em Roma as dentaduras eram feitas com dentes de javali, na Gália com maxilares de cachalotes e na Britania utilizavam-se de exemplares odontológicos de faisões.
Os bichos só deixaram de ser sacrificados por sua dentição quando, em 1754, um barbeiro de Sevilha esculpiu os primeiros dentes de madrepérola. Eram tão sofisticados que muitos nobres resolveram arrancar os seus dentes originais para usar essas dentaduras que eram chiquérrimas.
O desenvolvimento de materiais proporcionou a criação de dentes postiços de ouro, mirra e incenso. Atualmente são usadas resinas acrílicas, vinílicas e alquídicas. As classes mais abastadas, por exemplo, só se satisfazem com resinas idílicas.
Caso você esteja na fase de encomendar a sua dentadura, eu sugiro que o faça somente com odontólogos que conheçam profundamente a história e as origens da dita dura, caso contrário você corre o risco de também ser lançado aos jacarés (até porque, no Brasil, nós não temos crocodilos)
Um dos médicos que participava costumeiramente de congressos internacionais comentou a respeito de uma descoberta do oriente chamada dentadura Yagyu, era uma invenção feita em madeira tsuguê, árvore nativa do Japão.
Empolgado, o monarca mandou que uma missão fosse até aquele país remoto e só voltasse com um exemplar que coubesse na boca da rainha. Os missionários jamais voltaram e, quando se deu conta disso Tutancamon mandou que os médicos fizessem uma dentadura de junco, uma vez que não encontraram nenhum árvore de tsuguê em todo o reino. Não só, não encontraram, como não faziam a menor idéia do que seria uma árvore desse tipo.
A dentadura de junco não resistiu ao primeiro bife de camelo que a rainha tentou comer e desmanchou-se toda. Os esculápios faraônicos resolveram então radicalizar e criaram um modelo feito com dentes de gavial sobre uma base de lápis lazuli. A dentadura foi fixada com goma arábica e funcionou muito bem até o dia em que o faraó apareceu na sala do trono cheio de marcas de dentes, onde foi alvo de risotas mal contidas pelos seus cortesãos. Irritado com a chacota, mandou que Coleóptera III fosse atirada aos crocodilos.
Apesar do insucesso prático, a invenção dos antigos clínicos ptolomaicos ganhou o mundo. Em Roma as dentaduras eram feitas com dentes de javali, na Gália com maxilares de cachalotes e na Britania utilizavam-se de exemplares odontológicos de faisões.
Os bichos só deixaram de ser sacrificados por sua dentição quando, em 1754, um barbeiro de Sevilha esculpiu os primeiros dentes de madrepérola. Eram tão sofisticados que muitos nobres resolveram arrancar os seus dentes originais para usar essas dentaduras que eram chiquérrimas.
O desenvolvimento de materiais proporcionou a criação de dentes postiços de ouro, mirra e incenso. Atualmente são usadas resinas acrílicas, vinílicas e alquídicas. As classes mais abastadas, por exemplo, só se satisfazem com resinas idílicas.
Caso você esteja na fase de encomendar a sua dentadura, eu sugiro que o faça somente com odontólogos que conheçam profundamente a história e as origens da dita dura, caso contrário você corre o risco de também ser lançado aos jacarés (até porque, no Brasil, nós não temos crocodilos)
Comentários
risos...por enquanto sem dentadura hahahha
beijos
E eu que pensava ter estudado tudo, qdo fiz odontologia...
Hihihi.
Bom fim de semana, Fabio!
Bjs!
beijos com saudade