Agosto
Sofia estava emocionada. Nem fazia tanto tempo assim que namorava Alberto, mas lhe pareciam décadas, quando finalmente ele a pediu em casamento. Era o sonho da sua vida.
E nem era só o sonho do casamento em si, mas o fato de que ele era o homem que mais se aproximava da sua visão de príncipe encantado.
A sua excitação era tão grande que, ela que nunca bebia, aceitou brindar com uma taça de champagne. O que não previa era que ia engasgar no segundo gole.
No momento em que levava a taça aos lábios ele afirmou que casariam em Agosto, no mesmo dia que tinham casado seus pais. Voou Veuve Clicquot por toda mesa, até mesmo na gravata de Alberto.
Ele apressou-se em socorrê-la. Ela demorou alguns minutos para se recompor fisicamente. Mentalmente se sentia como se arrastada por uma violenta corredeira.
Agosto? Ela pensava. Justo Agosto, o mês das assombrações, quando as almas de outros mundos gemem e arrastam correntes. Quando os fantasmas balançam as camas dos que dormem e aparecem pedindo sacrifícios que resgatem seus espíritos.
Ao mesmo tempo sabia que não podia contestar a data que Alberto valorizava tanto. Também não podia rejeitar a proposta de casamento. E ainda por cima pensava no que vestiria justo no mês de frio e ventania.
Quando Alberto perguntou o que tinha acontecido ela alegou que tinha sido a bebida, não estava acostumada. Pediu que ele a levasse para casa.
Não pregou o olho durante toda a noite. O turbilhão mental não se acalmava. Todas as possibilidades lhe passaram pela cabeça, até de desistir do casamento. Ligou logo cedo para Alberto e disse que precisava conversar com ele.
Tomaram café da manhã juntos e ela lhe abriu o coração. Disse que o amava, que sempre sonhara em casar, que ele era o homem da sua vida mas, que não poderia se casar em Agosto. Alberto não acreditou que uma mulher tão ponderada como Sofia pudesse ser tão apegada a uma superstição. Com o semblante descaído não respondeu nada e disse que ia pensar.
E sumiu.
Sofia demorou algum tempo para se recuperar do baque mas nunca se arrependeu da sua posição. Casamento em Agosto não acabaria bem, então era melhor mesmo que nem começasse.
Menos de um ano depois, ao chegar em casa encontrou o convite de casamento de Alberto com Isabel. Claro, em Agosto.
Junto com o convite, ao invés dos tradicionais cartõezinhos sobre a festa ou listas de presentes, ela encontrou um bilhete dele, que dizia apenas: Boo !
E nem era só o sonho do casamento em si, mas o fato de que ele era o homem que mais se aproximava da sua visão de príncipe encantado.
A sua excitação era tão grande que, ela que nunca bebia, aceitou brindar com uma taça de champagne. O que não previa era que ia engasgar no segundo gole.
No momento em que levava a taça aos lábios ele afirmou que casariam em Agosto, no mesmo dia que tinham casado seus pais. Voou Veuve Clicquot por toda mesa, até mesmo na gravata de Alberto.
Ele apressou-se em socorrê-la. Ela demorou alguns minutos para se recompor fisicamente. Mentalmente se sentia como se arrastada por uma violenta corredeira.
Agosto? Ela pensava. Justo Agosto, o mês das assombrações, quando as almas de outros mundos gemem e arrastam correntes. Quando os fantasmas balançam as camas dos que dormem e aparecem pedindo sacrifícios que resgatem seus espíritos.
Ao mesmo tempo sabia que não podia contestar a data que Alberto valorizava tanto. Também não podia rejeitar a proposta de casamento. E ainda por cima pensava no que vestiria justo no mês de frio e ventania.
Quando Alberto perguntou o que tinha acontecido ela alegou que tinha sido a bebida, não estava acostumada. Pediu que ele a levasse para casa.
Não pregou o olho durante toda a noite. O turbilhão mental não se acalmava. Todas as possibilidades lhe passaram pela cabeça, até de desistir do casamento. Ligou logo cedo para Alberto e disse que precisava conversar com ele.
Tomaram café da manhã juntos e ela lhe abriu o coração. Disse que o amava, que sempre sonhara em casar, que ele era o homem da sua vida mas, que não poderia se casar em Agosto. Alberto não acreditou que uma mulher tão ponderada como Sofia pudesse ser tão apegada a uma superstição. Com o semblante descaído não respondeu nada e disse que ia pensar.
E sumiu.
Sofia demorou algum tempo para se recuperar do baque mas nunca se arrependeu da sua posição. Casamento em Agosto não acabaria bem, então era melhor mesmo que nem começasse.
Menos de um ano depois, ao chegar em casa encontrou o convite de casamento de Alberto com Isabel. Claro, em Agosto.
Junto com o convite, ao invés dos tradicionais cartõezinhos sobre a festa ou listas de presentes, ela encontrou um bilhete dele, que dizia apenas: Boo !
Comentários
Comentário 1:
Tolinha mesmo, essa tal Sofia! Nos dias de hoje casamos até na sexta feira Santa.
Comentário 2: Nossos medos nos impedem de avançar.
Beijos.
beijos de quarta feira
E quem sabe quem sera o mais feliz destes tres?...
Alias, pobre de nòs que nascemos em agosto!
Bjs!