Era uma vez...
Todos os dias Helena acordava cedo e ia caminhar no parque. Respirava ar puro, encontrava alguns poucos vizinhos madrugadores e uma enorme variedade pássaros que ali viviam.
Foi numa dessas manhãs que viu um filhote caído no meio da pista e parou para ver o que era. Não conseguiu identificá-lo, mas pegou a ave, bastante machucada, e tentou achar o seu ninho, sem sucesso.
Preocupada com o bichinho acabou juntando alguns galhos e folhas num canto de uma árvore e o colocou lá, junto com duas minhocas e um inseto morto.
No dia seguinte passou para ver se ainda estava lá. Não só estava como não havia nenhum vestígio do alimento. Procurou mais minhocas. Passou a fazer isso todos os dias.
Não muito tempo depois a penugem do filhote começou a se transformar em penas. Helena percebeu que era uma coruja. Pensou em levá-la para casa mas suas crenças ecológicas não permitiram. Continuou a cuidar dela ali mesmo no parque.
Um dia, junto com um amigo veterinário, descobriu que não era ela. Era ele, uma coruja macho. Batizou-o de Otto, pois sua cara brava recordava Helena de uma ilustração do imperador germânico num antigo livro de história.
Otto passou a ser sua companhia de caminhadas. Helena se afeiçoou de tal forma à ave que passou a fazer suas caminhadas até nos dias que antes não costumava ir.
Concluiu que não podia mais viver sem ele no dia que foi para o parque debaixo de um temporal.
Os amigos de Helena tinham reações dúbias em relação a isso. Se, de um lado, reconheciam que ela estava muito mais bem humorada e feliz, por outro, se queixavam que ela não os acompanhava mais nos programas, pois sempre tinha de acordar cedo.
Helena temia que um dia ele a abandonasse. Afinal, mais hora menos hora, ele poderia encontrar uma simpática corujinha e alçar vôos em outra direção. Helena chegou mesmo a pensar em procurar uma parceira para seu amigo. Sabia que isso não era muito natural, desistiu.
Um dia Helena não apareceu no parque. Otto passou o dia voando e esperando. Dois dias. Três. No quarto dia ele se aventurou para fora dos muros, pela primeira vez.
Atravessou ruas, pousou em janelas, assustou empregadas que trabalhavam nas suas cozinhas. Até que viu penduradas numa área de serviço, as roupas de Helena. Procurou uma entrada e achou a janela do banheiro aberta.
Dentro da casa silêncio. Até que ouviu uma tosse. Voou em direção ao som e encontrou Helena na cama, ardendo em febre. Pousou na cabeceira da cama e ficou olhando para ela.
Quando o viu, Helena levou um susto. O que Otto fazia ali? Abriu um sorriso e lhe estendeu a mão. Ele agarrou forte seus dedos e bicou a palma de sua mão.
Helena se recuperou rapidamente da pneumonia. Otto se instalou de vez na sua casa. E foram felizes para sempre
Foi numa dessas manhãs que viu um filhote caído no meio da pista e parou para ver o que era. Não conseguiu identificá-lo, mas pegou a ave, bastante machucada, e tentou achar o seu ninho, sem sucesso.
Preocupada com o bichinho acabou juntando alguns galhos e folhas num canto de uma árvore e o colocou lá, junto com duas minhocas e um inseto morto.
No dia seguinte passou para ver se ainda estava lá. Não só estava como não havia nenhum vestígio do alimento. Procurou mais minhocas. Passou a fazer isso todos os dias.
Não muito tempo depois a penugem do filhote começou a se transformar em penas. Helena percebeu que era uma coruja. Pensou em levá-la para casa mas suas crenças ecológicas não permitiram. Continuou a cuidar dela ali mesmo no parque.
Um dia, junto com um amigo veterinário, descobriu que não era ela. Era ele, uma coruja macho. Batizou-o de Otto, pois sua cara brava recordava Helena de uma ilustração do imperador germânico num antigo livro de história.
Otto passou a ser sua companhia de caminhadas. Helena se afeiçoou de tal forma à ave que passou a fazer suas caminhadas até nos dias que antes não costumava ir.
Concluiu que não podia mais viver sem ele no dia que foi para o parque debaixo de um temporal.
Os amigos de Helena tinham reações dúbias em relação a isso. Se, de um lado, reconheciam que ela estava muito mais bem humorada e feliz, por outro, se queixavam que ela não os acompanhava mais nos programas, pois sempre tinha de acordar cedo.
Helena temia que um dia ele a abandonasse. Afinal, mais hora menos hora, ele poderia encontrar uma simpática corujinha e alçar vôos em outra direção. Helena chegou mesmo a pensar em procurar uma parceira para seu amigo. Sabia que isso não era muito natural, desistiu.
Um dia Helena não apareceu no parque. Otto passou o dia voando e esperando. Dois dias. Três. No quarto dia ele se aventurou para fora dos muros, pela primeira vez.
Atravessou ruas, pousou em janelas, assustou empregadas que trabalhavam nas suas cozinhas. Até que viu penduradas numa área de serviço, as roupas de Helena. Procurou uma entrada e achou a janela do banheiro aberta.
Dentro da casa silêncio. Até que ouviu uma tosse. Voou em direção ao som e encontrou Helena na cama, ardendo em febre. Pousou na cabeceira da cama e ficou olhando para ela.
Quando o viu, Helena levou um susto. O que Otto fazia ali? Abriu um sorriso e lhe estendeu a mão. Ele agarrou forte seus dedos e bicou a palma de sua mão.
Helena se recuperou rapidamente da pneumonia. Otto se instalou de vez na sua casa. E foram felizes para sempre
Comentários
Mas que imagem hein? Meu medo de gato tem agora companhia: o medo de coruja, nossa que olhar assustador, Fabio.
Beijos, ótimo sábado.
Maria.
Amo corujas!!
Lembrou-me de minha professora predileta do primário que me apelidou de coruja de certa feita, confessou-me, porque eu possuía grandes olhos intimidadores... rs
Linda estória, Fábio!
Jaqueline S.
Amei ficar lendo!
E espero que o relato nao termine aqui.
Sempre tive psitacidios, apesar de sonhar com corujas.
Mas me pouparam de ter uma. Pq penso que sabiam que, no meu imaginario, a minha estava mais para Harry Potter que para uma ave de rapina,hihihi.
Boa Pascoa!
Bjs!
Gostei do final utópico mas feliz, como afinal, deveriam ser todos os finais.
Beijo e feliz páscoa!
Você não tem idéia do quanto elas fazêm cocô. Passei a infância ajudando minha mãe tentando deixar a igreja um lugar visitável. Um casal de corujas devotas de São Sebastião resolveu se abancar por lá. Afff!
Bjos, Fabio
Como diz uma amiga minha: quanto mais conheço os animais mais odeio os humanos....Pois têm animais que são muito menos animais que muitos seres humanos.....hehehe