Cool, cult e chato
Por aqui eu já coloquei vários dos meus paideumas*, com maior ou menor concordância dos meus leitores.
Hoje me arrisco a fazer o contrário. Digo que me arrisco porque tenho certeza que as chances de ser bombardeado pelos respectivos fãs é imensa. Como eu já passei da idade de falar que gosto só para agradar as pessoas, me dei essa liberdade.
Minha lista é daquelas coisas que são consideradas cool ou que são adoradas como sendo marcos cult. Mas que eu acho um porre de chatas. Aí vai ela
1. Poesia concreta. Sou filho de arquiteto. Para mim concreto serve para fazer edificações ou, no campo das artes, esculturas.
2. Joni Mitchell : apesar de ser um admirador da música folk americana, até hoje não consegui ouvir um disco dela que me agradasse
3. Debussy. Meu professor de desenho geométrico, o saudoso mestre Fausto, o adorava (não tanto quanto idolatrava Chopin), mas volta e meia cantarolava La mér durante a aula. Para mim, momentos de tédio. Preferia as abcissas e coordenadas.
4. José de Alencar. Provavelmente o mais chato escritor da língua portuguesa. Consegui chegar ao fim de dois livros dele (O Guarani e Senhora) só porque era parte dos trabalhos forçados que fui submetido na escola.
5. A insuportável leveza do ser (essa é a tradução correta para "unbearable" e também a que qualifica o livro): um best seller. Fiz três tentativas e nunca consegui passar do primeiro capítulo. Tentei de novo quando o filme passou na televisão. Dormi.
6. Wagner: uma das poucas discordâncias que tinha com o também saudoso Paulo Francis. Para mim, suas óperas são a melhor tradução do que é tortura.
7. Culinária japonesa: como é que algo pode ser chamado de culinária quando o prato mais famoso é comido cru?
8. Arte sacra. Não a considero sacra e, poucas vezes, arte.
9. Terapias alternativas, que eu considero eficientíssimas para curar males alternativos.
10. Nietzsche : o filósofo que 11 em cada 10 pessoas que o seguem, nunca leu nenhum dos seus livros até o fim. Eu li exatamente UM, Assim falou Zaratustra, e mudou a minha vida. Me prometi nunca mais tentar ler outro.
*Segundo Ezra Pound, Paideuma é "a ordenação do conhecimento de modo que o próximo homem (ou geração) possa achar, o mais rapidamente possível, a parte viva dele e gastar um mínimo de tempo com itens obsoletos"
Hoje me arrisco a fazer o contrário. Digo que me arrisco porque tenho certeza que as chances de ser bombardeado pelos respectivos fãs é imensa. Como eu já passei da idade de falar que gosto só para agradar as pessoas, me dei essa liberdade.
Minha lista é daquelas coisas que são consideradas cool ou que são adoradas como sendo marcos cult. Mas que eu acho um porre de chatas. Aí vai ela
1. Poesia concreta. Sou filho de arquiteto. Para mim concreto serve para fazer edificações ou, no campo das artes, esculturas.
2. Joni Mitchell : apesar de ser um admirador da música folk americana, até hoje não consegui ouvir um disco dela que me agradasse
3. Debussy. Meu professor de desenho geométrico, o saudoso mestre Fausto, o adorava (não tanto quanto idolatrava Chopin), mas volta e meia cantarolava La mér durante a aula. Para mim, momentos de tédio. Preferia as abcissas e coordenadas.
4. José de Alencar. Provavelmente o mais chato escritor da língua portuguesa. Consegui chegar ao fim de dois livros dele (O Guarani e Senhora) só porque era parte dos trabalhos forçados que fui submetido na escola.
5. A insuportável leveza do ser (essa é a tradução correta para "unbearable" e também a que qualifica o livro): um best seller. Fiz três tentativas e nunca consegui passar do primeiro capítulo. Tentei de novo quando o filme passou na televisão. Dormi.
6. Wagner: uma das poucas discordâncias que tinha com o também saudoso Paulo Francis. Para mim, suas óperas são a melhor tradução do que é tortura.
7. Culinária japonesa: como é que algo pode ser chamado de culinária quando o prato mais famoso é comido cru?
8. Arte sacra. Não a considero sacra e, poucas vezes, arte.
9. Terapias alternativas, que eu considero eficientíssimas para curar males alternativos.
10. Nietzsche : o filósofo que 11 em cada 10 pessoas que o seguem, nunca leu nenhum dos seus livros até o fim. Eu li exatamente UM, Assim falou Zaratustra, e mudou a minha vida. Me prometi nunca mais tentar ler outro.
*Segundo Ezra Pound, Paideuma é "a ordenação do conhecimento de modo que o próximo homem (ou geração) possa achar, o mais rapidamente possível, a parte viva dele e gastar um mínimo de tempo com itens obsoletos"
Comentários
E desta sua, tb eu compartilho os seus sentimentos por algumas das elencadas.
Abomino, e tb tenho uma lista, daquelas coisas tidas como obrigatòrias de se ler, apreciar, conhecer ou desfiar.
Que cada um possa ter a liberdade de gerenciar sua cultura inutil, ou nao, como quizer ou preferir.
Enfim...
Bjs!
Como diz você: -com o passar dos anos reforçamos nossas características.Cartesiano!?!?
Acredito, que com o passar do tempo podemos rever e refinar nossos conceitos. Tirar o melhor do que vivemos e sabemos.
Nada exclue...completa.
beijos
Rô