O pão que eu acerto
Como vocês já sabem, pão comum não é uma das minhas especialidades, a menos que você classifique inabilidade como uma forma de especialização, o que não seria totalmente ilógico, uma vez que eu conheço pessoas especialistas em gafes e acidentes domésticos.
Por outro lado, tendo 50% de sangue de mineiro, não poderia deixar de fazer pão-de-queijo. Um primo do meu pai costuma dizer que pão-de-queijo bom só sai de mão de mineiro, o que ele mesmo comprovou que não era verdade pois minha mãe, paulistana até a raiz dos ossos, sabia fazê-los muito bem.
Mas não foi com a minha mãe que eu aprendi a fazer os bichinhos, mas com a minha avó. Minha irmã também fazia os seus bebendo na mesma fonte, infelizmente, tanto a mãe como a irmã abandonaram a manufatura e adotaram a versão supermercadista. Não consigo entender como pessoas que a vida inteira comeram pães-de-queijo excelentes toleram essas enganações.
Fazer pão-de-queijo não é difícil, dá um pouco de trabalho e suja bastante as mãos. Mas vale a pena. Mais com a ajuda da Letícia do que do Samuel (o cara é meio nojento e detesta ficar com aquela massa mole entre os dedos) de tempos em tempos vamos para a cozinha. O processo é o seguinte.
Ferva uma xícara de leite integral e uma xícara de óleo juntas, até o leite começar a subir. Despeje o líquido quente em meio quilo de polvilho e misture com as mãos até dissolver todos os "grumos". Pode ser tanto o doce como o azedo, eu prefiro o azedo. Se tiver oportunidade, compre polvilho de Goiás, é o melhor que tem, para desgosto dos mineiros. Se bem que os goianos são bons de polvilho, mas não de pão-de-queijo.
Rale cerca de 300 a 400 gramas de queijo. O melhor queijo é o meia-cura de verdade, que é mais duro que esse Minas Padrão que se encontra em todo lugar. Algumas pessoas preferem o queijo fresco, o Minas Padrão também dá bons resultados. De forma alguma use parmesão - isso é crime de lesa pátria. Se o queijo que você usar tiver sal, não precisa colocar mais sal na receita.
Misture bem o queijo ralado na massa de polvilho até ficar homogênea. Aqui começa a sujeira. Um a um vá colocando ovos inteiros e misturando com as mãos até dar o ponto. O ponto é quando a massa está pastosa o suficiente para fazer bolinhas quase no limite de ficar fluida. Dependendo do tamanho dos ovos isso significa uns 4 ou 5 ovos.
Lave a mãos - não que afete a receita, mas com a mão empapada de massa não dá para segurar as colheres - pegue duas colheres (se gosta de pão de queijo grande use colheres de sopa, eu prefiro as de sobremesa) e enrole bolinhas nas colheres. Vá colocando em formas (não precisa untar) com espaço suficiente entre eles sabendo que vão dobrar de tamanho.
Se você não for consumir tudo não asse. Coloque a forma com as bolinhas cruas no freezer e deixe congelar, quando estiverem duras tire da forma e guarde num saco plástico bem fechado, depois podem ir diretamente para o forno, não precisa descongelar.
Asse em forno médio. Forno alto deixa o pão-de-queijo torrado por fora e cru por dentro. Forno baixo vira borracha. Quando estiverem morenos estão prontos - deixe a manteiga por perto, pão-de-queijo quente com manteiga fica uma delícia. Eu também gosto de comer com paté de fígado - se encontrar um chamado Bunuel (não, nada a ver com o cineasta) não deixe de experimentar. Caso não goste de paté e tenha problemas com a manteiga, não faça o crime de passar margarina, coma-os puros que já são ótimos.
Por outro lado, tendo 50% de sangue de mineiro, não poderia deixar de fazer pão-de-queijo. Um primo do meu pai costuma dizer que pão-de-queijo bom só sai de mão de mineiro, o que ele mesmo comprovou que não era verdade pois minha mãe, paulistana até a raiz dos ossos, sabia fazê-los muito bem.
Mas não foi com a minha mãe que eu aprendi a fazer os bichinhos, mas com a minha avó. Minha irmã também fazia os seus bebendo na mesma fonte, infelizmente, tanto a mãe como a irmã abandonaram a manufatura e adotaram a versão supermercadista. Não consigo entender como pessoas que a vida inteira comeram pães-de-queijo excelentes toleram essas enganações.
Fazer pão-de-queijo não é difícil, dá um pouco de trabalho e suja bastante as mãos. Mas vale a pena. Mais com a ajuda da Letícia do que do Samuel (o cara é meio nojento e detesta ficar com aquela massa mole entre os dedos) de tempos em tempos vamos para a cozinha. O processo é o seguinte.
Ferva uma xícara de leite integral e uma xícara de óleo juntas, até o leite começar a subir. Despeje o líquido quente em meio quilo de polvilho e misture com as mãos até dissolver todos os "grumos". Pode ser tanto o doce como o azedo, eu prefiro o azedo. Se tiver oportunidade, compre polvilho de Goiás, é o melhor que tem, para desgosto dos mineiros. Se bem que os goianos são bons de polvilho, mas não de pão-de-queijo.
Rale cerca de 300 a 400 gramas de queijo. O melhor queijo é o meia-cura de verdade, que é mais duro que esse Minas Padrão que se encontra em todo lugar. Algumas pessoas preferem o queijo fresco, o Minas Padrão também dá bons resultados. De forma alguma use parmesão - isso é crime de lesa pátria. Se o queijo que você usar tiver sal, não precisa colocar mais sal na receita.
Misture bem o queijo ralado na massa de polvilho até ficar homogênea. Aqui começa a sujeira. Um a um vá colocando ovos inteiros e misturando com as mãos até dar o ponto. O ponto é quando a massa está pastosa o suficiente para fazer bolinhas quase no limite de ficar fluida. Dependendo do tamanho dos ovos isso significa uns 4 ou 5 ovos.
Lave a mãos - não que afete a receita, mas com a mão empapada de massa não dá para segurar as colheres - pegue duas colheres (se gosta de pão de queijo grande use colheres de sopa, eu prefiro as de sobremesa) e enrole bolinhas nas colheres. Vá colocando em formas (não precisa untar) com espaço suficiente entre eles sabendo que vão dobrar de tamanho.
Se você não for consumir tudo não asse. Coloque a forma com as bolinhas cruas no freezer e deixe congelar, quando estiverem duras tire da forma e guarde num saco plástico bem fechado, depois podem ir diretamente para o forno, não precisa descongelar.
Asse em forno médio. Forno alto deixa o pão-de-queijo torrado por fora e cru por dentro. Forno baixo vira borracha. Quando estiverem morenos estão prontos - deixe a manteiga por perto, pão-de-queijo quente com manteiga fica uma delícia. Eu também gosto de comer com paté de fígado - se encontrar um chamado Bunuel (não, nada a ver com o cineasta) não deixe de experimentar. Caso não goste de paté e tenha problemas com a manteiga, não faça o crime de passar margarina, coma-os puros que já são ótimos.
Comentários
experimente usar aquelas conchas de tirar sorvete pra não ter que enrolar, funciona...
e bom divertimento
bijo
Agora me deu vontade de tomar café.
Lou : deixe para aqueles dias que tiver gente demais na sua casa...
Anônimo : claro, sempre com cuidado, mas como tem muito mais polvilho que leite, dá para misturar
Taty : Pode bebericar...mas o café fica melhor quando o pão estiver pronto
Com gen de mineiro, com meia cura e mao suja, vc ja arranca na frente!
Pq eu, aqui, tenho é que remediar e nao por falta de queijos curados: figuriamoci!
Economizando o meu PRECIOSISSIMO polvilho azedo,faço quase que escondido.
Glorificando para poucos e restritos amigos, ja que o resto, que nao conhece, pode viver sem que eu tenha que passar vontade. Maldade da grossa, mas que me desculpem!
E, além do mais, um meia cura tem la os seus encantos, n'é verdade!?
Na parca variedade brasileira, ele sempre foi o meu preferido!
Ah, e obrigada pela linkagem que eu, agradecida, tb coloquei o seu como favorito.
Bjs!