As pernas de Lily Norwood

Num país que supervaloriza os seios ela se destacou pelas pernas. E que pernas! Tão valiosas que chegaram a ser seguradas por 5 milhões de dólares (se hoje é muito dinheiro, na década de 50 era um absurdo que chegou a entrar para o Guiness).

A menina, batizada de Tula Ellice Finklea, começou a dançar como uma terapia (tinha sofrido uma forma leve de poliomielite) e acabou nas telas dos cinemas. Dançou com os melhores, dançou com outros não tão bons. Dançou sozinha (aliás seu número mais memorável, e mais sensual, é quando dança com um par de meias de seda - a foto é exatamente desse filme).

Dançou no musical mais genial de toda a história. Dançou em outros grandes filmes. Dançou em alguns caça níqueis.

Não era a mais bonita. Não era a mais badalada. Não ganhou nenhum Oscar. Diferentemente de seus colegas, ficou casada durante 60 anos...com o mesmo marido, que fica viúvo aos 95 anos. Adotou alguns nomes: Lily Norwood, Celia Siderova, Maria Istromena.

Ela parou de dançar profissionalmente alguns anos antes de eu nascer. Ainda assim, freqüentemente volto aos seus filmes. Não só por suas pernas, mas também por elas.

Morreu ontem, aos 87 anos. Nossos editores jornalísticos trocaram fotos, erraram nomes e a exaltaram por um filme onde ela não é a estrela (apesar de ser um grande número de ballet), numa demonstração inequívoca de falta de intimidade com o tema.

Agradeço a Robert Alton, Gene Kelly, Hermes Pan e Stanley Donnen, pelas coreografias.

Agradeço à tecnologia dos DVDs, pela qual continuarei sempre a revê-la.

Adeus Cyd Charisse.

Comentários

Bel disse…
Eu tive que ir no Pai Google saber se você estava falando sério sobre os nomes dela... e estava!!!

Compartilho de todos os seus agradecimentos!!!!

Bjo e bom dia procê!
Anônimo disse…
Que tributo, ops! atributo.
Anônimo disse…
Será que se eu começar a dançar eu consigo essas pernas?

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