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Mostrando postagens de abril, 2009

De A a Z

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Amanda bateu cabeça, desde então fazia garatuja, hieróglifos incompreensíveis. Jamais leu, mas não os provocava quando, repentinamente sentiu todo universo vir xingar zombarias. Ainda bem, Carlos disse, e foi grampear hemerotecas. Indicava jornais, livros. Mais ninguém observava perigos que rondavam suas teses usando velhos xamãs zíngaros Aquela banal consideração deveria estar finalizada. Grupos históricos iniciaram justas lamúrias mas, naquela ocasião patética quase recusaram suas teses ululantes xumbergando zeugmas

Doces momentos

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Conforme prometido no texto anterior, aqui vão as receitas das sobremesas do nosso jantar primata. Todas elas feitas pela prima Virgínia. Os nomes seguem a mesma lógica dos anteriores Lasciate ogni speranza ou a Divina Comédia Pavê em Três Camadas Bater no liquidificador 4 gemas, 2 latas de leite condensado, 2 latas de leite comum e uma colher de sopa rasa de Maizena. Levar ao fogo até engrossar. Reserve. Misturar um copo de leite, 6 colheres de sopa de Nescau e uma colher de chá de Maizena. Levar ao fogo até engrossar. Bater 4 claras em neve e misturar 6 colheres de sopa de açúcar. Acrescentar uma lata de creme de leite sem o soro. Colocar num pirex grande a mistura das gemas. Acrescentar uma camada de bolachas tipo Maizena e ameixas secas sem caroço picadas. Cobrir com a mistura de chocolate espalhando uniformemente. Por último acrescentar a mistura das claras. Enfeitar com cerejas. Levar ao freezer ou congelador. Retirar meia hora antes de servir. Portakal coloidificado Mousse de La

Foi bonita a festa pá.

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A data já estava sendo negociada há tempos e acabou sendo um dia cheio de questões simbólicas: o trigésimo quinto aniversário da revolução dos cravos. Não tivemos cravos, mas um lindo vaso de gérberas enfeitava a mesa. A proposta era a de um jantar a 4 mãos, as minhas duas e as duas da minha prima Virgínia. Ela cozinha muito bem salgados (já tive a felicidade de experimentar) mas, como eu não tenho o menor pendor para os doces, eu fiquei encarregado da entrada e do prato principal, ela das sobremesas. Chef e Chefa Combinamos o cardápio, que depois recebeu nomes extravagantes inspirados pelo aperitivo de porco espinho. Quem come porco espinho come qualquer coisa... Porco espinho Já que você leu até aqui toda essa enrolação, aqui vão os pratos (depois eu peço as receitas dos doces para a Virgínia e também publico) Gadus au façon de Torquemada* Dessalgue em água gelada 1 kg de bacalhau em postas. Na última água acrescente 1/2 litro de leite. Escorra e cozinhe o bacalhau em mais 1/2 litro

Nem o som Romero aprovaria

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Juca blesava de dor. Sua odontíase tardia o privava de qualquer oaristo e o fazia perder a tramontana. O sofrimento ipsolateral deixara-lhe anoético e merencório. A mulher tantava ripostá-lo e torná-lo álibil oferecendo-lhe arabaiana com filipêndula. Nem isso o tirava da cafuca onde se metera. Nem seu balame preferido o comovia. Ela apelou para recursos salimânticos, mas as mênades não exauriram tmeses. A ademonia de Juca beirava a amaurose, que permanecia flexo. Recorreu à oomancia para evitar o solapamento, sua atitude socancra degringolou para um charivari, entre babuges e aporréias. Nem a noologia, nem o apodamento lhe foram anéticos. O sofrimento locular instigou sua mendace e, tufado, adotou a anemoterapia como forma de bastir sua aflição. Nélson Romero (Rio de Janeiro 1890 - Id. 1963) foi filólogo e professor diplomado pela Universidade Gregoriana de Roma, Itália, em 1913. Fundador da Academia Brasileira de Filologia.

A sedução de uma gata

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Banshee era uma gata mimada. Assim tinha sido criada pelo seu dono e assim se convenceu de que era a rainha da sua vida. Solitário, ele a adotou de forma impulsiva. Não tinha mais esperança de ter alguma companheira. Ela surgiu, como que do nada, em visitas esporádicas no seu quintal. Ele começou a tentar atraí-la dando sinais de que sua presença era bem vinda. Ela demorou um pouco a perceber isso. Nas primeiras vezes que ele se aproximou ela fugiu. Depois começou a observá-lo à distância. Finalmente ela sentiu que ele gostava dela. De certa forma, ela também gostava daquele jogo de sedução. Quando ela se instalou de vez em sua vida ele começou a cobrí-la de mimos. Ela retribuia com sua atenção e o seu carinho. Todas as noites, depois que ele chegava do trabalho, ela se acomodava no seu colo. Ele descobriu que Mozart agradava a bichana, especialmente os concertos. Bastava ligar o som, e ela entrava pela janela. Quando ele estava triste, ela rolava no chão pedindo brincadeiras. Quando

Tempero diário

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Sal, alho e pimenta Aipo e manjericão Orégano, poró, cebolinha Cardamono e salsinha Alecrim, louro, mostarda, Gengibre e estragão Canela, baunilha e anis Cominho e forte raiz Endro, noz moscada, Zimbro e açafrão. Sálvia, tomilho, cebola, Segurelha e papoula. Coentro, cravo, curcuma Azeite que tudo perfuma. Tantos aromas, texturas Universos multicores Mas só seus ternos sabores Temperam meu coração

As cores da vida

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Teodoro e Mariana estavam casados há quase trinta anos quando ela teve as primeiras suspeitas a respeito da fidelidade do marido. Não que ele desse sinais muito claros a respeito, mas ela o conhecia o suficiente para saber que alguma coisa andava estranha. Teodoro sempre trabalhou muito longe de casa, trabalhava como fiscal da prefeitura numa região do outro lado da cidade. Nem eles nunca quiseram mudar de casa, nem ele nunca quis pedir transferência. Era comum que ele chegasse tarde da noite, o que nunca foi objeto de dúvidas. O que incomodava Mariana é que, tirando uma vez que o chefe de Teodoro se metera numa falcatrua, ele nunca falara do seu trabalho e, nos últimos tempos dera para comentar a respeito de uma fiscalização que estava fazendo num depósito de materiais de construção. Não que, por isso ele estivesse chegando mais tarde que o normal mas, porque é que ficava se justificando? Começou a procurar sinais. Não os achava. Ao invés de marcas de batom, suas camisas apareciam ma

Cool, cult e chato

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Por aqui eu já coloquei vários dos meus paideumas*, com maior ou menor concordância dos meus leitores. Hoje me arrisco a fazer o contrário. Digo que me arrisco porque tenho certeza que as chances de ser bombardeado pelos respectivos fãs é imensa. Como eu já passei da idade de falar que gosto só para agradar as pessoas, me dei essa liberdade. Minha lista é daquelas coisas que são consideradas cool ou que são adoradas como sendo marcos cult. Mas que eu acho um porre de chatas. Aí vai ela 1. Poesia concreta . Sou filho de arquiteto. Para mim concreto serve para fazer edificações ou, no campo das artes, esculturas. 2. Joni Mitchell : apesar de ser um admirador da música folk americana, até hoje não consegui ouvir um disco dela que me agradasse 3. Debussy . Meu professor de desenho geométrico, o saudoso mestre Fausto, o adorava (não tanto quanto idolatrava Chopin), mas volta e meia cantarolava La mér durante a aula. Para mim, momentos de tédio. Preferia as abcissas e coordenadas. 4. José

Amor bem distribuído

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Godofredo nunca sentira nenhuma correlação por Fermata. Num primeiro momento ela lhe pareceu apenas uma mulher mediana que andava de acordo com a moda. Até o dia que começou a sentir variâncias. Testou algumas hipóteses e concluiu que sofrera um desvio padrão nos seus sentimentos. Imaginou ser apenas uma regressão, apenas uma sentimento qualquer fora da curva. Não era. Fermata era um ocorrência real de personalidade múltipla. Um ponto de inflexão na sua vida quase normal. Começou a fazer média com ela, com bastante frequência, mas ela não se rendeu às tendências de Godofredo. Ele passou a fazer amostragens contínuas dos seus dotes. Mas tinham grande dispersão, o que gerava nenhuma significância. Percebeu que precisava de váriaveis que aumentassem as suas probabilidade, que lhe dessem alguma esperança. Godofredo pensou em alguma atitudes não paramétricas que fossem mais robustas que suas cantadas aleatórias e não direcionais. Um dia, totalmente desprovido de inferências, ele ultrapasso

Conticulóides navegantes

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Bússola Andréa só dava cabeçadas na vida. Não conseguia concluir seus estudos, não parava em nenhum emprego, nem com nenhum namorado. Até o dia que conheceu Mário, um paraense, criador de búfalos. Era o norte que buscava. Sextante Hélio amava as estrelas. As chamava pelos nomes e as conhecia em detalhes. Professor de astronomia, um dia recebeu na sua sala uma aluna chamada Cassiopéia. O conhecimento foi maior que o amor. Não toleraria ter um genro chamado Perseu. Astrolábio Marina sempre fora tão fascinada por bocas que acabou se tornando dentista. Tantas foram as que viu que deixou de acreditar que houvesse uma que realmente combinasse com a sua. Abandonou a carreira e foi ser pintora. Perfeição mesmo só encontrou nos seus desenhos. Nônio Carlos não acreditava no que via. Tinha acabado de dar a tacada perfeita. Mais de 300 metros e a bola foi exatamente em direção do 18o buraco e parou milímetros antes de entrar. Processou o clube, contratou uma perícia e constatou que quatro folhas

Lapidação

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Tantas faces tem um lapidado diamante. Em todas elas, cor, clareza e cortes precisos. Tantas faces me apresenta, tantas necessito Em cada uma delas a jóia e o coração errante Facetas se espalhando entre a mesa e o pavilhão Sobre elas a coroa, na base o pinhão. Aqueles que questionam sua dureza Não sabem o ponto de clivagem da beleza Um brilhante é limitado A um número determinado de faces Você, por outro lado, é sempre uma surpresa No meu coração a única certeza Nascido no fogo em altíssima pressão Colhido no remanso de águas cristalinas Amor que surge em erupção Alaga a minha alma Bailarina

Contículo perifrásico, quase antonomásico

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"E ao rabi simples, que a igualdade prega, Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia) Manuel entrou na estrada cedo, ia da terra da garoa para a rainha da Borborema. O caminho seria longo. Encheu o carro de discos dos quatro rapazes de Liverpool e acelerou. Apreciava a paisagem de ouro verde banhado pelo astro rei, quando, ao passar pela cidade maravilhosa teve uma visão aterradora. Um ser descomunal lhe surgiu no caminho, como se fora o rei das selvas diante da presa. Será a reencarnação do cisne da Mântua ou uma versão fantasmagórica do Dante negro? Nem a dama ou o mestre do suspense ser-lhe-iam capaz de explicar. Acelerou ainda mais querendo chegar o quanto antes à divisa da terra do poeta dos escravos. Talvez os ares do águia de Haia fizessem desparecer tal visão. O espectro o perseguia como o corso caçou o povo lusitano, lançando-lhe impropérios da última flor do Lácio. Manuel não sabia se pedia a proteção aquela que depois de morta foi rainha ou à rainha do po

Era uma vez...

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Todos os dias Helena acordava cedo e ia caminhar no parque. Respirava ar puro, encontrava alguns poucos vizinhos madrugadores e uma enorme variedade pássaros que ali viviam. Foi numa dessas manhãs que viu um filhote caído no meio da pista e parou para ver o que era. Não conseguiu identificá-lo, mas pegou a ave, bastante machucada, e tentou achar o seu ninho, sem sucesso. Preocupada com o bichinho acabou juntando alguns galhos e folhas num canto de uma árvore e o colocou lá, junto com duas minhocas e um inseto morto. No dia seguinte passou para ver se ainda estava lá. Não só estava como não havia nenhum vestígio do alimento. Procurou mais minhocas. Passou a fazer isso todos os dias. Não muito tempo depois a penugem do filhote começou a se transformar em penas. Helena percebeu que era uma coruja. Pensou em levá-la para casa mas suas crenças ecológicas não permitiram. Continuou a cuidar dela ali mesmo no parque. Um dia, junto com um amigo veterinário, descobriu que não era ela. Era ele,

A guerra dos tomates

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"- É hoje que nós nos vingamos daquele chato", disseram os tomates para as cebolas, "cada vez que ele vem aqui fica passando a mão em todo mundo, aperta cada um de nós e depois nos joga de volta na pilha sem nenhum cuidado." " - Aqui é a mesma coisa", responderam as aliáceas,"a vantagem é que somos mais duras e aguentamos melhor. Mas, digam, o que é que vocês vão fazer?" "- Uma surpresa, não podemos contar para ninguém". "- Ah...deixem de manha, contem. Vão rolar em cima dele quando ele passar?" "- De jeito nenhum, isso atrapalharia os outros clientes". "- Já sei", disse um dos bulbos, "vocês vão se estragar no caminho da casa dele..." "- Que nada, isso apenas o deixaria ainda mais chato..." Nessa altura do papo, o chato chegou e todos se calaram. Ele manteve o estilo, apalpou, apertou, cheirou...e ia arremessando as fanerógamas de volta na bancada. Até que viu um tomate perfeito. Grand

Seni seviyorum

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Minhas traições atravessaram o Bósforo e caminham em direção ao Oriente Amo em ti a aventura da nau em direção ao polo amo em ti a audácia do jogador das grandes descobertas amo no que está distante amo no que é impossível entro em seus olhos como num bosque pleno de sol e suado, esfomeado e furioso tenho a gana do caçador por morder a tua carne. amo em ti o impossível sem desesperos Nazım Hikmet Ran (20 de Novembro de 1901 – 3 de Junho 1963) foi um importante poeta e dramaturgo turco, conhecido na Europa como o melhor poeta de vanguarda da Turquia, sendo os seus poemas traduzidos para diversas línguas. Antes que alguém conclua que eu estou estudando turco, aviso que minha tradução/traição, foi feita a partir da versão italiana do poema, conforme abaixo Amo in te 1943 - Nazim Hikmet Amo in te l'avventura della nave che va verso il polo amo in te l'audacia dei giocatori delle grandi scoperte amo in te le cose lontane amo in te l'impossibile entro nei tuoi occhi come in un

Um toque de gengibre

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Virginia Katherine McMath não foi uma pessoa particularmente conhecida. A menina, nascida em 1911 no Missouri, ganhou um outro nome 14 anos depois num prosaico concurso de dança no Texas, quando passou a atender pelo nome de Ginger. Apesar de muitos acharem que o apelido vinha dos seus cabelos quase ruivos, e outro que era compatível com o seu gênio (ardida como gengibre), na verdade ela virou Ginger porque um primo pequeno não conseguia falar Virginia e dizia "Ginja". Baixinha (reparem nos saltos imensos que usava nos filmes), quase loira, quase ruiva, olhos claros e sempre explosiva. Não era o padrão de beleza de Holywood, mas se transformou num dos seus maiores ícones. Ela dançou no vaudeville e na Broadway, mas foi com Fred Astaire, a partir de 1933, que formou o casal mágico do cinema em 8 filmes. A mágica de Astaire e de Rogers não pode ser explicada; pode somente ser sentida, assim como as paixões também não se explicam. Criaram um estilo, um modo, um acontecimento. F

Escreveria Elia

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Mesmo em seu êxul Romanov nunca perdeu seu vezo gateador. Vestia sua gonga e passeava pelas alamedas distribuindo sorites flâmeos, era um fanal emitindo alectorofonemas. As garotas renitiam ao sicofanta oferecendo negaças à sua lipitude. Um dia, já tomadote, colimou uma arruadora que descia a covanca. Por não ser polímata, mal notou que a refece hirudina tinha merocele, além de ser anota. A beliz notou que era uma opima chance, cobrindo Romanov de aporemas e, numa favila, maniatou-lhe como um lictor. Desde então ele tornou-se atérmano, tanas e biofóbico. Sylvio Edmundo Elia , nasceu no Rio de Janeiro (RJ), a 4 de julho de 1913 e faleceu no Rio a 16 de novembro de 1998.Foi ensaísta, filósofo, lingüista, professor universitário e Doutor em Letras. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Filologia

A incontornável antologia de Março

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Nesse, como em todos os meses, apresento a antologia dos melhores comentários do mês. Esse blog não seria nada sem os seus leitores e leitoras ...viva a traição.... Uma história singela o conto narra... Quando é que chega meu diploma de insana honorária? ...seriam ocasionados por um toque de histrionismo ácido ou por qualquer pensamento energúmeno autêntico. quanto mais "indecente" melhor . vais dar inveja assim na pqp!!!! Ou há um colesterol oculto? Por quê será que você não informou os temperos da rabada? A maioria crê em interpretação literal. ...prefiro os lânguidos e doces. E eles não foram felizes para sempre??? :-( Uma no cravo, outra na ferradura. Seu estilo é bipolar. Não podia ser só um pé na jaca? Bjos de pata. :-) Nem me fale em ano fiscal que ja lembro de polícia federal. tudo que é epistolar tem um ar idiliaco, utopista... Taí uma característica que não esperava em diabos. Que danado é flor de sal????

Enredondilhado

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Redondilha é o nome dado, a partir do século XVI, às estrofes em verso de cinco ou sete sílabas. Aos primeiros dava-se o nome de redondilha menor e, aos segundos, de redondilha maior. I Pia, pia, corujinha Canta a noite do sertão Mas a chata da vizinha Prefere a televisão II Locupletei-me de beijos Ela me repreendeu Palavra tão horrorosa Esse beijo não foi meu III Foi procurar namorada Orkut, tweeter e messenê Mas a vida de verdade Ele mesmo nunca vê IV Meu coração é um deserto Não dá nem mandacaru Em dia de sol aberto Transpira feito tatu V Numa tarde de outono Fui contar-lhe minha dor Deu-me antiinflamatório e aplicação de calor VI Meu amor é coisa urgente Não aprendeu aguardar Nasceu sem ser esperado Nunca mais vai acabar

Feliz ano novo

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Adotando um hábito de empresas americanas, eu resolvi ter o meu próprio ano fiscal que começa hoje. E, sendo meu ano novo, resolvi fazer as minhas resoluções para o mesmo. A saber: A partir de hoje não bebo mais caféina, troco o café puro, forte e sem açúcar, por cházinhos descafeinados. Bebida alcoólica só cachaça, que esse negócio de beber vinho é pura frescura. Minhas referências culinárias passam a ser o McDonald´s e o Miojo. Vou abandonar todas as minha leituras poéticas, teológicas, filosóficas e assinar a revista Caras. Livros, a partir de agora, só se forem de auto-ajuda. Tornar-me-ei* um misógino, mais que isso, vou me instruir na arte da ginecofobia. Essa besteira de ser romântico e lírico será trocada por atividades mais sérias. Talvez entre num time de rugby. Internet, nem pensar. Adotarei uma postura ludita e militarei contra todos os avanços tecnológicos. E, finalmente, concretizarei os meus planos de me mudar para uma ilha deserta, onde não seja mais obrigado a ver gent