Em busca do Graal

No tempo ancestral dos sonhos, de um reino outrora obscuro e pequeno, tornaste-te princesa.

Os becos sujos da alma converteste em alamedas floridas. Perfumadas.

Teu sorriso abriu as portas dos cômodos e incômodos trancados. Envergonhados.

A melodia da tua voz era como o primeiro raio de luz da manhã. Nas tuas mãos o brilho dos cristais.

Hoje as flores sentem a tua ausência, e do perfume que as fez negar seus próprios aromas.

A água das fontes resseca por não poder tocar tua pele e os pássaros aguardam teu comando para cantar.

Soberana desse reino, todos teus súditos esperam o teu retorno das cruzadas.

Enquanto lutas pelo cálice de fogo e sangue, o reino treme de saudades, paralisado.

Com o olhar fixo na estrada pela qual voltarás envolta em nuvens e espuma.

Chegarás portando o Graal e assumirás o trono que a ninguém mais pertence.

Para sempre.

Comentários

Arimar disse…
Fábio.
Estou preocupada. Não há sobreviventes de ontem? Será que me salvei por falhas de alfabetização?
Vou aguardar!
À noite postarei meu comentário de hoje.
Pode postar duas vezes no mesmo dia, ou tem limite?
Beijos temerosos
Símbolos me fascinam... muito lindo

beijo de segunda feira a tarde
Elis Zampieri disse…
A coisa mais linda que li nos últimos tempos, E só.
Arimar disse…
Fábio.
Lindo demais!!!!!
Taty disse…
Ah, isso foi lindo!

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