Valsa

Ela chegou na sala e foi em direção ao aparelho de som.

Da poltrona, onde lia, ele observava cada um dos seus movimentos.

Abriu a portinhola do equipamento, tirou o disco que acabara de tocar e o guardou no seu estojo.

Ele a via de costas, com seus longos cabelos sobre os ombros nus.

Ela correu os olhos pela estante, em busca do que queria.

Ele reparava nas suas mãos pegando cada disco e nos seus olhos lendo as capas.

Achando o que buscava, ela sorriu.

Achando o que buscava, ele sorriu.

Ela apertou o play e começou a girar sozinha pela sala.

Ele levantou da poltrona e apertou o seu play.

Ela olhou para ele e lhe estendeu os braços.

Ele a tomou nos braços e entrou na dança.

Ela se deixava levar instintivamente pela música

Ele contava os tempos do compasso.

Depois de 19 valsas, doíam as pernas dela, o braço dele latejava.

Suados e felizes se olharam.

E começaram tudo de novo.

Comentários

Bel disse…
Adorei a parte do "e começaram tudo de novo".

Ontem qdo cheguei, encontrei Mardido acordado, com o som ligado. Resultado: preferi dançar do que jantar... (só não era valsa).

Bjoo
Que disposição!Para uma perna de pau como eu 02 já estava de bom tamanho...

beijos de terça feira
clau disse…
Ah, che bello...!

Mas sabe uma coisa?
Como uma fanatica por rock, eu teria o mesmo prazer se a coisa toda fosse ao ritmo dele, tb. rss

Mas, fazendo a solita dobradinha de ser igualmente apaixonada por musica classica, juro que se tivesse um salao e um vestidao rodado giraria, tb eu, ao som de uma bela de uma valsa...

Boa semana, Fabio.
Bjs!
Arimar disse…
Fábio

Estavam ensaiando para um baile de debutantes ou 15 anos??

Beijos
Fábio Adiron disse…
Bel : o importante é dançar, seja qual for o ritmo

Vilma: está sem fôlego, foi a gripe?

Clau: o salão a gente inventa

Arimar: depende dos 15 do que você esteja pensando

Postagens mais visitadas deste blog

Poemeto sintagmático

Basium, osculum e suavium

Embriaga-te de Baudelaire