Caparidáceas
Ele sabia que aquele era o jantar da sua vida. Não poderia cometer nem um erro, nem um deslize.
Depois de muito tempo ele finalmente tomara coragem de convidá-la para jantar na sua casa e, surpreendentemente, ela aceitara o convite.
Justo ela que sempre lhe pareceu ser a estrela inatingível. Até o seu melhor amigo tentou dissuadí-lo de qualquer tentativa. Era areia demais para seu caminhão.
Dormiu muito pouco nas noites que antecederam o encontro. Noites em busca de pratos perfeitos, testando e retestando as receitas. Recorreu a um sommelier para escolher os vinhos.
Nada. Nada podia dar errado. Nada.
Quando ela chegou a mesa da sala parecia um restaurante de luxo. Louça inglesa, taças de cristal tcheco, talheres de prata e guardanapos bordados a mão.
Serviu a salada de endívias com queijo de cabra e amêndoas com um vinho suave. A carne assada com um molho de alcaparras, acompanhada de risotto milanese e de um borgonha valente, mas macio.
Não se arriscou na sobremesa, preferiu comprá-la na doceria mais famosa da cidade e serviu-a com Sauternes.
Conversaram muito a noite toda. Inclusive sobre os pratos que ela queria saber como tinham sido feitos. Ela tentava disfarçar, mas estava encantada.
Meses depois, já namorando firme ele sugeriu de repetir aquele primeiro jantar. Ela disse que tudo bem, mas pediu que ele não usasse alcaparras...
Descobriu que ela odiava alcaparras.
Perguntou por que ela não tinha falado nada naquela noite. Ela deu um sorriso maroto. Ele entendeu tudo. O amor superou até as alcaparras.
Olhou apaixonado para ela e prometeu um jantar sem alcaparras. Ela olhou no fundo dos seus olhos e lhe disse:
" - Ah...só mais um detalhe, as facas ficam à direita do prato..."
Depois de muito tempo ele finalmente tomara coragem de convidá-la para jantar na sua casa e, surpreendentemente, ela aceitara o convite.
Justo ela que sempre lhe pareceu ser a estrela inatingível. Até o seu melhor amigo tentou dissuadí-lo de qualquer tentativa. Era areia demais para seu caminhão.
Dormiu muito pouco nas noites que antecederam o encontro. Noites em busca de pratos perfeitos, testando e retestando as receitas. Recorreu a um sommelier para escolher os vinhos.
Nada. Nada podia dar errado. Nada.
Quando ela chegou a mesa da sala parecia um restaurante de luxo. Louça inglesa, taças de cristal tcheco, talheres de prata e guardanapos bordados a mão.
Serviu a salada de endívias com queijo de cabra e amêndoas com um vinho suave. A carne assada com um molho de alcaparras, acompanhada de risotto milanese e de um borgonha valente, mas macio.
Não se arriscou na sobremesa, preferiu comprá-la na doceria mais famosa da cidade e serviu-a com Sauternes.
Conversaram muito a noite toda. Inclusive sobre os pratos que ela queria saber como tinham sido feitos. Ela tentava disfarçar, mas estava encantada.
Meses depois, já namorando firme ele sugeriu de repetir aquele primeiro jantar. Ela disse que tudo bem, mas pediu que ele não usasse alcaparras...
Descobriu que ela odiava alcaparras.
Perguntou por que ela não tinha falado nada naquela noite. Ela deu um sorriso maroto. Ele entendeu tudo. O amor superou até as alcaparras.
Olhou apaixonado para ela e prometeu um jantar sem alcaparras. Ela olhou no fundo dos seus olhos e lhe disse:
" - Ah...só mais um detalhe, as facas ficam à direita do prato..."
Comentários
Mas, creio, nao erraria o lado do talher, que o meu fraco é mm com as taças.
Mas poderia, ao menos, afogar minhas maguas com a garrafa do Sauternes. rss
Bjs!