Uma ova!
Leon sempre fora apaixonado por Sulana, mesmo sabendo que suas chances com ela eram remotíssimas.
É verdade que nunca perdia a esperança. A forma que encontrou de permanecer sempre perto dela foi oferecendo sua amizade, o que ela nunca recusou.
Acompanhou de perto todas as suas desventuras com o namorado, um tipo que não dava a ela um átomo do valor que ela merecia.
Mesmo assim, nunca tentou tirá-la dele. Preferia tê-la chorando no seu ombro que o risco dela encontrar alguém melhor. Adorava ser o seu protetor.
Até o dia em que Sulana praticamente desapareceu. Não telefonava mais, mas respondia os seus torpedos e, pior, nunca mais tinha tempo para um café no meio da tarde.
Não demorou muito para ele descobrir o que estava acontecendo. Sulana encontrara um outro homem que a fazia feliz e não queria dedicar tempo senão a ele.
Leon tentou se reaproximar de todas as formas, chegando mesmo a irritar Sulana com a sua insistência.
Resolveu ser simpático. Chef de um restaurante francês, Leon convidou Sulana e Aron, o namorado, para jantar em seu estabelecimento.
De alguma forma queria desmascará-lo depois de saber que, supostamente, Aron era um gourmet.
Recebeu-os com uma taça de Royal Guillevic, a chiquérrima sidra da Bretanha e ostras frescas. Por conta da casa, é claro
Quando Sulama e Aron foram escolher o prato principal Leon sugeriu que Aron comesse os raviolis de Beluga com molhos de aspargos salteados em Calvados.
Aron aceitou, sem disfarçar uma certa desconfiança sobre as intenções de Leon.
"- Esse cara quer me envenenar..." disse para Sulama
"- Imagine amor. Leon está enciumado, mas não é má pessoa."
Quando os pratos chegaram, Aron puxou uma cadeira e pediu que Leon se sentasse. Olhando nos seus olhos disse:
"- Você não sabe, mas eu descendo da tribo dos mohawks groenlandeses. Na nossa cultura toda vez que encontramos um novo amigo compartilhamos com ele o mesmo prato de comida. É a garantia de uma amizade duradoura."
Leon empalideceu, depois ficou vermelho, magenta, roxo, amarelo... mas não podia recusar o desafio, ainda mais na frente de Sulama. Pediu talheres ao garcon.
Levaram juntos os garfos à boca. Aron sorria mordaz, Leon suava frio. Segunda garfada, terceira... antes da quarta Leon jogou longe os talheres e começou a chorar.
"- Eu sei! Eu sei! Eu não passo de uma grande fraude." levantou-se entrou na cozinha, de onde não voltou.
Sulana olhou para Aron, que continuou a comer, de forma inquisidora.
"- Não foi nada amor - disse Aron - mas isso aqui não é Beluga nem aqui nem no mar Cáspio. Não passam de ovas de tainha de Ubatuba".
Tomaram um café. Pagaram a conta. E foram felizes para sempre
É verdade que nunca perdia a esperança. A forma que encontrou de permanecer sempre perto dela foi oferecendo sua amizade, o que ela nunca recusou.
Acompanhou de perto todas as suas desventuras com o namorado, um tipo que não dava a ela um átomo do valor que ela merecia.
Mesmo assim, nunca tentou tirá-la dele. Preferia tê-la chorando no seu ombro que o risco dela encontrar alguém melhor. Adorava ser o seu protetor.
Até o dia em que Sulana praticamente desapareceu. Não telefonava mais, mas respondia os seus torpedos e, pior, nunca mais tinha tempo para um café no meio da tarde.
Não demorou muito para ele descobrir o que estava acontecendo. Sulana encontrara um outro homem que a fazia feliz e não queria dedicar tempo senão a ele.
Leon tentou se reaproximar de todas as formas, chegando mesmo a irritar Sulana com a sua insistência.
Resolveu ser simpático. Chef de um restaurante francês, Leon convidou Sulana e Aron, o namorado, para jantar em seu estabelecimento.
De alguma forma queria desmascará-lo depois de saber que, supostamente, Aron era um gourmet.
Recebeu-os com uma taça de Royal Guillevic, a chiquérrima sidra da Bretanha e ostras frescas. Por conta da casa, é claro
Quando Sulama e Aron foram escolher o prato principal Leon sugeriu que Aron comesse os raviolis de Beluga com molhos de aspargos salteados em Calvados.
Aron aceitou, sem disfarçar uma certa desconfiança sobre as intenções de Leon.
"- Esse cara quer me envenenar..." disse para Sulama
"- Imagine amor. Leon está enciumado, mas não é má pessoa."
Quando os pratos chegaram, Aron puxou uma cadeira e pediu que Leon se sentasse. Olhando nos seus olhos disse:
"- Você não sabe, mas eu descendo da tribo dos mohawks groenlandeses. Na nossa cultura toda vez que encontramos um novo amigo compartilhamos com ele o mesmo prato de comida. É a garantia de uma amizade duradoura."
Leon empalideceu, depois ficou vermelho, magenta, roxo, amarelo... mas não podia recusar o desafio, ainda mais na frente de Sulama. Pediu talheres ao garcon.
Levaram juntos os garfos à boca. Aron sorria mordaz, Leon suava frio. Segunda garfada, terceira... antes da quarta Leon jogou longe os talheres e começou a chorar.
"- Eu sei! Eu sei! Eu não passo de uma grande fraude." levantou-se entrou na cozinha, de onde não voltou.
Sulana olhou para Aron, que continuou a comer, de forma inquisidora.
"- Não foi nada amor - disse Aron - mas isso aqui não é Beluga nem aqui nem no mar Cáspio. Não passam de ovas de tainha de Ubatuba".
Tomaram um café. Pagaram a conta. E foram felizes para sempre
Comentários
Bom dia!!!
Então: abaixo o caviar!
Hihihi.
Bjs!