O crime do travesseiro
Francisco achou estranho que tivesse esquecido de trancar a porta de casa. Percebeu, logo ao entrar, que algo tinha acontecido. Acendeu a luz e começou a examinar a sala. Tudo estava no lugar. Muito no lugar demais. Entrou na cozinha, mais uma surpresa. Pia limpa, chão brilhando. Até as marcas de gordura do fogão tinham desaparecido. Correu para o quarto. Um choque. A cama não só estava arrumada como tinham trocado os lençóis. Sua camisa vermelha, que ele sabia ter colocado no cesto de roupa suja, estava lavada, passada e pendurada no cabide. Não acreditava que Lucíola pudesse ter feito aquilo. Era um doce de namorada mas faxina não combinava com ela. Mesmo assim ligou para confirmar. Além de garantir que não tinha feito aquilo, Lucíola ainda teve uma crise de ciúmes. Queria a todo custo saber quem é que tinha a chave do apartamento além dela. Francisco ligou para o zelador, a única outra pessoa que tinha a chave. Ele afirmou que não dera a chave para ninguém, além do que, a sua cópia ...