As gêmeas
O pai era
um fumante inveterado, a mãe tinha uma compulsão paranóica em relação a
traças.
Apesar
disso todos se chocaram quando as gêmeas nasceram e receberam os nomes
de Nicotina e Naftalina. Tanto que o escrevente do cartório exigiu uma
declaração do pai assumindo a responsabilidade pelos nomes.
O padre
recusou-se a batizá-las. A mãe foi se queixar com o bispo. De nada adiantou. Só
receberam o sacramento porque encontraram uma paróquia dissidente da igreja,
cujo sacerdote topava qualquer parada.
Os
familiares acabaram por chamar as meninas de Tina e Lina, o que não as poupou de
todo tipo de gozação quando foram para a escola. Cresceram revoltadas com a
situação e nunca perdoaram os pais pelos constrangimentos que
passaram.
Tina acabou
tornando-se uma extremista radical anti-tabagista, mas sempre foi vista de forma
suspeita dentro do movimento. Os líderes do grupo reconheciam que era impossível
promover a causa tendo como militante a própria Nicotina.
Lina
formou-se em biologia, especializou-se em lepismatídeos. Sua mãe ameaçou
deserdá-la caso trouxesse os seus bichinhos para casa.
Tina nunca
se casou. Todos os seus pretendentes eram fumantes.
Lina
namorou durante anos um químico especializado em hidrocarbonetos aromáticos, mas
acabou casando com um colega que se dedicava ao estudo de
termitas.
Quando seus
pais morreram resolveram que era a hora de mudar de nome. Entraram na justiça
com o pedido.
O juiz, um
sujeito de muito bom senso reconheceu rapidamente o rídiculo da
situação.
Só
indeferiu a causa porque Nicotina pediu para se chamar Varenicila e Naftlina
queria adotar o nome de Thysanura.
Comentários
Você é realmente demais !!!
Quando penso que você já disse tudo, lá vem você de novo, e cada vez mais criativo !!!
Bom final de Semana.
Beijos.
Arimar