Casos heterodoxos

Ela se considerava uma equação de terceiro grau, até se apaixonar por um matemático quando, enfim, se tornou uma mulher resolvida.

Ele admitia que ela não tinha nenhum diferencial, ainda assim a amava de forma integral.

Todos a achavam brega por ficar mandando beijos no coração. Ela se justificava dizendo que sua frustração era não ter conseguido ser cardiologista.

Ela sempre sonhou em usar um sapatinho de cristal. Acabou no pronto socorro depois de pisar numa garrafa quebrada e encher o pé de cacos de vidro.

Ele achava que até matar baratas era crime ecológico, o que nâo o impediu de chutar o fox paulistinha que urinou na sua perna.

Passou a vida inteira na corda bamba. Se aposentou com artista circense depois de 50 anos de serviço.

Comentários

Taty disse…
Li e reli....bem heterodoxo...tentei ler de trás pra frente, do meio por fim e tudo continuou heterodoxo. Beijos
Que bom que ainda resta a aposentadoria ou a morte, se bem que no Brasil ambos tem sido sinônimos...
clau disse…
Fabio, esta do equilibrista é a de todos nós. Só que não ganhamos aposentadoria por isso... rss rss

Postagens mais visitadas deste blog

Poemeto sintagmático

Basium, osculum e suavium

Embriaga-te de Baudelaire