Quando Anoia chegou em casa, sua mãe, Frescura discutia com Plutão, recém rebaixado da sua condição planetária. A mãe acusava o pai de misoponia e destempero. Anoia, não abriu a boca, sabia que, caso o fizesse, ela seria responsabilizada pela situação. Não era esse o seu desidério, a menina era viciada em discursos laudatórios, quando não os recebia vitimizava-se e, não raramente, exaltava-se. Frescura olhou para a filha, esperando a oportunidade de transferir a culpa do bate boca para a filha. Plutão, desviou o olhar, como se não percebesse o que estava acontecendo. Nada falando, além de saudar os pais, Anoia foi diretamente para o quarto, onde encontrou sua irmã Philautia que, por sua própria natureza, também não quis saber da retórica materna. Anoia recostou-se na cama e mandou um torpedo para o seu namorado, Kolakia, um jovem grego versado na arte da adoxografia. Chamou-o para sair, ela estava carente de sua loas, especialmente as que eram temperadas com sal. Kolakia não pensou du...