Corredor de ônibus
Mariana morava no Grajaú e todos os dias acordava às 5 da manhã para ir trabalhar num escritório de contabilidade na Libero Badaró onde estava há mais de três anos. A viagem de ida não costumava ser muito sofrida, mas a de volta era uma tortura. Mesmo quando saía pontualmente às 18h não chegava em casa antes das 21h. O trajeto incluía uma pequena caminhada até a praça do Correio onde embarcava, às duras custas, no 5317. Uma viagem de quase 33 km e depois mais um trecho à pé até a estrada do Capoeira, onde tinha a sua casinha com Horácio. Os dois estavam juntos há cinco anos. Ela o conhecera numa festa de bairro e, não pouco tempo depois juntaram os trapos e as panelas. Horácio era um sujeito trabalhador e carinhoso. Tinha uma oficina de motos na Teotônio para onde ia e voltava de casa caminhando. Não acordava tão cedo quanto Mariana e, como sempre chegava em casa antes dela, preparava o jantar para a companheira exausta do dia de trabalho e da jornada de ônibus. To...