Entre o real e o ilusório: resposta aos homens ocos

Inspirado por Vera Helena Castanho O vazio avança e o real se desfaz diante de nossos olhos. Entre imagens, notícias, estímulos incessantes e promessas, o mundo se tornou um espetáculo de aparências e máscaras. T. S. Eliot já havia vislumbrado esse cenário quando descreveu seus "homens ocos", aqueles seres "empalhados" que sussurram vozes dessecadas como "vento na relva seca". Mas onde Eliot via paralisia, podemos encontrar movimento. Onde ele percebia "forma sem forma, sombra sem cor", ainda é possível detectar potências. O ilusório não encanta mais: agora corrói. Dissolve contornos, confunde referências e deixa um espaço silencioso e inquietante, onde antes a realidade se sustentava no bom combate. Os "homens ocos" de Eliot habitam essa mesma terra morta, "esta terra do cacto" onde as imagens de pedra recebem súplicas de mãos mortas. Contudo, diferente da resignação elioteana, cabe reconhecer que não estamos condenados à p...