Pinheiro, pinha, pinhão
Uma das descobertas das crianças na nossa viagem recente a Campos do Jordão foram os pinhões. Estavam em todos os cantos, pelos gramados, pelas estradas, no teto do chalé... e o mais impressionantemente - era vendido por ambulantes na beira da estrada (quem é que precisava pagar por eles se era só ir catando pelo caminho?)
Quando souberam que aquilo era comestível resolveram colher, ou seja, voltamos para São Paulo com quase um quilo de pinhões.
Além do ser humano (descobrimos que era comestível com os índios guaranis) e quase todos os animais se alimentarem desse pinhão, o serelepe e a gralha azul costumam conduzi-los a grandes distâncias e armazená-los, o que fazem enterrando grande quantidade de pinhões no solo os quais, sendo depois esquecidos acabam gerando novas árvores.
Eu já vi receita de molho de pinhão com cream cheese para colocar em filé mignon (pareceu interessante, quem sabe na minha próxima ida a Campos eu colha mais) e existem dezenas de receitas, especialmente paranaenses (paçoca, farofa, torta, pinhão com lombo...), mas em toda região sul o pinhão faz sucesso, em Lages (SC) tem uma festa especial para essa semente.
Do ponto de vista nutritivo, é um grande fornecedor de proteínas.
Como se tratava de uma novidade, ficamos na receita básica, ou seja : pinhão com pinhão.
Veja como é complexa : lave cerca de um quilo de pinhões (na casca, é claro). Coloque em uma panela de pressão 1 litro de água e 4 colheres de sopa sal. Misture e acrescente os pinhões, tampe e leve ao fogo. Tão logo consiga pressão, abaixe o fogo e cozinhe por 40 minutos. Escorra os pinhões e sirva.
Se você tiver preguiça de descascar, passe em qualquer lojinha de artesanato de Campos e compre um descascador super sofisticado (um madeira furada onde se coloca o pinhão e, com uma alavanca, espreme-se o bichinho e solta-se a casca).
Ah...e antes que eu me esqueça, o pinoli não é um derivado do pinhão, mas um outra variedade, encontrada no mediterrâneo e essencial para se preparar um bom pesto genovese e vários outros pratos árabes (onde é chamado de snobar).
Comentários
Vilma
Mentira deslavada, vou ligar e pedir
pra papys fazer hahahaha
bijok
Adoro estas facilidades...!
Se bem que tb iria bem um negocio destes para tirar as nozes de dentro de seus frutos, que parecem um abacatinho. Pq as unhas e a pele ficam manchadas até trocar por novas...
E os pinolis, bem...estes a gente colhe nas praças, por aqui. E é bom fazer isto pq, e eu nem saberia explicar, custam caro de tudo...
Bjs!
Abraços!
Há um festival do pinhão em Visconde de Mauá, certa vez uma amiga da familia ganhou o 1º premio, um doce feito com masas folhada. Hoje em dia este festival está tão sofisticado que os jurados são grandes chef de cuisine.
Mas nada como andar descalça na grama e catar pinhões e os restos da pinhas pra acender a lareira de noite....e no verão catar jaboticaba, 2 pra cesta e 5 pra boca, amora e morangos silvestres.....ah bons tempos que um dia ainda voltarão e o que é bom fica na memória do coração!
Quando fui a Joaçaba há alguns meses, vi muitos pés mas não tinham ainda pinhões. Eu adoro comer e vou mesmo com a boca, mordo como a Vilma falou ou então parto no meio com a faca, pois as vezes o pinhão está estragado e ai só na boca que se percebe o gosto...
Adorei.
Beijos.