Postagens

Mostrando postagens com o rótulo vinhos

Caparidáceas

Imagem
Ele sabia que aquele era o jantar da sua vida. Não poderia cometer nem um erro, nem um deslize. Depois de muito tempo ele finalmente tomara coragem de convidá-la para jantar na sua casa e, surpreendentemente, ela aceitara o convite. Justo ela que sempre lhe pareceu ser a estrela inatingível. Até o seu melhor amigo tentou dissuadí-lo de qualquer tentativa. Era areia demais para seu caminhão. Dormiu muito pouco nas noites que antecederam o encontro. Noites em busca de pratos perfeitos, testando e retestando as receitas. Recorreu a um sommelier para escolher os vinhos. Nada. Nada podia dar errado. Nada. Quando ela chegou a mesa da sala parecia um restaurante de luxo. Louça inglesa, taças de cristal tcheco, talheres de prata e guardanapos bordados a mão. Serviu a salada de endívias com queijo de cabra e amêndoas com um vinho suave. A carne assada com um molho de alcaparras, acompanhada de risotto milanese e de um borgonha valente, mas macio. Não se arriscou na sobremesa, preferiu comprá-la...

Bacalhau do Alberto

Imagem
Na semana passada recebi a ilustríssima visita do meu primo Alberto (que nunca gostou de ser chamado de Alberto Carlos por temer ser atropelado por um trem antes que alguém conseguisse dizer seu nome inteiro...Alberto Carlos olha o trrrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr...pluft!!) Como nos tempos ancestrais quando ele me levava para almoçar em restaurantes do centro financeiro do Rio de Janeiro, o papo foi muito mais do que agradável. Falamos de música, de cinema, de casamento, de mercado imobiliário (onde ele trabalha), de igreja, da família, dos filhos (não, sobre esses eu não falava na época do Rio, pois não os tinha). Para preparar um jantar adequado perguntei antes se ele tinha alguma restrição alimentar. Ele só dispensou a buchada de bode, por motivos religiosos, é claro. Resolvi fazer bacalhau. Como não tenho o hábito de fazer um prato duas vezes da mesma maneira matutei como deveria cozinhar o ilustre cod gadus morhua e me saí com a seguinte receita: Peguei duas postas de lombo de bacalhau d...

13 passos para comemorar

Imagem
Existem momentos e datas que merecem mais que uma simples comemoração, precisam ser lembrados pela eternidade. Ao melhor estilo americano, aproveito o dia 13 para dar um roteiro de 13 passos para fazer um jantar memorável. Todas as sugestões que dou aqui foram testadas e posso garantir que os resultados ultrapassam qualquer expectativa. 1. Antes de mais nada as pessoas, convide para esse repasto pessoas que sejam interessantes, agradáveis e, claro que digam algo ao seu coração. Os dois primeiros aspectos são importantes, mas não querem dizer nada se o último não estiver presente. Sem motivação emocional, a festa pode ser significativa, mas não vai deixar lembranças duradouras. Por outro lado, se as pessoas forem realmente as mais importantes da sua vida, você pode até servir pipoca. 2. Comece a refeição com uma salada. É sempre uma forma fresca de se abrir o apetite. Eu recomendo saladas coloridas, uma vez que as cores alegram a vida. Alfaces, raddichios, cenouras pigmentam bem o prat...

Foi bonita a festa pá.

Imagem
A data já estava sendo negociada há tempos e acabou sendo um dia cheio de questões simbólicas: o trigésimo quinto aniversário da revolução dos cravos. Não tivemos cravos, mas um lindo vaso de gérberas enfeitava a mesa. A proposta era a de um jantar a 4 mãos, as minhas duas e as duas da minha prima Virgínia. Ela cozinha muito bem salgados (já tive a felicidade de experimentar) mas, como eu não tenho o menor pendor para os doces, eu fiquei encarregado da entrada e do prato principal, ela das sobremesas. Chef e Chefa Combinamos o cardápio, que depois recebeu nomes extravagantes inspirados pelo aperitivo de porco espinho. Quem come porco espinho come qualquer coisa... Porco espinho Já que você leu até aqui toda essa enrolação, aqui vão os pratos (depois eu peço as receitas dos doces para a Virgínia e também publico) Gadus au façon de Torquemada* Dessalgue em água gelada 1 kg de bacalhau em postas. Na última água acrescente 1/2 litro de leite. Escorra e cozinhe o bacalhau em mais 1/2 litro ...

Camarão conquetivé

Imagem
Sábado passado tirei do freezer um pacote de camarões. Sem saber exatamente o que iria fazer com eles no domingo. Como o meu dia acabou ocupado por outras atividades que mereciam mais atenção que os crustáceos e, no domingo de manhã fui para a Igreja, encontrei os decapódes me esperando na pia. A primeira idéia foi fazê-los à dorê. Mas eram de tamanho médio e estavam sem cauda. Desisti. E fui fazer uma pesquisa na minha caixa de temperos e na geladeira. Temperei os malocostráqueos com flor de sal e pimenta do reino. A Letícia veio me ajudar e pedi que ela misturasse uma colher de chá de curry em meia xícara de café de azeite que derramamos nos bichinhos. Com um pouco mais de azeite e flocos de alho eu refoguei os artrópodes numa caçarola. Quando já estavam cozidos coloquei uma meia garrafinha de leite de côco que estava perdida na geladeira. Deixei reduzir, chequei o sal do caldo. Aí cozinhei um pacote de rottele (aquele macarrão que parece uma roda de carroça), adicionei o molho de c...

Sou do contra

Imagem
Desde o seu lançamento ouvi muita gente me recomendando o filme Sideways (em português denominado "entre umas e outras"), especialmente por saberem que eu gosto de vinhos e essas pessoas acreditarem que o filme seja sobre esse tema. Durante a minha maratona cinematográfica das férias (esse ano assisti 41 filmes) carreguei o DVD na bagagem. Se, dentre todos, não foi o pior filme que vi, certamente ficou classificado entre os 3 mais chatos e soníferos. O filme se define como uma comédia (inclusive ganhou prêmios nessa categoria). Não tem graça nenhuma. Os personagens são pobres. De um lado um depressivo professor que não dá uma bola dentro da vida (o que os americanos classificam como "loser"), de outro seu amigo infantil e priápico. As mocinhas da trama também não se destacam pela originalidade nem pela profundidade. O roteiro chega a ser indecentemente previsível. Boy meets girl, começam um relacionamento, tem um desentendimento provocado por um mal entendido e acab...

Baladas no fogão

Imagem
Claro, você já percebeu pelo horário das publicações que eu sou coruja mesmo. Funciono melhor de madrugada do que de manhã. Meu sono segue rigorosamente a lei da inércia. Quando estou acordado, tendo a continuar acordado. Em compensação, depois que durmo... costumo dizer que eu me levanto às 7, mas só vou acordar depois das 9. No intervalo sou, literalmente um zumbi. Ultimamente dei para cozinhar de madrugada. Acabo a minha lide virtual e vou para o fogão ou, pelo menos, para a pia temperar algo para o dia seguinte. A família não costuma reclamar, desde que eu não invente de usar o liquidificador. Se bem que outro dia minha mulher levantou dizendo que tinha sonhado com molho de tomate e qual não foi sua surpresa ao encontrá-lo pronto em cima do fogão. Amanhã vai ser dia de fraldinha. E não é dos meus filhos que já passaram dessa fase e agora ao invés de usá-las devoram-nas A carne foi temperada com flor de sal e pimenta do reino. Num recipiente à parte misturei salsa, cebolinha, louro...

Siri descascado

Imagem
Houve um tempo em que casquinha, se não era de sorvete, era só de siri. O que fazia todo o sentido, uma vez que a carne do bicho está literalmente dentro de uma casca. Em alguns restaurantes mais pedantes era chamada de carne de braquiúros em seu exoesqueleto de quitina (dizem que até hoje esse é o nome do prato na cantina da faculdade de biologia). A primeira deformação do acepipe foi quando começaram a servir a carne de siri em casquinhas que não eram as próprias do crustáceo (o que, por si só, já era uma afronta aos finados portunídeos), mas em conchas. Arrancam-lhes a carne e nem permitem que seu funeral seja em casca própria. Mais indecentemente ainda, alguns lugares chegam ao ponto utilizar conchas recicláveis (de plástico ou algum policarbonatos que eu não tenho competência para identificar). Quando vejo isso, fico em dúvida até se a carne é de siri mesmo. A outra heresia é que começaram a usar a base da receita da casquinha de siri com carnes de outros seres marinhos. Até aí n...

Cenas enológicas

Imagem
Para a Rejane que me provocou esse texto* Diferente do whiskey, bebida comum dos corações quebrados e dos durões, vinho e cinema nem sempre andaram de mãos dadas. Provavelmente porque os americanos não eram grandes consumidores de vinho como são atualmente, talvez pelo vinho ser uma bebida mais complexa, quando Holywood prima pela simplicidade. Não é uma tarefa fácil pensar em filmes onde o vinho tenha um papel significativo, que seja colocado no lugar certo e ainda ser um filme bom. Em alguns filmes há vinho demais, em outros no lugar errado, e não poucos são filmes muito chatos. Não que o vinho seja o ator principal de cada um deles. Muitas vezes ele faz apenas uma ponta, mas vale a pena. Evito aqui filmes sobre vinho como Mondovino e Sideways e nem vou entrar na cinematografia européia, onde eu precisaria de mais de uma década para fazer uma seleção desse tipo, exceto por um filme inglês que muitos imaginam que também seja americano. Pegue a lista, vá até sua vídeo locadora, no cami...

Mistura de sotaques

Imagem
“- Mas , bichinho, esse negócio é tri legal, não se avexe e pode trazer os guris para conhecer a plantação. Eu preparo aquele fogo de chão e já vou temperando a carne de sol com sal grosso e o charque com um pouquinho de dendê....” Isso lhe soa muito estranho ? Parece bahiano que migrou para Vacaria ou algum gaúcho morando em Itapoan ? Pois saiba que alguns dos melhores vinhos gaúchos hoje são produzidos no sertão da Bahia e de Pernambuco. A região do Vale do São Francisco vem-se firmando como um importante pólo de produção de vinho no país. Nesta região, o vinho tem características originais e uma personalidade que tem feito crescer sua participação no mercado brasileiro e torná-lo competitivo no comércio internacional, que exibe a tendência por consumo de vinhos jovens. A produtividade é a grande vantagem da Bahia em relação ao Rio Grande do Sul, no Nordeste, por conta da grande insolação, a videira produz duas safras e meia de uvas por ano com qualidade igual ou superior à das regi...

A festa da sogra

Imagem
Na semana passada foi aniversário da sogra. Como bom genro (que inclusive a cumprimenta sempre no dia da sogra que, caso você não saiba é 28 de abril, mesmo dia em que, em 1768, uma provisão régia reiterou a obrigatoriedade do plantio de mandioca nas fazendas do Brasil - o que exatamente uma coisa tem a ver com a outra eu não faço a menor idéia) resolvi oferecer-lhe o almoço, convidando também meu cunhado e os tios (irmãos dela). Juntando todo mundo éramos 16 pessoas. A definição do cardápio foi complexa. Não porque ela seja muito exigente, mas porque precisava evitar qualquer prato que desse alguma conotação jocosa. Galinha não faria jus à sua seriedade. Salada de pepino, nem pensar, tão pouco molhos adocicados à base de abacaxi ou banana. Meu famoso molho "alla putanesca" estava completamente fora de cogitação. Mas não escapei da abobrinha. Comecei servindo canapés. Torradinhas com fatias de salame de avestruz (de verdade, você encontra no Pão de Açúcar e é muito saboroso) ...

Vinhos com sobrenome

Imagem
Um sobrenome muitas vezes pode dizer muita coisa a respeito de determinadas pessoas mas, se ele estiver sozinho pode não dizer nada, ainda mais se for um sobrenome extremamente comum de um determinado país. No Brasil, Silva é o sobrenome de maior freqüência em qualquer lista telefônica , mas um Silva é completamente diferente de outro. Um pode ser Tércio Lins e Silva, grande jurista e defensor da democracia, ou Arthur da Costa e Silva, grande ditador – um mesmo sobrenome com qualidades bem diferentes. Muitas regiões vinícolas desde a Grécia antiga adotaram sistemas de dar sobrenomes aos seus vinhos. Como sistema surgiu na era moderna como uma forma de proteger o produtor e o consumidor de falsificações a partir de uma campanha do Barão Le Roy, dono do Château Fortia na região do Châteauneuf-du-Pape, daí o sistema se espalhou por toda França e depois para outros países. Mais do que isso, resolveram determinar padrões mínimos de consistência na produção e, só os produtores e engarrafado...

Banqueiros afogados

Imagem
Numa história que circulou na maioria dos jornais há alguns anos, cinco funcionários da área de investimentos do Barclay’s Bank , em Londres, foram demitidos por terem gasto cerca de US$63.000 ( isso mesmo que você leu, sessenta e três mil dólares – ao câmbio de hoje, cerca de 100 mil reais) em um jantar, no famoso restaurante Pétrus. Certamente não foi a comida que custou tudo isso, aliás, o restaurante nem quis cobrar os pratos servidos, mas uma coleção de vinhos raros que foram consumidos durante o jantar. O jantar começou com um vinho “menor”, um Montrachet não especificado de 1982 ou 84, continuou com três garrafas do raro e caríssimo Château Pétrus , safras 1945, 46 e 47. Com a sobremesa beberam uma centenária garrafa de Château d'Yquem , provavelmente safra 1900 ou 1901. Os vinhos realmente eram considerados excepcionais , os anos de 1945-47 são considerados os melhores do Pétrus, o que não os poupou do escândalo de terem pago muito mais do que os vinhos realmente valiam. ...

Quebrando os copos

Imagem
Atenção . Antes de ler esse texto esteja consciente que ele trata de um tema que é tabu e, portanto você corre o risco de se escandalizar. Caso você seja do tipo que se ofende facilmente, recomendo que clique aqui Eu nunca levei a sério essa história de que um copo pode melhorar ou piorar o gosto de um vinho. Ainda está para nascer alguém que me prove que Sangue de Boi numa taça Riedel é melhor que um Nuits-St-George num cristal Cica. No entanto, a variedade de copos para vinhos é quase proporcional à variedade de vinhos disponíveis. O que provoca exageros que chegam quase ao limite de existirem copos de acordo com a safra de um mesmo vinho. Os chamados especialistas vão alegar motivos técnicos, ou melhor, usando o termo certo, organolépticos, para o uso de copos de espessura, altura, largura diferentes de acordo com cada tipo de vinho. Outros defenderão as razões históricas. Mas ainda acredito que o maior motivo para essa variedade de taças seja o de alimentar a indústria de cristai...

Comprando vinhos sem medo

Imagem
Comprar vinhos não é uma tarefa fácil para os iniciantes, pior, não é possível estabeceler nenhum tipo de regra que garanta um mínimo de qualidade. É um conhecimento que só se adquire com experiência tanto em relação à qualidade quanto em relação aos preços que costumam ter variações absurdas de um comerciante para outro. Aprender a comprar bem exige um gasto significativo de gasolina ou de sola de sapato. As casas especializadas em vinhos são, normalmente, opções mais cômodas. Costumam ter uma variedade considerável de rótulos, especialmente entre os importados. Também têm a vantagem de tratar melhor a bebida que outros estabelecimentos, mas, infelizmente, as condições de armazenagem e transporte dentro do Brasil ainda são precárias. Muitas vezes a loja tem uma adega muito bem cuidada para receber vinhos que se deterioram durante a viagem. Algumas poucas importadoras pagam pelo transporte em contêineres climatizados o que garante a qualidade, mas se reflete no preço. Alguns bons negó...

Cod Gadus Morhua

Imagem
Relutei um pouco sobre fazer bacalhau na 6a feira de Páscoa. Não tenho nenhuma questão religiosa sobre o tema, poderia ter feito uma picanha, como sugeriu o Lou, mas alguns membros da família iriam se escandalizar com isso e o apóstolo Paulo recomenda fortemente evitarmos escândalos. O que limitava a confecção do bacalhau era que achava que ia gastar dinheiro demais. Quando fui ao mercado na semana passada descobri que o preço estava até mais baixo que o do ano passado (viva a queda do dólar). Comprei um de mais de 4 kg, pedi para fazer um pacote só com os pedaços do lombo e outro com as pontas e as lascas (que vão virar um risoto de bacalhau em breve) Não é qualquer bacalhau que pode usar esse nome, só o Cod Gadus Morhua , o Legítimo Bacalhau, e o Cod Gadus Macrocephalus , o bacalhau do Pacífico. Os demais devem receber a designação "pescado salgado seco". Mas existe bastante enganação por aí. O escolhido foi um Cod Gadus Morhua , ou seja, o Legítimo Bacalhau, também conhec...

Ao sabor dos vinhos argentinos

Imagem
Toda copa do mundo de futebol é a mesma coisa. Eu não tenho um rojômetro (aparelho que serviria para medir a quantidade e a intensidade de rojões), mas tenho a impressão de que a festa sempre é maior para as derrotas argentinas do que para as vitórias brasileiras. Se a derrota ainda implicar em desclassificação a demanda de rojões supera a oferta. Quando isso acontece eu, que não solto rojões, aproveito para tomar um bom vinho. Argentino é claro. Conta a história que em 1556 chegou a Santiago del Estero, região de Cuyo, o padre Juan Cidron trazendo em sua bagagem estacas de vides que originaram os primeiros vinhos da Argentina. No entanto, somente mais de dois séculos depois, em 1777, é que teve início a produção comercial, primeiro com alguns imigrantes portugueses e depois com europeus de outros países que se radicaram em Mendoza. Em 1875, o governo mendocino resolveu investir na produção vitivinícola, contratando o agrônomo francês Aimé Pouget. Dessa época até o final dos anos 50 (d...

Cozinhando com muito vinho

Imagem
No mês passado escrevi a respeito dos requisitos básicos para se cozinhar com vinho ressaltando as questões de equilíbrio entre o vinho com que se coze e o que se bebe e, conseqüentemente, a escolha de um bom vinho para se cozinhar. No mesmo artigo dei uma receita de risoto onde, apesar de essencial na receita, o uso do vinho era bastante comedido - apenas ½ xícara . Algumas pessoas poderiam ter me questionado: e quando se cozinha com muito vinho? Vale a pena gastar uma garrafa de um bom vinho apenas como tempero ? Algumas receitas exigem um volume de vinho bem maior do que o normal e exatamente por isso a questão da qualidade do mesmo torna-se ainda mais fundamental, mas ao mesmo tempo eu concordo que o custo pode ser extremamente desfavorável. Vamos pegar um prato clássico como exemplo. O boeuf bourguignon, um prato popular (inclusive na questão de custo) e, provavelmente, o prato mais famoso da Borgonha, exige em sua receita uma garrafa inteira de vinho, obviamente, da Borgonha. É c...

Uma adega mais que mimosa

Imagem
Quase no meio do caminho entre Petrópolis e Itaipava, na estrada que vai do Rio para Belo Horizonte, existe um lugarejo chamado Vale Florido. O lugar não teria nenhuma projeção não fosse o fato de, entre a meia dúzia de ruelas que o compõem, está situada a Locanda della Mimosa, um hotel de apenas seis apartamentos e um dos sete restaurantes chamados de magníficos pelo guia 4 Rodas (junto com o Antiquarius, o Claude Troigros e o Cipriani no Rio de Janeiro, o Fasano e o Massimo em São Paulo e o Boulevard de Curitiba). A história da Locanda começou com a criação de enorme subterrâneo, a oito metros de profundidade, cuja construção foi feita em concreto maciço e toneladas de ferro. Depois de fechar esse este buraco com quatro metros de terra, estava criada La Cave, evidentemente, por ser Danio Braga, o proprietário do local um apaixonado por vinhos, não poderia deixar de ter uma adega de qualidade. Encravada embaixo da terra, a adega privilegia os cuidados especiais para os vinhos e se man...

Puros ou cortados ?

Imagem
Muitas vezes, ao enfrentarmos uma prateleira de vinhos em uma adega ou mesmo no supermercado nos deparamos com uma infinidade de nomes produtores, regiões, "appellations", safras e nomes de uvas e mal sabemos por onde começar a nossa escolha. Geralmente sabemos se vamos comprar um vinho tinto ou branco, mas a partir daí o caos se instala. Pensando só na questão da uva, o que acontece quando encontramos uma garrafa que tem o nome da uva no seu rótulo e outra que não indica a uva que foi utilizada na fabricação do vinho? Uma das tendências típicas de quem está se iniciando no mundo dos vinhos é escolher aquele que indica a uva - a esses vinhos, produzidos com um único tipo de uva, damos o título de varietais. Os vinhos varietais são mais comuns nos países do novo mundo. Por uma questão mercadólogica (existem mais principiantes do que maduros nesse mercado) algumas vinícolas européias também têm aderido à produção de varietais. De outro lado, temos os chamados vinhos cortados, o...