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Mostrando postagens de julho, 2020

Walden, a vida como um projeto de tédio

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Depois de um tempo de interrupção, hoje acabei de ler Walden, considerado o texto clássico de David Henry Thoreau. O enredo do livro é muito simples. O autor retira-se em 1845 para a floresta da Nova Inglaterra, próxima à cidade de Concord, onde constrói com as próprias mãos, sua casa e seus móveis, passando a viver com o mínimo necessário e em intenso contato com a natureza. Isola-se da sociedade, não por misantropia - ele recebe visitas e as retribui - mas com o propósito de obter uma maior compreensão da sociedade e de descobrir as verdadeiras necessidades essenciais da vida Sob o risco de ser execrado pelos fãs do autor, julgo ter sido um dos livros mais entediantes e chatos que li na minha vida. Thoreau, que é um excelente poeta e, na maioria dos seus textos, um bom ensaísta, se tornou um mito pelas suas posições anarquistas e pacifistas e, especialmente, pelo fato de ter sido preso ao se recusar a pagar impostos a um governo escravagista e também porque se r

Pandemia eterna

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Não é de hoje que está em curso um vírus que tem afetado muitas pessoas. Diferentemente de outras cepas, essa não prejudica quem está infectado, mas quem convive com as pessoas que o contraíram. Desconheço sua origem, mas, certamente, não surgiu a partir de animais silvestres, nem foi criado em laboratório de genética. Diga-se de passagem, ele não afeta nenhum animal, exceto o homo , dito sapiens . Denominado vocêtemque ele faz com que seu portadores, continuamente, fiquem impondo suas ideias e soluções para outras pessoas. É uma profunda disseminação de vocêtemque isso, vocêtemque que aquilo, vocêtemque aquilo outro. Apesar de ser um vírus que se manifesta mais nas relações pessoais, ele não é incomum nas relações de trabalho, uma vez que quem carrega o vírus não sabe muito bem distinguir uma situação da outra. Os afetados pelo vírus, geralmente, não praticam aquilo que preconizam, uma vez que um dos efeitos colaterais da contaminação é o de criar uma camada de

Atos de Deus

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Quando uma seguradora coloca nas ressalvas do seu contrato que a apólice não está coberta por “atos de Deus” 1.     Essa regra vale para quem acredita em qualquer deus ou só para algum específico? 2.     Os ateus estão liberados da cláusula? 3.     Os agnósticos podem questionar judicialmente a impossibilidade de provar a existência ou não existência de Deus? 4.     Os fatalistas que, em qualquer situação, dizem que foi a vontade de Deus, recebem o valor do seguro em caso de sinistro? 5.     Os politeístas ficam descobertos? 6.     Os que endeusam a si mesmos podem declarar que foi contra a vontade deles? 7.     Os que endeusam outras pessoas, precisam mencionar isso na contratação?