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Mostrando postagens com o rótulo vícios de linguagem

Vamos ispicar ingrês

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Imagem de um porco fingindo ser erudito Juca aplicou uma enrolação para o famoso colégio Imperial de Londres quando realizou que não poderia pretender esconder muitos de seus costumes com medicinas. Exitou (sic) em mencionar suas convicções, por mais valorosas que fossem, especialmente quando tinha sido prejudicado pelo coronel. Adepto de argumentos antecipou as suas apologias cheias de apreciação. Ele que sempre atendera muitas leituras e suportara com seu patronato a livraria local e devolvera toda a fábrica de novelas, eventualmente. Seus parentes nunca intenderam sua sensibilidade e assistiram casualmente a queda da sua confidência e comodidade diante da competição. Ele sabia que estava equivocando sua graduação, plena de gratuidade, sem nenhuma ingenuidade. Prescreveu-se particularmente e retirou seu resumo dos recordes e dos requerimentos, sem reclamar nada. Acabou o dia comendo uma pasta cheia de preservativos no lanche.  

Algoritmos osmados e assunados

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Depois de muitas voltinhas no grande Hadron, que parou de se debater para seu descanso habitual de festas natalinas e neoanualinas, meus amigos cérnicos confirmaram a validade e precisão do algoritmo que desenvolvi nas últimas décadas e, cuja eficiência, já havia dado sinais inequívocos de pertinência nas redes sociais. Não sem, como sói acontecer, alguns ressaibos dos oponentes vorazes de minhas elucubrações. Outrossim, e sem outros nãos, nem mesmo nosso petiz alcaide dignar-se-ia a entrar nesse tipo de disputa. Mas deixemos de patacoadas e vamos aos números finais. O principal resultado é que, caso 58,7% da população tivesse como práxis, 18,34% do que fala ou escreve, o mundo seria 4,16p melhor do que é hoje. No caso das redes sociais os valores chegam a ser mais assustadores, conseguiríamos uma evolução nos padrões mundiais de ética e reduções de carraspanas, além dos suso mencionados, de 67,34p para cada: 2% de frases de autoajuda que realmente ajudassem em algo 5% de redução ...

O primeiro oboé

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A primeira vez que Vãnia viu o instrumento foi quando tinha 6 ou 7 anos e a avó a levou num concerto, à tarde, no municipal. Ficou apaixonada pelo oboé e, desde então não se cansava de dizer que, quando crescesse iria tocar. Conforme foi ficando mais velha lhe ofereceram várias outras alternativas. Na escola, a flauta doce. Em casa, a mãe queria que estudasse piano, como ela. O irmão já estudava violão e juntava dinheiro para uma guitarra elétrica. O pai, não muito musical, não dizia nada. Mas todos riam dela quando ela insistia no oboé. Afinal, quem é que iria tocar esse instrumento num país sem tradição em sopros de orquestra ? Sem aprender nenhum instrumento, chegou à faculdade e aí mesmo é que não teve tempo de se dedicar a qualquer estudo musical. Formada, casou logo em seguida. Não demorou muito e vieram os filhos, um atrás do outro. Cada dia que passava Vânia se convencia mais que o oboé seria apenas um belo sonho na sua vida. Mas nada mais que um sonho. Assim como os pais e irm...

Contículo viciosamente pleonástico

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Débora o deixava cego dos olhos e maluco da cabeça. Cada vez que discutiam era como se uma hemorragia sanguínea lhe subisse dos pés à cabeça. Nessas horas Beto saia para fora de casa com a certeza absoluta de que ela só acalmaria quando amanhecesse o dia. Nas suas caminhadas noturnas tentava compreender melhor a pessoa humana com quem tinha decidido conviver junto. Acabava encarando de frente o fato real de era quase impossível dividir em duas metades iguais suas vidas desiguais. Era uma unanimidade entre todos os seus amigos que Beto que não podia mais descer para baixo daquele jeito. Aquele dia ela tinha abusado, agora teria uma surpresa inesperada. Era o momento do acabamento final. Entrou para dentro de casa pisando duro com os pés. Ia olhar com os seus olhos nos olhos dela e, se necessário gritar alto que era o fim, não havia mais elo de ligação entre eles. Atravessando o limiar da porta sentiu na cabeça que havia uma goteira no teto. Deixou-se molhar e esfriou a cabeça. Abriu a ...

Um não contículo neológico

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A gramática é um conjunto de regras que estabelecem um determinado uso da língua, denominado norma culta ou língua padrão. Acontece que as normas estabelecidas pela gramática normativa nem sempre são obedecidas pelo falante. Quando o falante se desvia do padrão pelo não-conhecimento da norma culta, temos os chamados vícios de linguagem . Aqui no Mens Insana eu já brinquei com 7 vícios de linguagem, mas concluí que o oitavo é absolutamente inviável, a saber : o neologismo. Não que não existam exemplos suficientes para construir um texto, o problema é que eles, de forma cada vez mais veloz, estão se incorporando oficialmente à linguagem e aos dicionários e, dizem o gramáticos que uma vez dicionarizados, os termos desneologizam-se. Qual seria a graça de inventar um jogo de bocha no Wii entre um aborrescente e um envelhescente ? Amanhã de manhã alguém leria o blogue faria um cópipeiste e o treco já estaria disponível para venda ou para ser hackeado diretamente do sáite da Amazon. Os cont...

Contículo barbárico

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Todoz os diaz ele axava que ceria mais ben sussedido nas suas elocubrassões. A entrevixtadora do enprego o escolieria, a garota que flertava lhe sorriria e, finaumente venceria o concurço da mega cena. Como cempre, extava rotumdamente esganado. Nem sua pesquiza de prototipos, nem sua teze academica decolavão. Rezolvel tentá uma nova carreira. Comessou a estudá a auma umana. Ceria picicologo. E dos boms. Tornouce um leitor voras. Fróid, Iungui, Lacão, Pavilove e Esquiner. Balansou entre o extruturalismo e o birreiviorismo, mas prefiriu a guestauti de Raixe. Nem o tijolo nem a argamaça lhe sedusiam como a vizão olística do omen e a persepsão do mumdo. A paichão era mesmo a fôrma, a configurassão. Acim como as fôrmas de Eloiza. A quem paçou a dedicar dodecacílabos eróicos. Ela, que não paçava de uma aufabetisada funcionáu, encantouce com os verssos e com o discurço cujo todo era maior que a çoma das parte e se deichou sedusir. Acabarão se envouvendo em terapias corporais e organizmicas c...

Contículo solecista

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"Eu sou — me disse — aquele anacronismo, Que a vil caterva de sulfúreos ódios Nas trevas sepultei de um solecismo..." (Bernardo Guimarães) Cheguei no bar quando anoitecia. Haviam muitas pessoas no local quando o pessoal saíram para assistir um filme e pudemos conversar em paz. - Preciso falar com você. Foi João que avisou-me sobre Anabela : - Me parece que ela ficou contente com seu flerte Eu, me fazendo de tolo, não respondi-lhe nada do que me perguntou, mas não resisti ao comentário: - Me diga a verdade, rapaz, faz três anos que eu não cortejo a nenhuma garota... - Ela estava namorando com o André. Me parece que não deu certo. - Eu sei, ele aspirava o casamento, e ela visava outros objetivos... - Ele é um homem grande, mas esses rapazes infeliz não aproveitam bem a vida. - Me empresta a caneta, por favor ? - Para que ? - A gente precisamos de sua ajuda. - Para marcar um encontro ? - Não, para colocar essa placa lá fora : aluga-se conjuntos comerciais - E a Anabela ? - Já m...

Contículo arcaico

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Sob a inspiração das narrativas dos romances populares portugueses dos séculos X a XVI, Guilherme de Almeida publicou em 1957 um livrinho de poemas chamado "Pequeno Romanceiro" (meu exemplar é da 1a edição - exemplar 815 de um total de 1200 impressos - Livraria Martins Editora, impresso nas Oficinas de Artes Gráficas Bisordi), além dos poemas serem muito bons, ele faz um exercício filológico arcaizante, restaurando vocábulos caducos e belos. Aqui segue o meu exercício insano de brincar com algumas dessas preciosidades. Debaixo do alfabar de lhama, Inês e Afonso sembravam amantes esguardando as nuvens. Afonso filhava as mãos de alambre. Inês, de bofé, algumas vezes alongava, outras voltava sua companha mitigando as coitas. Mestre da altanaria, ele soltara seu francelho que num rauso a buscara quando mal aluzecia. De praz e grado ela que rondava alhur levou-se e se deixou colgadiça em seus braços. Nenhum outro al lha seduzia como ele. Um dia a mala-aventura, sem doo, interromp...

Contículo anfibológico

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O Oráculo de Délfi disse a Croseus que se ele guerreasse ele destruiria um poderoso Reino (Heródoto) Naquele dia Arnaldo fora à casa de José em seu carro. Ao entrar perguntou : aonde está a cachorra da sua irmã ? Você e sua mãe me fazem feliz. Sem o seu apoio, eu não sou ninguém. Pôs-se a chorar copiosamente, mesmo sabendo que o bom pai o filho ama. Ele era um infeliz. Tinha quatro anos quando o pai matou sua mãe , o trauma nunca se desfez. Sem saber o que fazer, José saiu. Visitou a casa de sua avó que dá os fundos para o mar, não sem antes passar na loja e comprar meias para senhoras claras. Encontrou-a em frente à TV. Venceu o Brasil a Argentina, ela disse, sem reparar no seu semblante apreensivo. O que aconteceu ? perguntou finalmente. É a Judite. Depois dos exames, a médica disse-lhe que estava esperando um bebê. Ela visitou sua amiga, depois saiu com seu noivo. Agora José está em casa desesperado. Isso pode ter consequências avassaladoras. Você sabe que uma vez ele já atirou em ...

Contículo ecóico

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Meu irmão sofria do coração naquela ocasião em que, acusado, foi interrogado pelo magistrado. No momento do julgamento voltando-se para mim assim falou o Serafim : será que o coordenador dava grande valor a seu superior ? Imagino que sim, disse eu enfim, ele também era um cara do bem e não ofendia ninguém. Serafim me olhou com desdém. Você sabe que nada o detém. No dia seguinte, como que por acinte, ele ofendeu um pedinte, mas a decisão da ação não causou comoção na população. O homem pedia alimento para fomentar seu desenvolvimento e, naquele momento, sentado no cimento apenas soltou um lamento. Logo criou-se uma aglomeração para admirar a acareação do cidadão mas, por afobação ou erro da administração, um deles caiu em contradição o que impediu a apuração da agressão. O sentimento da massa pedia o apedrejamento, sem direito a arrependimento. Um homem virulento gritou : eu te arrebento seu sebento. O evento quase teve um final sangrento quando um guarda sardento, saiu em defesa do hom...

Contículo cacofônico

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Quando eu vi ela a vez passada achei que parecia uma moça fada. Pelo menos como a concebo não poderia imaginar outra cena que não a de Eva e Adão , eu paraninfo dela e ela, alma minha. Eu havia dado a essa fada um prêmio por ter me tido em seus braços. Uma mão de pelica e a boca dela cheia de batom. Por cada momento eu, antes um homem de pouca fé no amor, comecei a oscilar entre episódios de fé de mais e fé de menos. E até nos dias em que meu coração por ti gela, ela tinha o hábito de usurpar os sentimentos que por ti são. Ela tinha voz de rouxinol. Nosso hino ela trinava muito bem. Como ela nenhuma ouve. Eu que nunca ganho no amor via-a partir dizendo : vou-me já ! Hoje ela confisca gado no sertão e não me pergunta mais do que : como está tu ? Essa apenas uma brincadeira em cima dos vícios de linguagem, a anterior foi sobre Tautologia

Contículo tautológico

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Eu tinha certeza absoluta que tinha pago a quantia exata e, ainda assim, continuaria com um superávit positivo na minha carteira. Juntamente com a compra eu deveria ter recebido um bônus extra de pontos no meu programa de milhagem. Mas surgiram alguns sintomas indicativos de que a moça do caixa não tinha feito o elo de ligação entre o meu pagamento e o dinheiro que estava na sua gaveta. Ela separou as notas em duas metades iguais, me encarou de frente e, para a minha mais inesperada surpresa, repetiu outra vez o valor, com um tom de cobrança. Redargui que não haveria outra alternativa senão eu lhe explicar em detalhes minuciosos o que ocorrera : " Há dez minutos atrás eu deixei à sua livre escolha definir qual seria o meio de pagamento, sei que era uma escolha opcional, o que não lhe impediu de demonstrar um preconceito intolerante contra o meu cheque. Dei-lhe o dinheiro, e agora você volta atrás ?" Ela tentou me explicar que estava terminantemente proibida de, às segundas, t...