Postagens

Mostrando postagens com o rótulo falando sério

Inquisições, gulags e cancelamentos

Imagem
  Ninguém na terra tem a coragem de ser aquele homem. Jorge Luís Borges – O deserto A primeira condição de uma dialógica cultural, nos ensina Edgar Morin no 4º volume de seu “O Método, é a pluralidade e diversidade dos pontos de vista. Ainda que não sejamos carentes nem de pluralidade e nem de diversidade e, consequentemente repletos de pontos de vista variados, nossa construção social nos imprime um selo na testa (e na alma) que nunca nos permitiu que esse diálogo de fato se efetivasse. Mudam as condições históricas, comportamentais, ambientais e sociais. Muda a dinâmica do poder, mudam as leis, muda até o tão falado zeitgeist. Só não muda o fato de que continuamos a ser uma humanidade dividida entre perseguidos e perseguidores – até os neutros são considerados opressores pelos perseguidos e coniventes pelos perseguidores. Isso quando não somos surpreendidos pelos opressores alegando que são perseguidos, com um discurso vitimista pedindo proteção. Ainda que todas as inquisiçõe...

Falando de Pascal

Imagem
 Argumentum ad Hominem (literalmente, argumento contra o homem) é um tipo de falácia de relevância, um subgrupo do que é conhecido no campo da lógica como falácias não-formais. Quando não tem mais argumentos para usar, um debatedor agressivo, em vez de refutar a verdade do argumento adversário, ataca diretamente o caráter pessoal do oponente. Blaise Pascal, matemático, físico, inventor, filósofo e escritor, foi também um teólogo jansenista (doutrina estabelecida por Cornélio Jansen, bispo de Ipres, fundamentada nos escritos agostinianos e muito aparentada com os princípios do calvinismo). Ainda que até hoje seja um dos pensadores mais relevantes da história não se tornou uma referência como Descartes, seu contemporâneo e de quem discordava frequentemente quanto à supremacia absoluta do racionalismo. Ninguém atribui a uma pessoa o epíteto de “pascaliano”, mas estamos cercados de pessoas ditas, ou autoproclamadas como cartesianos. O ant...

A imprecisão da assertividade

Imagem
Quantas vezes você ouviu ou leu a palavra assertividade (ou assertivo) nas últimas 24 horas? Caso tenha sido menos de uma dúzia de vezes, imagino que você seja uma pessoa reclusa que prefere ficar com seus livros e seu gato a ler jornais, revistas e navegar nas redes sociais. Até porque o uso da palavra se disseminou em todas as direções possíveis e o vocábulo virou sinônimo de todas as palavras da língua que tenham alguma relação com esforço, motivação, precisão e, pasme, correção e acerto (alguns chegam ao cúmulo de grafá-la como “acertividade”). Eu tenho problemas com buzzwords, ou como dizem os millenials, as modinhas. Quando um termo (sigla, palavra, expressão) começa a ser repetido à náusea, eu fujo dele. Vade retro, como diriam os exorcistas da idade média. Ao mesmo tempo, sou um curioso e gosto de aprender. Então fui atrás das definições corretas da palavra. Consultei as melhores fontes que conheço em 4 línguas (veja abaixo) e concluí que: Assertividade tem a ver com respon...

Tempos medonhos

Imagem
Há tanta gente sozinha Que a gente mal adivinha (Vinicius de Moraes) Há pouco mais de um mês uma amiga me mandou uma mensagem: perguntava se eu tinha falado com alguém da turma nos últimos dias. Ao saber que não, me avisou que o Fulano tinha morrido dois dias antes. Depressão. Suicídio. Ninguém sabia disso, nem a esposa, ele sofreu calado até o momento em que desistiu de sofrer. Não tinha mais que 40 anos. Eu tinha convivido com ele por cerca de 20. Nos encontrávamos pelo menos duas vezes por semana. Era um cara bem humorado, batalhador. Como todos nós passou pelos seus perrengues, mas nada que apontasse nessa direção. Deixou a esposa e filhos. Hoje de manhã vejo num post de rede social a notícia de que Beltrana tinha morrido. Depressão. Suicídio. Todo mundo sabia que ela sofria da doença que nunca escondeu. Fazia tratamento para suportar, mas deve ter batido mais forte essa noite e, de manhã, se foi. Tinha 37 anos. Trabalhou comigo por cerca de 10. Mantivemos...

Um ano de perdas

Imagem
Eu sei, todos anos nascem pessoas e morrem pessoas. E nós nem sabemos disso, exceto por aqueles mais próximos de nós. Nesse ano tive apenas uma pessoa mais próxima que se foi. E pouquíssimos nascimentos entre conhecidos. Do ponto de vista de herança cultural, no entanto, foi um ano terrível. Muitos se foram. Alguns, provavelmente, a seu tempo. Outros, cedo demais. Janeiro começou bem mal. David Bowie, o camaleão que me ensinou que é possível mudar de estilo sem perder a qualidade. Pierre Boulez, um gigante entre os maiores. Ettore Scola, que me fez dançar os mais variados ritmos no “Baile”. Em fevereiro, Umberto Eco, uma das melhores lembranças dos tempos de faculdade e que perpetuou nas minhas estantes em todos os anos depois disso. Em março se foi George Martin. E só quem é beatlemaníaco como eu é capaz de entender o que ele representou para a minha geração. Também em março Keith Emerson (meses depois, em dezembro, foi a vez de Greg Lake), de qualqu...

As moscas estão vencendo

Imagem
Quem sabe um mínimo de história (infelizmente são poucos), sabe que a política sempre viveu de jogos de interesses, manobras legais ou não, golpes baixos e alianças espúrias. Sem contar o uso de venenos, traições e manipulação de grupos de suporte. Assim como sempre foi financiada por grupos que lucram com as suas práticas e sustentada por massas de ingênuos e idealistas que acreditam que líderes políticos podem transformar o mundo. Não é à toa que Monteiro Lobato já definia a política como uma gamela cheia de estrume onde se nutrem grupos de moscas. Alternam-se as moscas, mas o estrume continua sempre o mesmo. Eu sou daqueles que entendem que, sem mudar o conteúdo da gamela pouco importa a cor das moscas que a sobrevoam. Justamente por isso que sou contra as moscas domésticas, varejeiras, de fruta, de estábulo, do vinagre, típulas, crisopas, de enxame, amarelas e, até mesmo, contra as moscas brancas. Em momento em que as pessoas se sentem obrigadas a se incorpor...

O discurso canalha

Imagem
“O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte.” Nelson Rodrigues Desde os primórdios o homem se recusou a assumir os próprios erros. Adão disse que foi a mulher, Eva disse que foi a serpente. A serpente não tendo a quem empurrar a culpa saiu rastejando, mesmo porque não podia nem apontar o dedo nem enfiar o rabo entre as pernas por questões anatômicas. Time que perde o jogo faz a mesma coisa. Diz que a culpa é do juiz. Da torcida. Dessas regras que inventaram e, se não sobrar para mais ninguém, a culpa é do vendedor de cachorro quente no estádio que gritou mais alto na hora do chute e distraiu o goleiro. Todos são perfeitos. Todos são maravilhosos. Todos são irrepreensíveis. Como admitir, diante dessa grandeza e maravilha, que o adversário foi melhor? Claro que deve ter acontecido alguma coisa estranha. E a coisa estranha só pode ter origens exógenas ao ser impecável. Roubo, fraude, má fé, estelionato e outras desonestidades quaisq...

Reflexões sobre a 5a feira 13

Imagem
É sintomático que depois de 4 rodadas de manifestações em São Paulo (e a eclosão de outras no Rio, Porto Alegre, Maceió, Manaus, Belo Horizonte, Brasília)) nenhum, ou melhor, para ser mais exato NENHUM vereador, deputado, senador de NENHUM partido tenha se posicionado sobre o tema. Nem o Suplicy que adora carregar faixas em manifestações para aparecer na capa dos jornais, nem o proto-partido da Marina que se autodenomina como nova forma de fazer política, nem a esquerda pseudo-radical do PSOL, nem a direita, nem o centro...todos de rabo preso com o status quo que está sendo questionado (se você acredita que a manifestação é por R$0,20 é melhor começar a se informar melhor). Com a opinião pública dividida e a mídia, depois de apanhar na rua, começando a tender para a defesa das manifestações, estão todos esperando para ver de que lado eles ganham (ou perdem menos) votos. Aqueles que se dizem representantes do povo não representam ninguém, não se colocam ao lado de ninguém, não se com...

Um dia de pais

Imagem
Mensagem Lendo uma mensagem do Markiano Charam (Filho) me coloquei a refletir o que carrego em mim do meu pai e o que, talvez meus filhos levarão de mim.   Com o meu pai aprendi muito, especialmente a pensar, pesar contrários, formar a minha própria opinião, nem sempre igual a dele.   Aprendi olhar para o passado como lição e para o futuro com muito planejamento.   Aprendi a ser irônico e a entender que muitos não entenderiam isso e outros se ofenderiam (e como se odendem...).   Aprendi a ser generoso e não me apegar excessivamente aos valores materiais.   Herdei o prazer pela leitura. A mania de colecionar tranqueiras. A obssessão por catalogar tudo.   Nenhuma dessas coisas ele me ensinou em conversas e lições, todas foram transmitidas pela sua vida e seus exemplos.   Sendo pai há quase 14 anos também vejo características minhas nos meus filhos que vão muito além da genética.   Posso ensinar mat...

Um só coração

Imagem
Mensa Não me venha Vinicius com essa história de amor infinito enquanto dure... se é infinito é também eterno. Não me venha Drummond com essa história de o primeiro amor passou....se passou não era amor. Não me venha Rachel de Queiroz dizer que o amor começa a morrer no dia que nasce, o amor não é apenas uma célula (ou, como diria Deleuze, são organismos que morrem, não a vida). Não me venha Gautier dizer que só a arte é eterna, nenhuma arte se constrói fora do amor. Não me venham tantos outros falar do amor verdadeiro, amor falso não é amor O que o meu coração se lembra todas as manhãs são as palavras do mais sábio de todos os homens, Salomão, que escreveu: " As muitas águas näo podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam. " O que meus poros exalam em todos os momentos são os versos de Becquer Podrá nublarse el sol eternamente; Podrá secarse en un instante el mar; Podrá...

Uma história de Natal

Imagem
...não temais, porque eis aqui vos trago novas de grande alegria... Lucas 2:10 Tudo na vida de Lúdico era uma festa, fosse o simples sorriso de alguém no meio da rua, fosse a comemoração mais estapafúrdia que pudesse participar. Não perdia um evento, encontro de ex-colegas, almoços de família e, até, o baile da 3a idade do parque, ainda que ele ainda estivesse longe de alcançá-la. Para ele o Natal era o ápice de um ano festivo e a linha divisória que marcava o início de mais um ano de comemorações. Amava todos os símbolos e hábitos natalinos. Ia ver a iluminação da Paulista, do Ibirapuera e da Rua Normandia. Comprava presentes para todos que imaginava que encontraria na ceia. Não poucas vezes entrou na fila e sentou no colo do papai noel de algum shopping, para deleite e risadas das crianças. Comia, bebia e cantava Jingle Bells em várias línguas até o sol raiar. No extremo oposto de toda essa alegria estava Lídimo. Um sujeito sério e carrancudo que achava intolerável todos os desvios d...

Stultitiae Laus

Imagem
Quando Anoia chegou em casa, sua mãe, Frescura discutia com Plutão, recém rebaixado da sua condição planetária. A mãe acusava o pai de misoponia e destempero. Anoia, não abriu a boca, sabia que, caso o fizesse, ela seria responsabilizada pela situação. Não era esse o seu desidério, a menina era viciada em discursos laudatórios, quando não os recebia vitimizava-se e, não raramente, exaltava-se. Frescura olhou para a filha, esperando a oportunidade de transferir a culpa do bate boca para a filha. Plutão, desviou o olhar, como se não percebesse o que estava acontecendo. Nada falando, além de saudar os pais, Anoia foi diretamente para o quarto, onde encontrou sua irmã Philautia que, por sua própria natureza, também não quis saber da retórica materna. Anoia recostou-se na cama e mandou um torpedo para o seu namorado, Kolakia, um jovem grego versado na arte da adoxografia. Chamou-o para sair, ela estava carente de sua loas, especialmente as que eram temperadas com sal. Kolakia não pensou du...

Apenas uma declaração de amor

Imagem
Enquanto te espero, aproveito para dizer que o que você fez na minha vida é algo que eu jamais poderia imaginar. Não imaginava porque me achava alguém muito cheio de manias imutáveis. Não imaginava porque muitas dessas mudanças jamais tinham passado pela minha cabeça, sequer como hipótese. Aí chega essa mulher. Linda, inteligente, carinhosa, amorosa, apaixonante, perfeita e se torna a minha mulher, contrariando tudo que eu poderia crer . Me ensinou o que é amar, o que é sonhar, o que é tornar sonhos em realidade, o que é ser feliz. Mais que isso, ao seu lado aprendi o que é me apaixonar todos os dias, todas as horas, todos os minutos. Me ensinou a ter alguém por quem eu preciso me preocupar o tempo todo, que eu preciso cuidar (a ponto disso ser uma necessidade física minha) Uma mulher para eu me orgulhar das suas realizações, para eu ficar convencido pelo fato de ser minha. Uma mulher que me motiva a retomar muitas coisas que eu amava fazer, que me motiva a fazer coisas...

Um ano e tanto

Imagem
2010 não foi um ano qualquer. Grandes mudanças aconteceram. Anos de perdas e de ganhos, de montanha russa emocional e, certamente de muito aprendizado. Trabalhei bastante, mais do que gostaria e menos do que poderia. Quem sabe se algum dia eu ganhe na loteria e pare de trabalhar, é verdade que minhas probabilidades são muito reduzidas considerando o fato de que eu não jogo, acho que esse cálculo nem meu amigo Rogério que é estatístico conseguiria fazer. Trabalhei na igreja até meados do ano. Parei temporariamente. Pretendo voltar assim que me queiram de volta, não me entendo como um cristão se não estiver trabalhando. Agradeço meus alunos que continuam sentindo saudades das minhas aulas. Minha militância inclusiva se manteve. O ritmo foi um pouco menor mas continuei batendo pernas para falar a respeito de um mundo onde todos os seres humanos sejam considerados seres e humanos e onde a educação seja de fato um direito indisponível. Conheci pessoas novas nesse meio. Me encontrei com outr...

Para o levantamento de muitos

Imagem
“Eis que esse menino está destinado tanto para a ruína como para levantamento de muitos....e para ser alvo de contradição, para que se manifestem os pensamentos de muitos corações” (Lucas 2 :34-35) Quando o menino Jesus foi apresentado no templo, ele encontrou o velho e piedoso Simeão que falou as palavras acima a seu respeito. Palavras doces para os que crêem, palavras duras para os que não entendem o seu sentido. A cada Natal eu me impressiono como essa contradição fica mais aparente. Como alguns entendem essas palavras e como tantos se distanciam do sentido da comemoração, a ponto de muitos dos cartões que eu recebo, analógica ou digitalmente, sequer mencionarem o Natal, limitando-se a desejar boas festas. Para essas pessoas, o final do ano vai ser só mais uma oportunidade de comer e beber, talvez ganhar presentes. Talvez só um momento de desejar que 2011 seja melhor. Nós também desejamos que 2011 seja melhor para vocês todos, que seja o ano em que aqueles que ainda não tiveram a o...

Anauê

Imagem
Antes de mais nada gostaria de esclarecer que não sou filiado a nenhum partido político, nem sou eleitor habitual de nenhum deles, pelo contrário, já há alguns anos só tenho votado em uma candidata para vereadora e que, no momento é candidata a deputada federal. Cada dia aumenta mais a minha convicção que a dita democracia representativa não me representa em nada. Não acompanho a campanha eleitoral desse ano, exceto pelo noticiário do jornal que leio. Não pretendo votar na Dilma, nem no Serra, muito menos na coleção dos micro candidatos. Nenhum deles, por motivos diferentes, me parece adequado ao cargo que disputam e eu sempre fui contra o voto útil. Também não acho que o governo atual seja grande coisa, é uma mistura de liberalismo econômico tucano, com demagogia assistencial peronista e aparelhamento partidário do estado. Não deixo de reconhecer algumas de suas realizações, especialmente numa área que me diz muito que é a educação inclusiva, definitivamente provocaram uma revolução p...

Cartão de Natal

E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem. Lucas 2:13-14 Não sei qual é a sua expectativa para esse Natal. Geralmente recebo várias mensagens me desejando sorte, prosperidade, saúde e outras benesses terrenas e materiais. Eu não tenho expectativa nenhuma. Não preciso ter expectativa de receber nada melhor do que o que eu já recebi, que foi a vinda de Deus encarnado para remir os meus pecados e me dar, gratuitamente, a salvação. O meu Natal será a comemoração desse presente que, mesmo não merecendo, eu recebi. O meu desejo e a minha oração é que você também seja destinatário desse presente e que nunca mais precise trocar o maior presente de Deus pelas migalhas oferecidas pelos homens.

Minhas lágrimas por Mary

Meu dia hoje não começou bem. Olhando as notícias na Internet me deparei com o anúncio da morte de Mary Travers . Aos 72 anos, ela morreu de leucemia. Essa senhora foi uma das pessoas importantes da minha vida. Junto com Peter Yarrow e Noel Paul Stoker ajudou a construir a minha consciência a respeito dos direitos civis. Cantaram pelos direitos dos negros, dos judeus. Cantaram contra as guerras dos anos 60 e 70. Mais do que cantar, eles iam para as ruas. Marchavam ao lado dos líderes cívis, apanharam da polícia, foram presos. Um dia, num dos grupos de discussão sobre Síndrome de Down que eu participo, alguém perguntou se existia alguma música sobre pessoas com SD. Existia, quem cantava eram eles. A música, chamada, Danny´s Down, falava de uma mãe a quem era oferecida a chance de deixar o filho com deficiência, recém nascido, morrer. É um libelo em defesa da vida. Se, de um lado, eles eram contundentes na defesa de direitos, por outro, podiam cantar as músicas mais ingênuas e delicadas ...

Sou do contra

Imagem
Desde o seu lançamento ouvi muita gente me recomendando o filme Sideways (em português denominado "entre umas e outras"), especialmente por saberem que eu gosto de vinhos e essas pessoas acreditarem que o filme seja sobre esse tema. Durante a minha maratona cinematográfica das férias (esse ano assisti 41 filmes) carreguei o DVD na bagagem. Se, dentre todos, não foi o pior filme que vi, certamente ficou classificado entre os 3 mais chatos e soníferos. O filme se define como uma comédia (inclusive ganhou prêmios nessa categoria). Não tem graça nenhuma. Os personagens são pobres. De um lado um depressivo professor que não dá uma bola dentro da vida (o que os americanos classificam como "loser"), de outro seu amigo infantil e priápico. As mocinhas da trama também não se destacam pela originalidade nem pela profundidade. O roteiro chega a ser indecentemente previsível. Boy meets girl, começam um relacionamento, tem um desentendimento provocado por um mal entendido e acab...