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Mostrando postagens de dezembro, 2021

Rizoma, micélio e outros fungos quaisquer

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  Em 2005, o micologista americano Paul Stamets publicou seu livro Mycellium Running , um manual para o resgate micológico do planeta. Foi exatamente isso que você leu: cultivar mais cogumelos pode ser a melhor coisa que podemos fazer para salvar o meio ambiente. 25 anos antes, Gilles Deleuze e Feliz Guattari haviam publicado Mil Platôs , quase um tratado clássico de filosofia, que começa pela abordagem do que vem a ser um rizoma, propondo quase um jogo infinito [1] , sem começo, meio ou fim. Há cerca de dois meses, recebi pelo grupo de complexidade que participo, um artigo bastante extenso de Brandon Quitten chamado “Bitcoin is the mycellium of money” onde ele se baseia no livro de Stamets para traçar uma longa e detalhada analogia entre o micélio [2] e o mundo Bitcoin, e aqui cabe uma ressalva importante: Quitten faz esse paralelo exclusivamente em relação ao Bitcoin e não ao universo de criptomoedas, ainda que no decorrer do texto mostre como a existência de outras criptomoeda

Um estranho pretérito

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  Para mim, um dos mistérios mais inescrutáveis da nossa língua sempre foi a existência de um tempo verbal que atende pela alcunha de futuro do passado (ou do pretérito, que é exatamente a mesma coisa). Conheço muitas pessoas que sofrem de acrasismo*, outras de hipercrasismo*. Outros que vão de encontro a, quando deveriam ir ao encontro de, e vice-versa. Alguns acham que nunca veem o que esperam quando eles vêm assistir ao espetáculo da última flor do Lácio. Também, quem mandou que ela fosse burra e bonita? Eu sobrevivo bem até diante das mesóclises e não sofro com os verbos defectivos. Agora, futuro do passado? O que exatamente isso poderia significar? Mas, como diriam as organizações Tabajara, os meus problemas estão resolvidos, depois de ler alguns textos que circulam nas redes sociais, especialmente aquelas dedicadas ao público corporativo. Em um texto publicado nessa semana (portanto, ao apagar das luzes de 2021), o autor informava que até 2020 (sic) o Brasil deveria super