A mulher que falava sânscrito
Ele poderia ter se apaixonado por qualquer motivo. Ela era bonita, agradável, seus olhos negros tinham um brilho todo especial. Também era inteligente, gostava de muitas das mesmas coisas que ele e o papo sempre fluia bem.
Mas não foi nada disso, mesmo porque mulheres bonitas e interessantes ele já havia conhecido muitas, e nunca tinha dado o clique.
Até o dia em que, num papo à toa, durante um jantar, ela contou que estava estudando sânscrito.
- Meu Deus - pensou ele - que tipo de mulher estuda sânscrito ? Onde mais no mundo vou encontrar alguém capaz de desvendar os mistérios profundos dos vedas ancestrais ?
- संस्कृत ?? Ele falou, olhando atônito para ela
- -भ्याम् -औ. Ela respondeu sem piscar...
Tinha finalmente encontrado a mulher da sua vida. Aquele amor que só acontece uma vez.
Com ela poderia discutir as declinações em modos optativos e derivativos, sem precisar de nenhum imperativo dual.
Com ela poderia viajar pelos prazeres tântricos e neotântricos que nenhuma de suas namoradas jamais tinha entendido.
Estava tudo perfeito, até o momento em que ele a pediu em casamento e disse :
- Vamos fazer um cerimônia toda em sânscrito clássico...
- Védico - ela respondeu, eu prefiro o sânscrito védico, acho o clássico uma corrupção desnecessária do devanagari
- Mas o védico era apenas uma proto linguagem, não faz mais sentido se usar o Rigveda...
Um silêncio meditativo pairou na mesa.
Beberam um café. Ele pagou a conta. Deixou-a em casa. E nunca mais se viram.
Mas não foi nada disso, mesmo porque mulheres bonitas e interessantes ele já havia conhecido muitas, e nunca tinha dado o clique.
Até o dia em que, num papo à toa, durante um jantar, ela contou que estava estudando sânscrito.
- Meu Deus - pensou ele - que tipo de mulher estuda sânscrito ? Onde mais no mundo vou encontrar alguém capaz de desvendar os mistérios profundos dos vedas ancestrais ?
- संस्कृत ?? Ele falou, olhando atônito para ela
- -भ्याम् -औ. Ela respondeu sem piscar...
Tinha finalmente encontrado a mulher da sua vida. Aquele amor que só acontece uma vez.
Com ela poderia discutir as declinações em modos optativos e derivativos, sem precisar de nenhum imperativo dual.
Com ela poderia viajar pelos prazeres tântricos e neotântricos que nenhuma de suas namoradas jamais tinha entendido.
Estava tudo perfeito, até o momento em que ele a pediu em casamento e disse :
- Vamos fazer um cerimônia toda em sânscrito clássico...
- Védico - ela respondeu, eu prefiro o sânscrito védico, acho o clássico uma corrupção desnecessária do devanagari
- Mas o védico era apenas uma proto linguagem, não faz mais sentido se usar o Rigveda...
Um silêncio meditativo pairou na mesa.
Beberam um café. Ele pagou a conta. Deixou-a em casa. E nunca mais se viram.
Comentários
Tinha que dar isto para o meu amigo Kumar ler... Pq quem sabe se ele se entusiasmava a voltar a ser um indiano de novo...
Beh!
Bjs!